Um lindo exemplo de gol pela vida
O início desta semana foi marcado por testes e ajustes de um novo andador de tração utilizado para o tratamento de pacientes ortopédicos do Pequeno Príncipe. O protótipo foi desenvolvido voluntariamente pela equipe do Senai de São Paulo, que se sensibilizou com a história de uma torcedora do Palmeiras, a partir das redes sociais.
A tecnologia entregue ao Hospital é uma modernização de um dispositivo adaptado pelo Pequeno Príncipe em 2016. Na época, a equipe da instituição teve o desafio de criar um andador com tração a partir de uma cadeira de banho para auxiliar no tratamento de uma paciente com um transtorno congênito raro, caracterizado por anomalias na coluna e costelas.
“A tração para correção da deformidade congênita existe há muitos anos. No Pequeno Príncipe, adaptamos um andador com as melhores condições que tínhamos no momento. Agora, surgiu a oportunidade de evoluir e desenvolver um sistema ainda mais preciso, sem a necessidade de contrapeso, o que pretende beneficiar o tratamento e a qualidade de vida dos pacientes”, explica o ortopedista pediátrico, Luiz Eduardo Munhoz da Rocha.
O diretor da unidade de formação profissional do Senai de São Paulo, Marcel Porto, responsável pela engenharia do projeto, aponta o diferencial desse modelo. “Quando nos passaram o desafio, o nosso time se empenhou na construção de um dispositivo que fosse funcional em sua capacidade eletrônica e harmonioso para o paciente. Apresentamos um protótipo com sistema eletrônico, célula de carga – que é a mesma utilizada em balança –, e adaptamos essas células em que é possível tracionar e colocar o peso necessário para o tratamento”.
O gerente do Senai de São Paulo, José Carlos Dalfré, que também esteve em Curitiba para a entrega do andador, enfatiza a importância da troca de conhecimento entre Senai e Pequeno Príncipe para alcançar o objetivo. “O sistema eletrônico desse dispositivo é inspirado em um modelo usado nos EUA. Mas, o contato com o médico Luiz Eduardo para orientações e particularidades foi fundamental até chegarmos nesse primeiro protótipo”, acrescenta.
Milena Nunes Souza Almeida, de 10 anos, veio de Rio Branco (AC) para realizar seu tratamento em Curitiba, no maior hospital pediátrico do Brasil. Ela nunca imaginou que seria a primeira a testar um novo equipamento. Junto à mãe, ficou radiante com a surpresa. Ainda mais pela iniciativa ter relação direta com o seu time do coração, o Palmeiras.
“Desde 2014 lutamos contra uma escoliose devido à malformação óssea congênita. No ano passado, por meio do goleiro Weverton, que é da nossa cidade, conseguimos apoio para fazer exames e chegar até o Pequeno Príncipe. Agora, recebemos essa notícia maravilhosa do andador que vai favorecer o tratamento da Milena. É uma emoção que não tem igual, foram muitos momentos de luta e esta é uma vitória mesmo para gente”, comemora a mãe da paciente, Lidyane da Silva Nunes.
A torcedora do Palmeiras que inspirou a modernização do andador fará a primeira consulta no Pequeno Príncipe nos próximos dias.