Equipe do Instituto de Pesquisa percorre Paraná para capacitações em maternidades
Um grupo de pesquisadores do Instituto de Pesquisa Pelé Pequeno Príncipe está em viagem pelo Paraná para promover capacitações em maternidades. O objetivo é disseminar o projeto 150 Mil Chances de Vida entre os profissionais de saúde, além de ressaltar a importância da realização de testes genéticos em recém-nascidos. A ação itinerante iniciou na segunda-feira, dia 06, e segue até quinta-feira, dia 9, quando a equipe chegará ao Noroeste do Estado, depois de percorrer mais de 600 quilômetros e passar pelas cidades de Ponta Grossa, Londrina, Apucarana, Maringá, Paranavaí, Umuarama e Campo Mourão. Ao todo, serão realizados sete encontros e está prevista a participação de representantes de 24 maternidades, de 16 municípios.
No projeto, é feita a análise de duas gotas de sangue do recém-nascido – para o bem-estar do bebê, a recomendação é que o material seja coletado no mesmo momento da punção para a realização do Teste do Pezinho. Por meio de testes em laboratório, é possível identificar uma mutação genética que predispõe a um tipo de câncer predominantemente infantil, o tumor de córtex adrenal (TCA), e diagnosticar imunodeficiências primárias (IDPs), doenças que atingem uma a cada 8 mil crianças nascidas vivas no mundo. A iniciativa – que engloba o Acre e Rondônia, além do Paraná – promove visitas de capacitação e sensibilização em maternidades dos Estados participantes.
De acordo com a pesquisadora do Instituto de Pesquisa, Heloísa Komechen, ter esse contato direto com as maternidades faz toda a diferença no progresso do projeto. “Faz parte do nosso plano de pesquisa esse encontro com as pessoas que fazem, em suma, a coleta do sangue. Nós viemos reforçar a magnitude do projeto, pois todos têm que estar envolvidos. Tanto para o tumor de córtex adrenal como para as imunodeficiências primárias, o diagnóstico precoce pode ser o diferencial”, afirma ela, que está envolvida com as análises relacionadas ao TCA.
Diagnóstico precoce salva vidas
O diagnóstico precoce aumenta a chance de cura em quase 100% nos casos de tumor de córtex adrenal e imunodeficiências primárias. O projeto 150 Mil Chances de Vida visa fazer 150 mil exames, sendo 84 mil testes para TCA e 66 mil para IDPs. Para a realização desse trabalho, profissionais da saúde que atuam nas maternidades e unidades básicas de saúde parceiras recebem diversas instruções, desde como abordar os familiares até como coletar o material para exame. Também é contemplada a aplicação de um instrumento de avaliação psicológica durante o período de acompanhamento pré-natal de gestantes. As capacitações são conduzidas por uma equipe multidisciplinar, formada, por exemplo, por pesquisadores e psicólogos.
Segundo a enfermeira-obstetra da Santa Casa de Misericórdia de Ponta Grossa, Juliana Machado Camargo, a resposta positiva por parte dos pais para a participação no projeto tem atingido uma grande parte dos nascidos-vivos na maternidade, o que é motivo de muita alegria. “O teste de DNA, como chamamos, é muito importante e nós agradecemos por fazer parte disso. Todo pai se preocupa com o filho e esses exames vêm para somar. De 240 nascimentos, nós realizamos, em média, coletas para 170 testes”, aponta Juliana.