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“Nosso meio ambiente”: pacientes do Projeto Integra participam de ação ambiental
Após um hiato de dois anos devido à pandemia do coronavírus, o projeto Nosso meio ambiente: conhecer para conservar, realizado na sede que abrigará o Pequeno Príncipe Norte, retomou suas atividades em 2022 com encontros voltados a alunos de escolas públicas em prol da promoção de conceitos ambientais, como ecologia e sustentabilidade. Recentemente, foi a vez de pacientes do Projeto Integra, do Hospital Pequeno Príncipe, serem os novos convidados a explorar, de forma criativa e prática, o vasto universo do ecossistema presente no local.
Neste ano, pacientes do Integra estão participando do projeto de educação ambiental pela primeira vez. Para que as ações fossem ampliadas, a Associação Eunice Weaver do Paraná (AEW-PR), instituição parceira do Hospital Pequeno Príncipe, teve uma iniciativa aprovada pelo Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente de Curitiba (Comtiba). Com o apoio da sociedade, com a captação de recursos por meio de renúncia fiscal, tornou-se possível a inclusão de novos participantes, como o grupo de crianças e adolescentes beneficiado pelo Integra. Entre março e junho deste ano, 34 pacientes do projeto participaram das atividades ambientais. As visitas são contínuas e seguem até dezembro de 2022, durante a vigência da iniciativa.
Parceria com o Projeto Integra
Viabilizado pelo Programa Nacional de Apoio à Atenção da Saúde da Pessoa com Deficiência (Pronas), o Projeto Integra é uma iniciativa do Hospital Pequeno Príncipe que busca oferecer acesso ao diagnóstico diferencial e ao tratamento interdisciplinar a crianças e adolescentes com transtorno ou deficiência intelectual, múltipla e autismo. Psicoterapia, sessões de fonoaudiologia e terapia ocupacional são alguns dos serviços ofertados.
O projeto, que atende pacientes de Curitiba e de municípios da região metropolitana, realiza parte de suas atividades na sede que abrigará o Pequeno Príncipe Norte, no bairro Bacacheri. Dando continuidade à parceria já estabelecida, as crianças e os adolescentes atendidos pela iniciativa do Pequeno Príncipe agora são convidados a participar do Nosso meio ambiente.
A psiquiatra e coordenadora do projeto Integra, Jaqueline Cenci, destaca a importância da parceria entre as duas iniciativas. “Sendo o Integra um projeto com uma atuação interdisciplinar, nos chamou a atenção essa possibilidade dos nossos pacientes terem atividades que os integrem com a comunidade e demais áreas do saber. Dessa maneira, eles têm contato não apenas com terapeutas, mas com pessoas da comunidade, como o jardineiro, o biólogo e os familiares de outras crianças”, afirma.
Para a médica do Pequeno Príncipe, essa integração é mutuamente benéfica aos pacientes e à equipe responsável pelo seu tratamento. “A oficina sobre meio ambiente é uma atividade conduzida por alguém de outra área, então possibilita observar a adaptação do paciente e a sua interação com outros pacientes e profissionais com os quais ele não está habituado. Para a criança isso também é muito rico, pois traz a ela uma atividade lúdica e terapêutica. Essa possiblidade de entrar em contato com questões da natureza, bem-estar, medicina natural e tradicional, assim como um contato mais íntimo com a natureza, é algo muito trabalhado na pediatria integrativa”, ressalta.
Interação no projeto Nosso meio ambiente
Durante uma das oficinas do projeto Nosso meio ambiente, após apresentação inicial na sala da maquete do Pequeno Príncipe Norte, os pacientes foram direcionados à área da horta, onde a atenção é voltada para ações de sustentabilidade. O processo de plantio de mudas e os cuidados necessários para uma boa vida da planta foram os destaques da atividade. Além disso, os profissionais explicaram curiosidades sobre a flora presente na estufa.
Como uma interação em grupo, o projeto Nosso meio ambiente – com a participação dos pacientes do Integra – passou por duas oficinas-piloto, necessárias para alcançar um trabalho que fosse completo e humanizado. Essas oficinas consideraram adaptações por faixa etária e de acordo com o desenvolvimento de cada paciente.
Patrícia Silva, mãe do pequeno João Victor Pinto da Silva, de 10 anos, relata como foi acompanhar o filho durante a prática. “Foi uma ótima atividade, porque possibilita uma inclusão social e também em relação ao espaço. São lugares que a criança frequenta, mas nos quais agora ela passa a se sentir realmente integrada. Foi muito gratificante acompanhar isso”, conclui.