A investigação do histórico de doenças cardíacas ou vasculares na família é uma importante medida para garantir o melhor tratamento
O fator hereditário tem papel importante na prevenção contra o colesterol LDL (considerado ruim) na infância e adolescência. O assunto é sério e merece atenção especial dos pais e responsáveis, uma vez que dados recentes da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) apontam que 20% das crianças e adolescentes, entre 2 e 19 anos, apresentam níveis elevados de gordura no sangue.
Neste Dia Nacional de Combate ao Colesterol (8 de agosto), faz-se fundamental um alerta para a necessidade da investigação do histórico familiar e manutenção de hábitos saudáveis. “É preciso investigar os casos de doenças cardíacas ou vasculares, como o AVC, por exemplo, na família. No caso de crianças adotivas, em que não se conhece a família biológica, é importante também realizar exames para saber como está o colesterol”, explica a endocrinologista pediátrica do Hospital Pequeno Príncipe Gabriela Kraemer.
A médica lembra que a diabetes e a obesidade também exigem um cuidado especial. “Os pediatras têm que ficar atentos, pois os valores de referência de colesterol são diferentes de criança para adulto. Existem diretrizes do Ministério da Saúde para solicitar exames de colesterol para o público infantojuvenil”, completa a especialista.
Tipos
Existem dois tipos de colesterol: o LDL, também chamado de “ruim”, pois pode depositar gordura nas artérias e provocar o seu entupimento. Já o HDL, conhecido como “bom”, faz o contrário e evita o acúmulo e possível obstrução dos vasos sanguíneos.
O aumento do colesterol, além das tendências genéticas e hereditárias, pode estar diretamente relacionado à ingestão de gorduras saturadas – presentes em carnes vermelhas, massas, doces, álcool e frituras.
O tratamento para o colesterol alto exige mudanças de hábitos. Optar por uma alimentação saudável, com um consumo maior de fibras e a diminuição do consumo de gorduras, é essencial. Praticar atividades físicas, reduzir o estresse e manter a pressão arterial estável e o peso sob controle também são medidas fundamentais para o equilíbrio do organismo.
Mitos e verdades: colesterol
Crianças podem ter colesterol alto?
VERDADE. Além do histórico familiar da doença, crianças que não praticam exercício físico regularmente e que consomem com frequência alimentos como massas, frituras, bolachas recheadas e doces podem ter colesterol alto.
Existem sintomas para quem está com colesterol alto?
MITO. Por isso, é importante adotar atitudes de prevenção desde a infância, como a prática de exercícios físicos (brincadeiras com movimento), alimentação saudável, consultar um pediatra de sua confiança periodicamente e realizar exames de sangue.
O excesso de colesterol é exclusivamente causado pela alimentação?
MITO. O aumento do colesterol também pode ser ligado a fatores genéticos e hereditários, portanto, é importante informar o pediatra sobre qualquer histórico familiar de doenças cardíacas e obesidade.
O estilo de vida pode contribuir para os níveis altos de colesterol?
VERDADE. O sedentarismo e o consumo excessivo de alimentos como carnes vermelhas, massas, doces e frituras podem aumentar o nível do colesterol.