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Fimose: quando é necessário operar?
A fimose é o estreitamento anormal do prepúcio (pele que recobre o final do pênis), impedindo ou dificultando a exposição da glande (cabeça do pênis). De acordo com a Sociedade Brasileira de Urologia, 97% dos meninos nascem com a chamada fimose primária (fisiológica). Esse número cai para cerca de 10% aos 3 anos de idade e gira em torno de 1% a 3% nos adolescentes. Quando a fimose aparece após o nascimento, ela é classificada como secundária.
Os dados mostram que a fimose primária é comum entre os meninos, sendo que o problema se resolve de maneira espontânea durante os primeiros anos de vida. Porém, se ela persiste durante a infância, são indicados tratamentos específicos de acordo com o quadro de cada criança. O problema pode ser fisiológico ou ter sido causado por infecções, traumas, força na retração da pele, entre outros fatores.
Os principais sintomas estão associados à queixa de dor para realizar a higiene ou, nos casos mais graves, ao surgimento de infecções locais (balanopostites), infecções do trato urinário e retenção urinária, por exemplo. “As crianças também podem ser assintomáticas, e os sinais aparecerem apenas após o início da atividade sexual”, explica a cirurgiã pediátrica Karin Lucilda Schultz, do Hospital Pequeno Príncipe. Em situações mais complexas, a fimose pode prejudicar ainda a micção e comprometer a bexiga. A confirmação do diagnóstico adequado deve ser realizada pelos especialistas, por meio de exame físico.
Tratamento
O tratamento depende do grau de severidade, podendo ser tópico, com o uso de pomadas ou creme de corticoide, por cerca de quatro a oito semanas, ou cirúrgico. Cada criança deve ser avaliada individualmente por um cirurgião pediátrico ou urologista para definir quais os procedimentos mais indicados para cada situação.
Se houver recomendação cirúrgica, na maior parte das ocorrências o procedimento acontecerá em regime ambulatorial, ou seja, a criança será internada e receberá alta no mesmo dia. O procedimento consiste em fazer a correção da fimose (postectomia) por meio da remoção do anel estenótico, que se encontra estreitado, podendo ser usadas diferentes técnicas.
“Após a cirurgia, há necessidade de acompanhar possíveis complicações como o sangramento, infecção e estenose do local”, destaca a especialista do Pequeno Príncipe. Possíveis incômodos sentidos nos primeiros dias depois do procedimento tendem a desaparecer, sem nenhum prejuízo na vida adulta.
Cuidados para a fimose primária
Para as crianças com fimose primária, sem complicações, os cuidados gerais incluem:
- evitar tração forçada do prepúcio ou “massagens” (para evitar sangramento e fibrose, com subsequente desenvolvimento de fimose patológica);
- realizar a tração gentil do prepúcio durante as trocas de fralda e/ou durante o banho, com a retração do prepúcio e exposição da glande de forma gradual e progressiva. Enquanto o prepúcio vai sendo naturalmente retraído, lavar e secar a região exposta. Após a tração do prepúcio, sempre reduzir a tração (recobrir a glande) para evitar parafimose (quando o prepúcio fica retraído abaixo da glande e não pode ser reduzido à sua posição normal, que resulta em congestão venosa e linfática da glande);
- instruir as crianças maiores a fazer essa tração gentil no banho, higiene adequada e redução da tração (recobertura da glande).
Fonte: Ministério da Saúde