Destaque na imprensa – Assista à reportagem completa do Jornal Nacional e conheça um pouco mais sobre o Programa de Stewardship de Antimicrobianos do maior hospital exclusivamente pediátrico do Brasil.
Pequeno Príncipe cria método para evitar resistência aos antibióticos
A Organização Mundial da Saúde (OMS) já fez diferentes alertas para a falta de antibióticos para combater as bactérias super-resistentes, consideradas uma ameaça global. O Programa de Stewardship de Antimicrobianos, criado pelo maior hospital pediátrico do Brasil, preza pelo uso mais efetivo desses medicamentos – que, quando usados indiscriminadamente, são uma das principais causas das superbactérias.
A iniciativa consiste na expertise do farmacêutico clínico para auxiliar o médico na gestão do uso de antimicrobianos, principalmente promovendo a articulação com os demais integrantes da equipe de assistência. Os principais resultados obtidos pelo Pequeno Príncipe foram a redução de dias de uso de antibióticos, diminuição de custos e controle do avanço da resistência a esses fármacos.
“Por meio desta iniciativa, o Pequeno Príncipe oferece para a comunidade da saúde a sua experiência em controle de antimicrobianos. Nosso modelo encontra-se maduro o bastante para ser compartilhado com parceiros que enfrentam este grande desafio de combate ao avanço da resistência aos antimicrobianos”, explica o médico pediatra coordenador do projeto, Fábio Motta.
O modelo de gerenciamento de antimicrobianos praticado pela instituição desde 2013 já foi levado para outros quatro hospitais de grande porte. São eles: Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (São Paulo/SP), Hospital Universitário de Sergipe (Aracaju/SE), Hospital Ministro Costa Cavalcanti (Foz do Iguaçu/PR) e Hospital do Trabalhador (Curitiba/PR) – ainda no primeiro ano de pandemia. Agora, o Pequeno Príncipe capacita outros hospitais brasileiros para o uso racional de antibióticos.
Sobre o projeto de capacitação a outros hospitais
O projeto – que está em fase de diagnóstico – terá duração de 12 meses e incluirá curso on-line, mentoria customizada, discussão de casos clínicos, apresentação de indicadores e possibilidade de publicação de resultados, além de consultoria e apoio diário a distância com especialistas do Pequeno Príncipe. A iniciativa conta com subsídio financeiro da companhia farmacêutica Pfizer, por meio de uma linha que apoia projetos independentes de melhoria de qualidade hospitalar.
Confira a lista dos hospitais selecionados para participar do projeto
- Hospital de Criança José Alencar (Brasília/DF)
- Hospital Evangélico de Londrina (Londrina/PR)
- Hospital Marcio Cunha – Fundação São Francisco Xavier (Ipatinga/MG)
- Hospital Regional do Baixo Amazonas do Pará Dr. Waldemar Penna (Santarém/PA)
- Hospital Samaritano Higienópolis (São Paulo/SP)
- Hospital São Vicente de Paulo (Passo Fundo/RS)
- Hospital Unimed Fortaleza (Fortaleza/CE)
- Hospital Universitário Prof. Polydoro Ernani de São Thiago – HU/UFSC (Florianópolis/SC)
- Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira (Rio de Janeiro/RJ)
- Real Hospital Português Beneficência (Recife/PE)
Por que controlar o uso de antibióticos?
Fatores como o uso excessivo dos medicamentos, prescrições equivocadas, doses inadequadas e poucas ações de controle são alguns dos fatores responsáveis pelo desenvolvimento da resistência ao medicamento, que representa um grande desafio para as instituições de saúde. Um estudo de 2014, realizado pelo macroeconomista inglês Jim O’Neill, estimou que, se nada for feito, no ano de 2050, aproximadamente dez milhões de pessoas irão morrer por questões atribuídas à perda de efeito dos antimicrobianos. E a expectativa de estudiosos desse assunto é que esse cenário possa vir a se agravar com a atual pandemia da COVID-19.