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Em processo quase mágico, leitura transforma o ser humano
“Livros não mudam o mundo, quem muda o mundo são as pessoas. Os livros só mudam as pessoas”, já diria o poeta brasileiro Mario Quintana. Neste 18 de abril, Dia Nacional do Livro Infantil, é celebrada a leitura, que é um processo considerado quase mágico do ponto de vista neurobiológico, ou seja, dentro dos circuitos funcionais que processam a informação e moldam o comportamento humano.
Do ponto de vista neurobiológico, o médico neuropediatra Anderson Nitsche, do Hospital Pequeno Príncipe, explica que existem habilidades que são adquiridas quase que de forma natural, como comer, andar e até mesmo falar. “Já a habilidade da leitura precisa de um esforço para que se aprenda. Para isso, é importante que outros processos neurocognitivos estejam desenvolvidos. Na maioria dos casos, isso acontece entre os 6 e 7 anos”, ressalta.
Quando a pessoa aprende a ler, várias áreas diferentes do cérebro são conectadas. O especialista informa que, no processo de leitura, aquilo que se usa no dia a dia é transformado em um novo código. Nesse caso, é utilizada a imaginação e as lembranças. E isso transforma o cérebro de uma forma muito rica, considerada quase mágica. “Ler um livro muda várias outras sensibilidades – seja nos processos emotivos, na capacidade de atenção, no jeito de falar, de se comunicar e de ouvir outras pessoas”, pontua o neuropediatra.
O cérebro aprende basicamente com três pequenas habilidades – atenção, emoção e comparação. E, segundo o neuropediatra, essas três questões gravam no cérebro aquilo que a pessoa levará para o resto da vida. “E a leitura permite que essas três habilidades se conectem e faz com que elas se juntem e permitam que o cérebro grave as informações. A leitura enriquece o ser humano”, finaliza.
Livro infantil: indicações
A educadora Keila Aquino, do Setor de Educação e Cultura do Hospital Pequeno Príncipe, indica alguns livros para as diferentes faixas etárias.
O seu lugar (BRAILLE), de Patricio Dugnani
Classificação etária: a partir de 0 ano
Breve descrição: Com frases simples e curtas, cada página do livro traz um momento lúdico no qual os seres se apresentam por suas características na busca constante de um lugar. A soma de todas essas diferenças e características próprias delimita o local onde cada um se encontra e ocupa.
Carona, de Guilherme Karsten
Classificação etária: a partir de 2 anos
Breve descrição: Um surfista só quer aproveitar o feriado para pegar ondas na praia. Ele coloca a prancha no carro e logo parte rumo à aventura. Até que ele dá de cara com um mergulhador pedindo carona. Depois com um herói. Depois com um jacaré. Depois com um ladrão. Será que essa viagem vai terminar do jeito que o surfista imaginava? Dica: esse é um livro de repetição e por isso é tão divertido, pois parece uma brincadeira. É interessante manter o ritmo da leitura e observar bem os detalhes da ilustração que contam a história.
O Grúfalo, de Julia Donaldson
Classificação etária: a partir de 4 anos
Breve descrição: Um grúfalo? O que é um grúfalo? Você não conhece? Um grúfalo! Ele tem presas incríveis e garras terríveis e, em sua boca, dentes horríveis. Nessa história, um ratinho muito esperto inventa um monstro assustador para se livrar dos perigos da floresta. Mas será que o grúfalo realmente não existe? Dica: se for ler para a criança ou junto com ela, mantenha o ritmo da narrativa respeitando as rimas e repetições, pois é justamente isso que torna o livro tão interessante. É legal também fazer algumas “vozes” para diferenciar as personagens e mostrar as ilustrações para a criança saborear com calma a história.
A cor de Coraline, de Alexandre Rampazo
Classificação etária: a partir de 5 anos
Breve descrição: Coraline ouviu de Pedrinho a seguinte pergunta: “Me empresta o lápis cor de pele”? Aí começou a aventura da menina que fica indagando qual seria a cor de pele? Ela olhou todas as cores de sua caixa de lápis. Pequena, tinha apenas 12. Coraline repassou todas as cores e descobriu, maravilhada, que cada cor de pele é bonita, cada cor tem uma razão, cada cor significa uma pessoa, um jeito de ser.
Malala – pelo direito das meninas à educação, de Raphaële Frier
Classificação etária: a partir de 8 anos
Breve descrição: Malala Yousafzai é símbolo de coragem e paz para o mundo. Paquistanesa e muçulmana, desde os 11 anos, luta contra os fundamentalistas islâmicos do Talibã, que dominaram sua cidade e proibiram as meninas de frequentar escolas. Malala se recusou a aceitar a proibição e, por meio de um blog no site da BBC de Londres, passou a denunciar a opressão do Talibã, ganhando notoriedade em seu país e, posteriormente, no mundo todo. Para tentar calar sua voz, os fundamentalistas tentaram assassiná-la, mas, felizmente, Malala conseguiu escapar com vida. Hoje homenageada com Prêmio Nobel da Paz e embaixadora da Consciência da Anistia Internacional, ela prossegue sua luta com mais determinação ainda, para que todas as crianças tenham direito de ir à escola.
Auto da Compadecida, de Ariano Suassuna
Classificação etária: a partir de 10 anos
Breve descrição: O livro consegue o equilíbrio perfeito entre a tradição popular e a elaboração literária ao recriar para o teatro episódios registrados na tradição popular do cordel. É uma peça teatral em forma de auto em três atos, escrita em 1955 pelo autor paraibano Ariano Suassuna. Sendo um drama do Nordeste brasileiro, mescla elementos como a tradição da literatura de cordel, comédia, traços do barroco católico brasileiro e, ainda, cultura popular e tradições religiosas. Apresenta na escrita traços de linguagem oral [demonstrando, na fala do personagem, sua classe social] e apresenta também regionalismos relativos ao Nordeste.