Referência
Há mais de três décadas, o Pequeno Príncipe realiza transplante de órgãos (coração, fígado e rim) e tecidos pediátricos. É reconhecido como um dos principais centros desse serviço no Paraná. A instituição conta com a Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (CIHDOTT), que organiza rotinas e protocolos institucionais para viabilizar o processo de doação. “A doação de órgãos é um ato de amor ao próximo! Representa a vontade de doar parte de si, de forma incondicional. Todos os programas de transplantes do Pequeno Príncipe cumprem os valores éticos e morais estabelecidos pela instituição e corpo clínico. A cultura de doação de órgãos e tecidos deve estar presente na consciência da sociedade e, para tal, é fundamental a confiança nos serviços médicos transplantadores”, reitera o diretor técnico, o médico Donizetti Dimer Giamberardino Filho.
Um ato de amor que transformou a vida do paciente Ciro
“Pai, acho que vai vir um coração para mim, porque encontrei um trevo de quatro folhas.” A esperança de conseguir realizar o transplante se concretizou 12 horas após o paciente Ciro Rafael Criminário Filho, de 10 anos, entrar para a fila de espera. Um verdadeiro milagre, tendo em vista que, no Brasil, mais de 40 mil pessoas aguardam um transplante, segundo a Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO). Às vésperas do Dia Nacional da Doação de Órgãos e Tecidos, lembrado em 27 de setembro, o Hospital Pequeno Príncipe, referência em transplantes pediátricos, reforça a importância desse gesto de amor e solidariedade que transforma vidas.
Ciro Filho nasceu com uma alteração genética, porém a princípio não havia apresentado sinais, então a família não sabia da doença. Em abril de 2020, após desenvolver uma pneumonia e as equipes médicas de Palmas (PR) suspeitarem de uma cardiopatia, ele foi encaminhado ao Pequeno Príncipe para investigar o caso. “O Ciro era um menino muito magro, com alteração no crescimento e ganho de peso, mas como ele não fazia muitos esforços, a família não tinha notado a doença. Quando ele sofreu uma pneumonia, constatamos, por meio de raio-x e ecocardiograma, que ele tinha um comprometimento na área cardíaca, e o exame de exoma indicou uma miocardiopatia restritiva genética”, explica o cardiologista pediátrico Bruno Hideo Saiki Silva, que acompanhou o diagnóstico até a recuperação pós-transplante.
Durante alguns meses, Ciro Filho utilizou medicamentos para conter a evolução da doença. Mas no início de 2021, a família foi informada de que não havia mais como adiar o transplante. Em 27 de janeiro, após apenas 12 horas na fila do transplante, o menino recebeu um coração e teve a sua vida transformada. “O Ciro sofria de uma insuficiência cardíaca muito importante. Antes ele não conseguia ficar deitado, pois sentia falta de ar, só podia dormir sentado e não conseguia andar sem sentir dor. Hoje ele já pode ter uma vida muito próxima do normal, com atividades físicas regulares. Um transplante muda a vida e a história de uma família, pois a criança ou adolescente se desenvolve e volta a ter uma vida com mais qualidade e saúde”, reforça o especialista.
Hoje, o garoto está bem e pode fazer aquilo que mais gosta, que é correr, nadar e andar de bicicleta. “Acreditamos que Deus fez tudo no momento certo. Escolhi o Pequeno Príncipe pois confio no trabalho dessa equipe fantástica. A minha irmã é médica, fez residência no Hospital e ela me disse: ‘Estou falando, com muita sinceridade, que levaria um filho meu para essa equipe fazer o transplante’. Sou muito grato. A doação de órgãos muda a vida de quem precisa de um transplante”, agradece o pai, Ciro Rafael Criminário.
Conheça a CIHDOTT
O Hospital Pequeno Príncipe mantém a Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (CIHDOTT). Formada por uma equipe multiprofissional, atua com o objetivo de tornar o processo de doação mais ágil, eficiente e de acordo com os parâmetros éticos e morais. “A doação de órgãos é um ato seguro, sigiloso e justo que representa uma das formas mais belas de solidariedade a quem precisa de ajuda. É seguro, pois só doa quem quer, ninguém pode ser forçado a doar órgãos. É sigiloso, pois quem doa não sabe para quem doou, e quem recebe não sabe de quem recebeu. É justo, pois não há dinheiro ou condição social que favoreça e adiante o processo. Para ser um doador de órgãos, é preciso avisar sua família. É muito importante que conversemos sobre doação de órgãos, desmitificando e promovendo conhecimento”, diz o psicólogo Bruno Mader, do Hospital Pequeno Príncipe, integrante da CIHDOTT.