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Gastrosquise: diagnóstico é possível pelo ultrassom na gestação
A gastrosquise é uma malformação congênita rara da parede abdominal, que atinge um a cada 2.500 nascidos vivos. O defeito faz com que o intestino delgado e, eventualmente, estômago e cólon fiquem expostos para fora da barriga do bebê, no líquido amniótico da mãe. As consequências podem ser graves, por isso é muito importante que, após o diagnóstico por meio do ultrassom, a partir da 12.ª semana de gestação, a família busque informação para o melhor tratamento. A doença ganhou destaque depois de as celebridades Pedro Scooby e Cintia Dicker revelarem a condição de sua filha, Aurora.
A cirurgiã pediátrica Elisângela de Mattos e Silva, do Hospital Pequeno Príncipe – referência em procedimentos de alta e média complexidade, como a cirurgia de correção da gastrosquise –, explica que, após o diagnóstico ainda na gestação, é muito importante a família contar com uma equipe multidisciplinar para atender ao caso, formada por obstetra, pediatra e cirurgião pediátrico. “Assim, algumas manobras podem ser feitas já no momento do parto para proteger o conteúdo intestinal, e o recém-nascido é direcionado a um hospital especializado com cirurgia pediátrica, anestesiologia pediátrica, UTI Neonatal e demais profissionais com experiência nesse caso”, pontua.
Diagnóstico precoce é essencial
A gastrosquise pode ser diagnosticada ainda na gestação por meio do ultrassom obstétrico e com mais detalhamento pelo ultrassom morfológico, que revela a anatomia do bebê. Segundo a médica, a causa para a malformação ainda é controversa, entretanto é mais comum que ocorra em mulheres com menos de 20 anos. “As alças intestinais são formadas para fora da barriga e durante a formação do feto ocorre a entrada das alças e o fechamento da parede abdominal. Na gastrosquise, não há esse fechamento. Por isso, na 12.ª semana, é possível diagnosticá-la”, explica a cirurgiã pediátrica.
Tratamento da gastrosquise
O tratamento deve ser o mais rápido possível, pois depois do nascimento os órgãos ficam expostos ao ambiente e suscetíveis a traumas e infecções. Por isso, assim que o diagnóstico é feito na gestação, a família deve consultar especialistas para que o parto seja realizado com o suporte adequado em centros de referência. Dependendo da gravidade do caso, o bebê pode ser submetido a mais de uma cirurgia com o objetivo de deslocar o tecido exposto e reconstruir a parede intestinal.
Como após voltar para dentro da barriga, o conteúdo do intestino está inchado, é normal que o trânsito intestinal demore para regular-se e, durante esse período, a criança precise de nutrição parenteral para alimentar-se pela veia. “Alguns bebês levam semanas ou até meses para retomar a alimentação, o que exige uma atenção especial em uma UTI Neonatal. É comum que ocorram também malformações associadas, geralmente relacionadas ao intestino, como atresia e intestino curto”, ressalta a médica.
“O prognóstico é bom quando o caso é diagnosticado durante a gravidez, tratado adequadamente com proteção do conteúdo intestinal, diagnosticadas outras possíveis complicações, com trânsito intestinal reconstituído e parede abdominal totalmente fechada”, finaliza Elisângela.
O Pequeno Príncipe é signatário do Pacto Global desde 2019. A iniciativa presente nesse conteúdo contribui para o alcance do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS): Saúde e Bem-Estar (ODS 3).