Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial: atenção especial às crianças evita doenças sérias
Um alerta importante se faz necessário neste 26 de abril, Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial. O problema, que causa sérios danos à saúde, também precisa de acompanhamento preventivo desde a infância.
A aferição da pressão arterial deve ser, obrigatoriamente, realizada em todas as crianças acima dos 3 anos e pelo menos uma vez a cada 12 meses. “Em algumas situações, essa medida deve ser feita antes dos 3 anos, como nas crianças com histórico de prematuridade, doenças cardíacas e renais, que já receberam algum transplante, entre outras situações. Com a medida rotineira da pressão arterial, já podemos detectar a hipertensão arterial, que pode estar presente desde o nascimento, ou também identificar níveis alterados que ainda não a caracterizam, mas que podem ser um alerta para que essa criança seja acompanhada mais de perto”, explica a médica nefrologista pediátrica do Hospital Pequeno Príncipe, Lucimary de Castro Sylvestre.
Com a identificação precoce da hipertensão arterial na infância, aliada ao acompanhamento e tratamento adequados, é possível prevenir importantes complicações – como as doenças cardíacas e renais associadas ao problema. “Em adultos, uma das principais causas de doença renal crônica que leva a pessoa a precisar de diálise peritoneal, hemodiálise ou transplante renal é a nefropatia hipertensiva, resultante da hipertensão arterial mal controlada”, completa a especialista.
Para assegurar bem-estar e qualidade de vida às crianças diagnosticadas com hipertensão arterial, alguns cuidados são fundamentais. “Existe o tratamento não medicamentoso, que consiste em bons hábitos de vida como atividade física regular e dieta adequada, sem excessos principalmente de sal, açúcar e gordura. Nem sempre é possível controlar apenas com mudanças no estilo de vida, sendo necessário utilizar medicamentos anti-hipertensivos, que são analisados de acordo com cada caso”, reitera a médica.
Lucimary de Castro Sylvestre lembra que grande parte dos casos de hipertensão arterial na infância é secundária a algum outro problema de saúde ou uso de determinada medicação. Fora isso, há situações que podem ser indicativas da necessidade de um procedimento cirúrgico.
O sobrepeso e a obesidade também contribuem para o aumento dos casos de hipertensão arterial na infância e adolescência. “Dessa forma, a atividade física regular e dieta adequada podem contribuir para o controle e prevenção. No caso das causas secundárias, o hábito da medida da pressão arterial pelos pediatras e outros profissionais da saúde envolvidos no cuidado da criança e do adolescente podem auxiliar no diagnóstico precoce e encaminhamento para o tratamento adequado”, avalia a nefrologista pediátrica.