Mari Ângela Berté: a profissional que encontrou no Hospital o seu verdadeiro dom

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Mari Ângela Berté: a profissional que encontrou no Hospital o seu verdadeiro dom

“Quando faço a retrospectiva da minha vida, vejo que passei mais tempo aqui dentro do que fora. Aprendi muito, para além do conhecimento técnico, mas como ser humano.”
23/01/2020
Mari Ângela Berté
Hoje, Mari Ângela Berté é coordenadora do Setor de Educação Continuada e leciona na Faculdades Pequeno Príncipe.

A escolha de Mari Ângela Berté em cursar Enfermagem veio por inspiração de sua mãe, que sempre gostou dessa área e que, apesar de não ter formação, amava cuidar do próximo. No final do curso, descobriu que a pediatria seria sua área de atuação e iniciou sua carreira no maior hospital pediátrico do Brasil. Hoje, além de cuidar, ensina e compartilha seus aprendizados trabalhando como coordenadora do Setor de Educação Continuada e lecionando na Faculdades Pequeno Príncipe.

O amor transforma

“Escolhi fazer enfermagem porque sempre me identifiquei com a área. A minha mãe gostava muito e tinha o dom de cuidar. Então, decidi cursar na PUCPR. Na época, eu tinha duas certezas: que seria enfermeira da obstetrícia e que não queria cuidar de crianças doentes. Eu amava os pequenos, mas não suportaria vê-los passando por situações tão delicadas. Entretanto, ao cursar meu último estágio obrigatório no Hospital Pequeno Príncipe, me apaixonei pela pediatria e, em 1989, fui contratada pela instituição. Percebi que as crianças doentes precisavam de muito amor e cuidado. Aqui, a humanização está presente em cada atendimento e isso é muito lindo.”

O dom de ensinar

“Após passar por diferentes unidades de internação, como Posto 21, UTI Neonatal e Cirúrgica, e auxiliar no processo de estruturação de diferentes áreas, fui convidada, em 2012, a criar e assumir o Setor de Educação Continuada. Naquele período, haviam treinamentos informais, mas não um setor estruturado para controlar a área de enfermagem. Imaginei que seria difícil, ainda mais que em Curitiba não existia uma referência para seguirmos. Criamos tudo do zero. Mas, ao decorrer dos dias, fui percebendo que eu sempre ensinei. Desde quando coordenava os postos, eu buscava compartilhar e trocar muito com a equipe. No início, eu era sozinha. Hoje, conto com mais uma enfermeira e residentes me auxiliando nesse processo. Além disso, logo quando inauguraram a Faculdades Pequeno Príncipe, eu fiz a pós-graduação e, na sequência, fui chamada para ser professora. Hoje, minha filha também sonha em cursar Medicina ou Enfermagem.”

“Quando faço a retrospectiva da minha vida, vejo que passei mais tempo aqui dentro do que fora. Aprendi muito, para além do conhecimento técnico, mas como ser humano.”

Orgulho de pertencer

“Vi nascer o Programa Família Participante. Antes, as famílias podiam visitar os pacientes apenas nas quartas-feiras e domingos. Nos demais dias, nós é que cuidávamos e fazíamos até mesmo um papel de mãe para os meninos e meninas internados. Por isso, tínhamos ainda mais apego às crianças.  Naquela época, não existia o Setor de Educação e Cultura. A equipe de assistência se reunia para fazer grupos de contação de histórias, para animar os pequenos. Nos fins de semana, tínhamos apenas um enfermeiro de plantão para o Hospital inteiro. Hoje, contamos com uma equipe muito maior e melhor distribuída.  Tudo cresceu e se desenvolveu. Quando faço a retrospectiva da minha vida, vejo que passei mais tempo aqui dentro do que fora. Aprendi muito, para além do conhecimento técnico, mas como ser humano. Sou grata ao Pequeno Príncipe e por estar presente nesse novo século que se inicia.”

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