Sobre as imunodeficiências primárias
O sistema imunológico é responsável pela defesa do organismo. Porém, algumas pessoas podem nascer com modificações em genes desse sistema, alterando a produção ou o funcionamento das células e apresentando infecções de repetição. Essas modificações fazem parte de um grupo de mais de 300 doenças conhecido como imunodeficiências primárias. Não há prevenção, por isso o diagnóstico precoce é tão importante para o encaminhamento ao tratamento dirigido que aumente a qualidade e a expectativa de vida do paciente.
Palestra destaca a importância da imunoglobulina no tratamento das imunodeficiências primárias
O Hospital Pequeno Príncipe promoveu nesta quarta-feira, dia 26, a palestra “Aspectos práticos da imunoglobulina para o tratamento das imunodeficiências primárias”. O evento, que faz parte da programação da Semana Mundial das Imunodeficiências Primárias, celebrada de 22 a 29 de abril, reuniu médicos, residentes, enfermeiros e demais profissionais do corpo clínico da instituição. O assunto requer urgência, já que mais de 50% dos pacientes com a doença teriam de fazer o uso dessa medicação.
A infusão periódica de imunoglobulina é um tipo de tratamento que oferece anticorpos e protege os pacientes com imunodeficiências primárias de muitas infecções. A produção desse medicamento depende da doação do plasma humano, sendo que cada frasco contém de 10 a 40 mil doadores diferentes. Por conta do processo ser diferente em cada fabricante, não há um produto que sirva a todas as pessoas. “Por isso, é importante que o tratamento seja individualizado e personalizado de acordo com as necessidades de cada paciente”, pontuou a médica imunologista Carolina Prando.
Existem diferentes vias de administração (intravenosa e cutânea) e, de acordo com a especialista, a chegada do medicamento na versão subcutânea diminuiu as reações adversas. A monitoração clínica, laboratorial e a qualidade de vida antes e depois das infusões são fundamentais para nortearem o tratamento dos pacientes. “É fundamental que a equipe médica multidisciplinar atue junto aos enfermeiros e farmacêuticos para a padronização da administração da imunoglobulina, garantindo um tratamento mais eficaz”, finalizou a médica.