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Síndrome de Asperger: fique atento aos sinais para o diagnóstico preciso
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) abrange uma série de condições que comprometem o comportamento social em diferentes níveis. Em 2013, a quinta versão do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais incorporou a síndrome de Asperger aos critérios diagnósticos do TEA, sendo agora considerada uma variação mais branda do autismo e diminuindo o número de diagnósticos específicos da síndrome. Por isso, neste Dia Internacional da Síndrome de Asperger, o Pequeno Príncipe reforça a importância da observação apurada em casa e na escola para um diagnóstico preciso e necessário para garantir o acompanhamento mais adequado ao paciente.
Dificuldades na interação social e na coordenação de movimentos, além de comportamentos repetitivos e modos de comunicação peculiares, são alguns dos sintomas da síndrome de Asperger – que se manifestam na expressão de frases e termos em tom rebuscado e no interesse por temas muito específicos. Meninos e meninas com a síndrome não apresentam atrasos significativos no desenvolvimento da linguagem, mas têm inteligência na média ou superior à das outras crianças. Também preferem rotinas bem estabelecidas, criando rituais para o dia a dia.
O diagnóstico realizado por equipe multiprofissional envolve principalmente profissionais das áreas da saúde e da educação. Isso porque alguns dos sintomas podem ser observados na idade pré-escolar; já outros se acentuam na fase escolar. “É nessa fase que interesses peculiares, como fascinação por escalação de jogadores para um campeonato de futebol, lista de planetas e astros e detalhes sobre um jogo de videogame, por exemplo, são reconhecidos e surgem sustentados por problemas de interação social com os colegas e professores”, explica o médico Anderson Nitsche, neuropediatra do Hospital Pequeno Príncipe.
De acordo com o especialista, não há cura ou medicamentos específicos para tratamento. Mas o diagnóstico precoce, acompanhado de terapias psicossociais intensivas e especializadas, estimula a melhora progressiva do desenvolvimento do paciente. O neuropediatra ainda destaca que é fundamental que a família e a escola tenham participação ativa nesse processo, acolhendo, compreendendo e organizando os ambientes em que a criança vive.
Diagnóstico diferencial e tratamento interdisciplinar
O diagnóstico diferencial e o tratamento interdisciplinar são fundamentais para crianças e adolescentes com transtornos do neurodesenvolvimento. Isso porque podem provocar impacto na formação cognitiva e no desempenho escolar, bem como influenciam no desenvolvimento afetivo, social e familiar dos pacientes.
O Hospital Pequeno Príncipe busca promover o acesso de meninos e meninas ao diagnóstico diferencial e ao tratamento interdisciplinar por meio do projeto Integra, viabilizado pelo Programa Nacional de Apoio à Atenção da Saúde da Pessoa com Deficiência (Pronas), com recursos captados via renúncia fiscal.
A iniciativa disponibiliza avaliações diagnósticas (neuropsicológica e clínica) e tratamento especializado, com psicoterapia cognitivo-comportamental e sessões de fonoaudiologia e terapia ocupacional. A terapêutica é individualizada e personalizada, de acordo com as necessidades de cada paciente, e almeja resultar em reflexos positivos na vida social, familiar e acadêmica.