Dia Mundial do Brincar: mais que um passatempo, brincadeiras desenvolvem habilidades e garantem a descoberta do próprio corpo
Neste Dia Mundial do Brincar, celebrado em 28 de maio, vale a pena lembrar que o assunto vai muito além da diversão e do lúdico. As brincadeiras são fundamentais na rotina das crianças e garantem inúmeros benefícios, como a descoberta dos sentidos e do próprio corpo.
O médico pediatra neonatologista intensivista do Hospital Pequeno Príncipe, Luiz Renato Valério, lembra que esse hábito é fundamental para o desenvolvimento de meninos e meninas. “As crianças precisam brincar. É uma necessidade importante, que precisa ser estimulada”, completa.
Em 2018, o movimento internacional Aliança pela Infância propôs o tema “Brincar de Corpo e Alma” para marcar a data. A ideia é reforçar a importância da criança estar integralmente envolvida com a brincadeira, tanto na vivência como no desenvolvimento do seu ser e estar no mundo.
Por conta dessa proposta, o médico frisa as vantagens do estímulo de atividades que garantem interação e o desenvolvimento de habilidades, como andar de bicicleta, pular corda, jogar betes, entre outras. “São essenciais para o desenvolvimento da coordenação, sintonia, sincronia e atenção”, fala Valério.
Andar descalço, completa o especialista, também garante, por exemplo, o contato com a natureza. “São rotinas saudáveis e que fazem um contraponto importante com as diversões eletrônicas. Por isso, cabe aos pais e à própria escola incentivar essas descobertas”, reitera.
Consciência corporal
Brincar, de acordo com a coordenadora do Setor de Voluntariado do Hospital Pequeno Príncipe, Rita Lous, propicia descobertas. “Toda brincadeira, seja individual, coletiva, com o próprio brinquedo ou com materiais que tenham outras funções, permite que a criança possa, por meio da representação simbólica, criar situações imaginárias das quais podem surgir elaborações importantes para o seu desenvolvimento. O corpo está nessa dinâmica permitindo, dessa forma, à criança a reflexão a partir do que é sentido no movimento, levando a descobertas de potencialidades até então nem imaginadas”, observa.
Rita Lous lembra que brincadeiras dinâmicas, como andar de bicicleta, que propiciam o contato com materiais múltiplos, representam uma expansão no repertório de impressões registradas por meio do ato de brincar. “Essas ações auxiliam a criança no seu desenvolvimento global, impulsionam o potencial psicomotor e cognitivo, por meio da necessidade do autocontrole, incitam as relações sociais pelo conjunto de regras a serem seguidas e reforçam o cooperação pelo prazer do percurso da brincadeira e pelo objetivo a ser alcançado”, avalia.
Como o brincar permite o movimento, a partir dele a criança pode se dar conta de como o corpo se comporta. “Na brincadeira coletiva é preciso interagir, com isto é necessário perceber como passar de um espaço individual ao coletivo, conviver no momento, que intensidade os movimentos podem ter, que ações podem ser criadas para que o objetivo da brincadeira possa ser alcançado”, finaliza.