Maria Cristina da Silveira: a médica que sonhava em ser pediatra desde criança

Querida por todos os colaboradores do Pequeno Príncipe, a pediatra Maria Cristina da Silveira compartilha uma trajetória de muito aprendizado e ensinamento. Há mais de 30 anos no maior hospital pediátrico do Brasil, a profissional já esteve presente em grandes e especiais momentos da instituição.

A trajetória no maior hospital pediátrico do país

“Desde pequena, eu falava que queria ser ‘médica de criança’ e, naquela época, nem sabia que isso se chamava Pediatria. Toda vez que me perguntavam ‘o que você quer ser quando crescer?’ eu respondia que eu iria cuidar de criança. Estou no Hospital Pequeno Príncipe desde 1989. Entrei na instituição no quarto ano da graduação de Medicina para fazer voluntariado de Puericultura, fui aprovada no programa de residência e estou aqui até hoje. Já passei por vários serviços no Hospital, entre eles a UTI Geral, que foi onde comecei após formada e continuo até hoje; Pronto Atendimento do SUS, que também atuo; e internamentos. Sou pediatra clínica, mas ando por todos os setores do Pequeno Príncipe.”

Momentos memoráveis no Pequeno Príncipe

“São muitos os momentos marcantes, como quando passei na residência, minha formatura, a contratação, logo em seguida, para fazer a supervisão do Pronto Atendimento do SUS. Isso me deixou muito feliz e honrada. Quando o Dr. Ismar, que era o chefe da UTI Geral, me convidou para fazer parte da equipe, que estou até hoje, também foi muito especial. A minha entrada no Hospital Pequeno Príncipe me marcou muito, porque é um local que sempre gostei e que ajudou na minha formação. No surto do H1N1, em 2009, o Dr. Victor Horácio e eu conduzimos os internamentos e  jamais esquecerei, porque foi o primeiro surto que tivemos. Destaco também a presença na inauguração da UTI da Cardiologia e da UTI Neonatal. Enfim, é muito emocionante olhar a história lá de trás e ver como tudo cresceu, como o Pequeno Príncipe evoluiu.”

O enfrentamento à violência infantojuvenil

“O Hospital Pequeno Príncipe trabalha para combater os casos de agressões diversas contra crianças e adolescentes, e, desde a década de 1970, mobiliza a população na luta contra a violação dos direitos do público infantojuvenil. Apesar da instituição ser pioneira nessa área, o serviço ainda não era formalizado. Um mês e meio antes de oficializarmos nossa atuação junto à Rede de Proteção à Criança e ao Adolescente em Situação de Risco para a Violência, um paciente vítima de maus tratos foi internado no Hospital e batalhamos muito pela saúde e proteção dessa criança. Foi muito marcante, porque era um bebê de menos de um ano de idade, que ficou por um tempo internado. Acredito que as coisas acontecem sempre por um bem maior e para continuarmos com a missão de transformar vidas. Hoje, tenho orgulho em atuar à frente deste serviço, junto com outros médicos.”

“É muito bonito ver uma união tão grande entre todos os profissionais, independentemente da função que exercem. Precisamos continuar com a esperança e com o bom coração.”

Um momento de união de forças entre todos

“A pandemia do coronavírus tem sido de muito aprendizado. É muito diferente de tudo o que já passamos. Vemos esse hospital vazio e, ao mesmo tempo, todos trabalhando muito. As cirurgias diminuíram, assim como os atendimentos, mas vemos todos fazendo  o possível para que tudo isso passe e consigamos proteger as crianças e todos os colaboradores e médicos. É muito bonito ver uma união tão grande entre todos os profissionais, independentemente da função que exercem. O medo existe, mas estamos todos treinados pela instituição para enfrentar isso e para tomar todos os cuidados necessários. Tudo vai dar certo! Precisamos continuar com a esperança e com o bom coração. Vamos tirar algo bom deste momento, reaprender a conviver consigo mesmo. Acredito que os pais nunca estiveram tão presentes na vida dos filhos como agora, assim como os filhos estão mais presentes na vida de seus pais. Temos que pensar em um bem maior e nos fortalecer com todos os momentos bons.”

Compartilhar conhecimento também é aprender

“Faço parte dos programas de residência e estágio de Pediatria, e algumas especialidades passam aqui no Pronto Atendimento do SUS e ensinamos muito a eles. Compartilhar o conhecimento é muito bom, porque é gratificante retribuir tudo o que meus preceptores me passaram e também aprender com os acadêmicos.”

100 anos de um hospital de crianças

“As comemorações do centenário foram muito bonitas! Parabenizo toda instituição, desde a parte administrativa, assistência, enfermagem, apoio,  manutenção… Enfim, todos merecem homenagens. Os 100 anos do Hospital Pequeno Príncipe nos dão vontade de fazer sempre mais.”

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