Neurologia no Pequeno Príncipe
O Serviço de Neurologia do Hospital Pequeno Príncipe é considerado um dos mais completos na área da pediatria. É formado pelo Ambulatório de Epilepsia, Ambulatório de Distúrbios de Movimento e Paralisia Cerebral, Ambulatório de Erros Inatos do Metabolismo, Ambulatório de Distúrbios de Aprendizagem e Serviço de Eletroencefalografia. Há mais de 20 anos, também oferece um setor de formação de especialistas em neurologia pediátrica, por meio da Residência em Neurologia Infantil. Atualmente, o programa de residência forma, após dois anos de treinamento, quatro especialistas por ano.
Excesso de telas na infância prejudica desenvolvimento saudável
O uso de telas por crianças e adolescentes é um tema que há tempos preocupa especialistas e muitos pais. Com a pandemia, a adoção de aulas on-line intensificou essa preocupação sobre os riscos e o Hospital Pequeno Príncipe alerta para a necessidade de definir limites para a exposição de crianças e adolescentes à internet, redes sociais, aplicativos e dispositivos como celulares, desktops e videogames – as chamadas Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs).
O neuropediatra Antônio Carlos de Farias, do Hospital Pequeno Príncipe, explica que as TICs são estímulos ambientais que interferem no desenvolvimento cerebral e mudam a forma de pensar, memorizar e fazer uma atividade. “O uso das tecnologias tem efeitos na cognição, emoções, linguagem, comunicação e socialização. Entre os principais riscos do uso abusivo estão distúrbios como a dependência, irritabilidade, ansiedade, depressão, transtorno alimentar e do ciclo de sono, obesidade, transtorno de imagem corporal, comportamentos autolesivos e abuso de substâncias, como bebidas alcoólicas, nicotina e outras drogas”, pontua.
Quando o assunto é o uso adequado das tecnologias, a família tem uma responsabilidade central. O neuropediatra expõe fatores que podem motivar as crianças e os adolescentes a utilizarem a internet e redes sociais como válvula de escape: omissão de autoridade, abandono e distanciamento. “Pais que não desgrudam do celular não percebem as vulnerabilidades que estão gerando na proteção dos seus filhos”, alerta.
Com tantas telas disponíveis e novidades tecnológicas, a negociação com as crianças é essencial. “Importante que isto ocorra de forma equilibrada, monitorada, saudável, considerando a idade e a maturidade da criança, para que não haja interferência no seu desenvolvimento cerebral, não gere problemas de saúde e tampouco a coloque em risco frente aos predadores sociais que navegam na rede”, ressalta o neuropediatra Antônio Carlos.
Limites
Para orientar famílias, educadores e pediatras sobre o uso das TICs e o seu impacto na saúde e no comportamento das crianças e adolescentes, a Sociedade Brasileira de Pediatria publicou, em 2019, o Manual de Orientação #Menos Telas #Mais Saúde. Conheça dez dessas recomendações que indicam limites para o uso de telas:
– Menores de 2 anos: evitar a exposição às telas, inclusive passivamente.
– Entre 2 e 5 anos: máximo de 1 hora por dia, sempre com a supervisão de pais e responsáveis.
– Entre 6 e 10 anos: máximo de 1 a 2 horas por dia, sempre com supervisão de pais e responsáveis.
– Entre 11 e 18 anos: máximo de 2 a 3 horas por dia para telas e jogos de videogame, e nunca permitir “virar a noite” jogando.
– Estimular o uso das tecnologias em locais comuns da casa e não de forma isolada nos quartos.
– Para todas as idades: nada de telas durante as refeições e se desconectar 1 a 2 horas antes de dormir.
– Oferecer atividades esportivas, exercícios ao ar livre ou em contato direto com a natureza, sempre com supervisão dos responsáveis.
– Nunca postar fotos de crianças e adolescentes em redes sociais públicas.
– Criar regras saudáveis para o uso dos equipamentos e aplicativos digitais e aplicar senhas e filtros apropriados.
– Evitar encontros com desconhecidos on-line ou off-line; saber o que estão jogando e sobre conteúdos de risco.