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A prevenção da gravidez na adolescência começa com a educação sexual
A taxa de gravidez na adolescência no Brasil é alta. De acordo com o Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (Sinasc), somente em 2019 foram 419.252 bebês nascidos de adolescentes de 15 a 19 anos. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a gestação nessa fase é uma condição que eleva a prevalência de complicações de saúde para a mãe, para o feto e para o recém-nascido, além de agravar problemas de ordem afetiva e emocional, e impactar em suas escolhas de futuro. Diante desse cenário, a educação sexual desde a infância é imprescindível para conter o avanço da gravidez de adolescentes.
A especialista em Medicina do Adolescente Darci Vieira da Silva Bonetto, do Hospital Pequeno Príncipe, realça que a sexualidade deve ser trabalhada desde a infância, com a orientação e esclarecimento das dúvidas, de acordo com a fase que a criança ou o adolescente está vivendo. “As pessoas confundem muito a sexualidade com sexo. O sexo está relacionado aos órgãos genitais e faz parte da sexualidade, que é algo muito maior, e envolve todos os órgãos dos sentidos, e dimensões psicológicas e sociais, como o afeto, o amor, o respeito, a compreensão, entre outros”, explica a médica.
Os estímulos hormonais, o início mais cedo da menarca, a pressão social, a falta de diálogo e a curiosidade são alguns fatores que contribuem para a atividade sexual precoce, despreparada e desprotegida, que pode resultar em uma gravidez inoportuna ou não desejada. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 27,5% dos escolares do nono ano do ensino fundamental, do sexo feminino, já iniciaram a atividade sexual. “A falta de responsabilidade e desinformação sobre a sexualidade, somados às questões emocionais e psicossociais, assim como à falta de limites e à erotização por meio da mídia, contribui para o desconhecimento das consequências. Por isso, a importância de um ambiente acolhedor e educativo sobre sexualidade e gênero tanto na família, como na escola e com os profissionais de saúde, para adolescentes de ambos os sexos”, esclarece.
A médica reforça a necessidade do diálogo, que deve acontecer ao longo da vida, sem tabus e preconceitos, para que os adolescentes tenham as informações necessárias e exerçam sua sexualidade com responsabilidade, de forma saudável e no tempo certo. “Se não existe o diálogo, os filhos também não vão perguntar. É muito difícil que um adolescente compartilhe algo com os pais ou responsáveis se não existe uma troca. Quando os pais dão a abertura, os filhos são bem informados e, consequentemente, mais conscientes sobre o início da vida sexual com segurança.”
Educação é o caminho para vida sexual saudável e responsável
Um dos mais importantes fatores de prevenção da gravidez precoce é a educação. Educação sexual integrada, entre família, escola e profissionais de saúde, faz parte da promoção do bem-estar de adolescentes ao realçar a importância do comportamento sexual responsável, o respeito pelo outro, a igualdade e a equidade de gênero, assim como a proteção da gravidez e de infecções sexualmente transmissíveis.
“A adolescência é a fase dos sonhos, descobertas, fantasias e curiosidades. Os jovens precisam ter um projeto de vida, para prestarem atenção aos seus atos e evitar que uma gravidez interrompa seus sonhos. Vemos que a maioria das adolescentes grávidas abandonam a escola e perdem oportunidades no futuro”, orienta a médica.
O Pequeno Príncipe apoia o movimento de proteção, respeito e empoderamento da adolescência na perspectiva de contribuir para uma formação adequada, escolhas conscientes e responsáveis, descobertas de desejos e sonhos e protagonismo quanto ao seu destino. “Nosso papel é informar, dialogar, acolher e apoiar suas escolhas dando-lhes segurança e proteção”, completa a diretora-executiva do Hospital, Ety Cristina Forte Carneiro.