Implante coclear é tema de palestras no Hospital Pequeno Príncipe
Começar a ouvir é uma grande conquista para qualquer pessoa que tenha nascido com deficiência auditiva. No Brasil, o índice é alto. Segundo o Ministério da Saúde, a cada mil crianças, três possuem problemas auditivos. A boa notícia é que há três anos o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece no Paraná a cirurgia de implante coclear, mas o tema ainda não é de total conhecimento público. Por isso, nesta sexta-feira, dia 17, foi realizado o primeiro Encontro de Pais, Professores e Fonoaudiólogos de Pacientes Usuários de Implante Coclear no Hospital Pequeno Príncipe, organizado pelo Grupo de Implante Coclear da instituição.
Durante as palestras, temas como a conceituação do implante, cuidados com o manuseio, sistema FM, reabilitação da audição e fala, questões emocionais e sociais, contribuição das escolas e trabalho fonoaudiológico especializado foram apresentados aos participantes. Eles contribuíram durante todo o processo com histórias de vida e experiências no ambiente escolar e familiar. Para Ângela Ribas, integrante do Grupo de Implante Coclear do Hospital, a surdez é um problema de saúde pública. “Em 2012 nasceram nove mil crianças surdas no Brasil, mas apenas três mil receberam aparelhos auditivos. Nós precisamos de políticas públicas para facilitar o acesso das famílias à condição de ouvir normalmente”, relata a fonoaudióloga.
Antônio Nascimento, pai do paciente implantado Abíne Quevédo do Nascimento, de cinco anos, adorou o procedimento realizado no Hospital Pequeno Príncipe. “Tudo aconteceu muito bem, depois de dois anos de implante ele já está conversando em casa e agora vai entrar no primeiro ano (escolar)”, conta o pai.
O procedimento
A cirurgia de implante coclear consiste em inserir na parte interna do ouvido um dispositivo eletrônico composto por um grupo de eletrodos e um aparelho receptor. Além do interno, outro aparelho é colocado atrás da orelha do paciente.
Esse conjunto de equipamentos passa a fazer a função da cóclea, codificando os sons, transformando os sinais sonoros em impulsos elétricos e fazendo com que a pessoa passe a ouvir. Para que o paciente comece a se comunicar, no entanto, é necessário acompanhamento fonoaudiólogo, com objetivo de fazer o cérebro “aprender” a entender os sons produzidos por meio do aparelho implantado. Esse aprendizado pode levar de seis meses a mais de dois anos. Quanto mais nova for a criança, mais facilidade terá de se adaptar ao implante.