Acompanhe também as redes sociais do Pequeno Príncipe e fique por dentro de informações de qualidade!
Facebook, Instagram, Twitter, LinkedIn, YouTube e TikTok.
Por que é importante não reprimir o choro?
A expressão de emoções é um ato espontâneo do ser humano. Ao nascer, o choro tem uma função anterior à comunicação – é uma via para manifestar desconforto e permite respirar, ou seja, é primordial para a sobrevivência. Durante a vida, outras diferentes manifestações passam a fazer parte e são aprimoradas no processo de amadurecimento. Entre elas, a linguagem oral, corporal, escrita, projeções, entre outras. No entanto, reprimir o choro de crianças e adolescentes pode ter impactos profundos na saúde mental. Isso porque essa é uma das formas de comunicar-se melhor e expressar-se honestamente nas relações.
Quais são os impactos de reprimir o choro em crianças e adolescentes?
O choro é uma explosão decorrente de emoções genuínas. Por isso, reprimi-lo pode gerar tensionamento interno, impactando em níveis de estresse potencialmente danosos para a saúde física e mental. “Reprimir o choro repetidamente pode levar ao aprendizado de que a expressão das emoções é algo negativo. Isso resulta em funcionamento psíquico contido e, por vezes, em estados de solidão e angústia”, explica a psicóloga e coordenadora do Serviço de Psicologia do Hospital Pequeno Príncipe, Angelita Wisnieski da Silva.
A expressão das emoções, além de proporcionar alívio, tem a função de comunicar ao meio externo o que a pessoa está sentindo, impactando diretamente as relações. Por meio do choro, o organismo libera substâncias químicas que ajudam a reduzir o estresse e aliviar as dores físicas e emocionais. Além disso, chorar faz a pessoa respirar fundo e oxigenar melhor o cérebro, o que colabora na reorganização neuroquímica.
Como criar um ambiente seguro para expressar as emoções?
A expressão das emoções deve ser acolhida como algo natural e humano. Deste modo, os pais e cuidadores devem estar atentos a não invalidar, repreender ou ridicularizar as expressões. “Além disso, é benéfico que os adultos se permitam manifestar também suas emoções para naturalizar isso para as crianças, nomeando e conversando a respeito do que sentem”, complementa a especialista.
Crianças e adolescentes regularmente tensos, irritados, isolados e calados podem estar sofrendo com a impossibilidade de expressar suas emoções. Nestes casos, cabe aos pais e cuidadores ajudá-los a manifestar o mal-estar interno. Isso pode ser feito por meio de presença e diálogo, bem como exercícios que levem à projeção como brincadeiras livres, desenhos e produção de narrativas. Tais atitudes ajudam também a nomear e dar sentido às diferentes emoções.
A psicóloga pontua ainda que repreender a criança ou o adolescente por chorar, às vezes, pode acontecer com a intenção de cessar uma expressão de manha ou birra. No entanto, essas também são expressões de desconforto interno e precisam de atenção. Ao mesmo tempo, hábitos culturais enraizados levam os pais e cuidadores, sem perceber, a repreender mais o choro dos meninos. “Mas é preciso superar essa barreira que separa padrões. Precisamos assumir que estamos todos interligados e que a forma como cada um lida com as emoções tem consequências sobre os outros e sobre as próximas gerações”, finaliza Angelita.
O Pequeno Príncipe é signatário do Pacto Global desde 2019. A iniciativa presente nesse conteúdo contribui para o alcance do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS): Saúde e Bem-Estar (ODS 3).