Paciente corintiana realiza o sonho de ir a um jogo do Timão
O empate entre Coritiba e Corinthians em 1 a 1 no último domingo, dia 26, foi apenas dentro de campo. Fora dos gramados, as duas equipes saíram vitoriosas com a realização do sonho de Fabiele Vitoria Fortes, 13 anos, paciente do Hospital Pequeno Príncipe há nove anos. Corintiana “de nascença”, ela queria ir a uma partida do Corinthians na torcida alvinegra e estava há algumas semanas na expectativa da liberação médica para poder ver o elenco em ação no Couto Pereira.
A ida ao jogo foi possível graças ao Coritiba, parceiro do Pequeno Príncipe no programa Gols pela Vida. Além de ceder o estádio para todas as edições do Jogo das Estrelas e Taça Fair Play do Torneio Gols Pela Vida, realizado desde 2010, o clube demonstrou mais uma vez o engajamento na causa da saúde infantojuvenil. “A parceria entre o Coritiba e o Pequeno Príncipe, que é uma instituição muito séria, é importante para que as pessoas tenham acesso a projetos sociais relevantes e também para trazer mais resultados positivos para o tratamento das crianças”, afirma o diretor de comunicação do clube, Adriano Rattmann.
A ação foi inédita para o Alviverde, que pela primeira vez levou um paciente do Pequeno Príncipe na torcida do time adversário. “A gente sempre prefere que o torcedor vá por causa do Coritiba, mas a Fabiele é uma lutadora que conhecemos há muito tempo. Tem horas que precisamos deixar de lado a questão clubística para realizar um sonho”, completou Rattmann.
No aquecimento
No sábado, dia 25, Fabiele foi ao hotel no qual a delegação corintiana estava hospedada na capital paranaense. Com disposição, os jogadores do Corinthians já estavam à espera da garota, a pedido de um velho amigo dela. Quem promoveu o encontro para a paciente foi Ronaldo Fenômeno, o grande ídolo de Fabiele. Sabendo que ela iria ao jogo em Curitiba e que está desospitalizada, o ex-jogador fez o meio de campo com a equipe paulista para concretizar a visita.
O maior sonho de Fabiele era conhecer Ronaldo. Em abril de 2014, o ex-camisa 9 da Seleção Brasileira atendeu solidariamente o pedido da paciente do Pequeno Príncipe. Durante uma vistoria na Arena da Baixada, antes da Copa do Mundo, o Fenômeno foi até o Hospital e fez a alegria de Fabiele, corintiana desde pequena.
Na conversa com o elenco corintiano, Fabiele revelou a paixão pela camisa alvinegra. Comovido com o amor da garota pelo time, o devoto técnico Tite presenteou a paciente com uma das pulseiras da sorte que carregava no braço. “Ele rezou antes de me entregar a pulseirinha”, lembra a garota.
Fabiele conta que beijou as mãos do goleiro Cássio para que ele tivesse sorte na partida contra o Coritiba. “Foi para que Deus protegesse a mão dele e também para agradecer por todas as bolas que já pegou”, disse a corintiana. O ato deu sorte: Cássio fez grandes defesas no Couto Pereira, para a alegria da garota.
No encontro, Fabiele carregava uma bandeira do Timão. Depois de ganhar uma camiseta oficial do Corinthians, ela resolveu compartilhar a alegria com o sobrinho de um funcionário do estabelecimento. O jovem não tinha nenhum item licenciado com o qual pudesse coletar autógrafos dos jogadores e Fabiele não hesitou em oferecer, espontaneamente, a flâmula ao colega de paixão. “Como eu ganhei uma camiseta, resolvi dar a bandeira para ele. Quando a gente ganha algo, a gente passa algo”, ensina a garota.
Mais uma para o bando de loucos
Fazer parte da torcida corintiana foi uma grande realização para Fabiele, que apesar de não estar hospitalizada, é paciente crônica do Pequeno Príncipe. “O momento mais feliz do jogo foi a hora em que vi a torcida e me juntei a ela”, lembra. “Nós cantávamos e berrávamos! A gente se descabelava e torcida muito”, conta a garota, que demonstrou entender as características fundamentais de legítimos torcedores corintianos.
A alegria foi completa quando o Corinthians marcou um gol aos 40 minutos do primeiro tempo. Apesar do placar final, um empate em 1 a 1, Fabiele não ficou desanimada. “O mais legal foi fazer parte da torcida, independentemente do resultado”, exalta a garota, com espírito esportivo.
Mesmo com a euforia nas arquibancadas, Fabiele revelou preocupação com a condição de saúde. “Quando cheguei ao estádio, vi aquele monte de escadas e achei que não conseguiria ver o jogo. O carinho do Rodrigo Barp me surpreendeu, porque ele me carregou no colo e eu me senti uma princesa! Fiquei feliz pela bondade dele”, conta a garota, grata pela companhia do assessor do programa Gols pela Vida.
Agora, Fabiele deseja conhecer a Arena Corinthians, em São Paulo. Mas também não descarta repetir a experiência em Curitiba. “Faria tudo de novo, com muito amor”, promete a garota.