Em algum momento da vida, todos vão passar pelo luto de perder alguém querido, por isso o Hospital Pequeno Príncipe orienta sobre ficar atento aos sentimentos dos pequenos e a como isso os afeta
Psicóloga orienta sobre como conversar sobre a morte com as crianças.
A conversa sobre a morte de um ente querido é um desafio para os adultos, e muitas vezes a conversa não se estende para as crianças. No entanto, esse assunto precisa ser abordado, pois o luto faz parte da vida de todas as pessoas. Por isso, o Hospital Pequeno Príncipe destaca a importância de ficar atento aos sentimentos dos pequenos nesses momentos difíceis e de perceber como isso os afeta.
A psicóloga e gerente do Setor de Voluntariado do Pequeno Príncipe, Rita Lous, afirma que ouvir o que as crianças estão sentindo com a morte de alguém é o primeiro passo para falar de luto para os pequenos. “Cada pessoa vai lidar de forma única e individual com a perda de outra pessoa, e para as crianças não é diferente. Nós podemos ter ideias pré-concebidas e adiantar coisas que para as crianças não fazem sentido quando não ouvimos o que elas têm a dizer sobre a situação. Por isso, parar e ouvi-los faz toda a diferença”, pontua.
Os adultos possuem experiências de vida e situações cristalizadas em relação ao mundo e às situações que os rodeiam, diferentemente das crianças, que ainda estão em desenvolvimento e construindo suas experiências. Isso contribui para que elas superem o luto de maneira diferente do que os adultos, mas o processo para ambos é o mesmo.
Como conversar sobre a morte com as crianças?
Quando alguém próximo à criança morre vale explicar que aquela pessoa não vai voltar. Usar frases como “ela está viajando” ou algo nesse sentido não é indicado, pois pode desencadear outros sentimentos nos pequenos. “A separação vai trazer uma ausência daquela pessoa ou animal de estimação. O que vai restar é a saudade. As crianças e os adultos precisam aprender a lidar com a saudade, com a falta, que costuma ser muito intensa no início”, conta a psicóloga.
Os adultos podem compartilhar com as crianças o que sentem em relação à perda, para que o pequeno entenda que os adultos também ficam tristes e sofrem. “Podem dizer que sentem saudades, que gostariam que a pessoa estivesse aqui ainda. Mas que isso faz parte da vida”, explica a especialista, que completa: “Isso pode ajudar a criança a se estruturar e aceitar melhor a perda.”
Além disso, é importante nomear os sentimentos, pois a morte de alguém também pode gerar sentimentos dúbios: tristeza pela partida e raiva por não ter se despedido. As crianças precisam de um direcionamento e da nomeação do que estão sentindo para não criarem fantasias sobre a partida daquela pessoa que não condizem com a realidade. É importante elas entenderem o que aconteceu e que não é culpa delas. No caso dos bebês, também vale explicar o que está acontecendo, mesmo que eles não respondam, afinal eles percebem que algo está diferente entre os adultos.
Perdas simbólicas
O falecimento de um ente querido afeta a criança e pode ser difícil lidar com essa situação, mas outras perdas também são sentidas pelos pequenos. Um exemplo é a morte de um bichinho de estimação. A psicóloga diz que o ritual é importante e deve ser seguido, pois a despedida do animal e a explicação de que ele não vai mais estar ali com a criança são fundamentais e auxiliam o pequeno a compreender o que aconteceu.
Um brinquedo destruído por outra criança também pode ser uma perda. Ainda mais se o objeto foi presente de alguém querido. Mesmo que não pareça, isso é significativo para os pequenos. Diversas situações podem significar luto para eles, como o divórcio dos pais, a mudança de escola e de casa, um irmão que vai morar em outro país, entre outras situações que precisam ser conversadas. O diálogo é fundamental.
Identificar sinais de que algo não vai bem
As crianças também falam por metáforas, que fazem parte da compreensão do processo de luto, como o uso de música, desenho ou história para expressar o que estão sentindo e vivendo. Essa representação é importante e pode indicar sinais de que os pequenos precisam de ajuda profissional:
choro prolongado;
tristeza extrema;
falta de interesse em atividades que gostava;
dificuldades na escola; e
agressividade.
“Nós temos uma cultura de que ninguém pode ficar triste, mas não existe felicidade o tempo todo. O que existe são momentos de tristeza e de alegria. E o grande desafio da vida é aprender a conviver com isso”, ressalta a psicóloga.
Aproveitar os momentos da vida
Lidar com a morte e pensar sobre a partida de um ente querido leva a muitas reflexões. Para os adultos, pode ser mais difícil por conta do sentimento de impotência. Por exemplo, de que poderia ter passado mais tempo com a pessoa, ter dito o quanto a amava, entre outros pensamentos como esses, ou seja, pelo que gostariam de ter feito. Mas que não são frequentes nas crianças. Segundo a psicóloga, é preciso valorizar os momentos com as pessoas com quem se tem laços de afeto, pois eles fortalecem e possuem significados importantes, mesmo depois da ausência dos entes queridos.
“A vida é finita, e precisamos saber lidar com a saudade coletivamente, porque ela vai existir. O luto não é um tempo cronológico, vai depender de como cada um vai lidar com a situação. E a vida precisa ser retomada, mesmo com a ausência daquela pessoa. Os adultos encontram formas de conviver com a saudade, e as crianças também. É preciso viver o luto, saber conviver com a tristeza e com a ausência. O tempo é um aliado, mas mesmo que a saudade diminua ela sempre vai estar presente”, finaliza.
Confira, no vídeo a seguir, mais informações de como lidar com o luto na infância:
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