Números
O maior serviço de oncologia pediátrica do Paraná, referência nacional em tumores sólidos e doenças hematológicas, conta com três vagas para transplante de medula óssea. Ao todo, 75% dos atendimentos do serviço são feitos via Sistema Único de Saúde (SUS). A cada ano, são cerca de 5 mil atendimentos ambulatoriais, mais de 3 mil sessões de quimioterapia e 900 internações.
Com fila interna zerada, transplante de medula óssea é feito em pacientes de outros estados
A fila interna de pacientes em espera por transplante de medula óssea (TMO) no Pequeno Príncipe está praticamente zerada, o que tem aberto a oportunidade para que crianças e adolescentes de outros estados também sejam encaminhados para atendimento no Hospital. Só neste ano, já foram executados 16 transplantes. O cenário positivo é propício para o mês em que são lembrados os dias nacionais de Combate ao Câncer Infantil – em 23 de novembro – e de Combate ao Câncer – em 27 de novembro.
Anualmente, 120 novos casos de crianças e adolescentes com câncer chegam ao Pequeno Príncipe. Cerca de 50% das ocorrências são de leucemia, sendo que o transplante de medula é indicado para um terço dos pacientes. De acordo com a coordenadora do Setor de Hemato-oncologia, a oncologista pediatra Flora Watanabe, os TMOs feitos no Pequeno Príncipe são autólogos – quando as células transplantadas são do próprio paciente – ou familiares – quando o doador é um parente.
“Quando as células vêm de um outro doador, os casos são encaminhados para o Hospital de Clínicas ou o Nossa Senhora das Graças. São transplantes mais complexos e a autorização para esse tipo de procedimento está em negociação com o Ministério da Saúde”, diz Flora. O serviço de transplante foi instituído no Hospital em 2011.
Nos corredores do Hospital, além de meninos e meninas de Curitiba e de outras cidades do Paraná, estão muitos pacientes e familiares vindos de outras partes do Brasil. É o caso do catarinense Arthur, 9 anos, que passou por um TMO neste mês. Vindo de Videira, município do Oeste catarinense, com 50 mil habitantes, o menino enfrenta a leucemia há quatro anos. Depois de ter tratado a doença com sessões de quimioterapia em Florianópolis (SC), o câncer voltou no começo deste ano.
Em março, a família descobriu que o irmão de 6 anos era doador e, nove meses depois, o transplante foi feito no Pequeno Príncipe. “Só temos a agradecer a Deus. É agoniante lembrar que nos falaram que a espera poderia ser de pelo menos um ano, dois. Imagina o meu filho ficar esse tempo todo na quimioterapia”, diz o pai, Enilsimar Estevam de Assis.
Cerca de 40 crianças são atendidas pela equipe do Setor de Hemato-oncologia todos os dias. Os outros tipos de câncer infantil mais atendidos no Hospital são tumores cerebrais, linfomas, tumor de Wilms (rins) e neuroblastoma. “Hoje vivemos uma fase da medicina muito mais especializada. O nosso tratamento é multidisciplinar, no qual conseguimos estar focados mais na nossa área. Hoje conseguimos ter um olhar mais completo da criança e temos tratamentos mais avançados que permitem maior qualidade de vida aos pacientes”, afirma Flora, que faz parte da equipe de Oncologia do Pequeno Príncipe desde 1976.