Leo Agostinho Solarewicz: o médico que se apaixonou pela pediatria

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Leo Agostinho Solarewicz: o médico que se apaixonou pela pediatria

“O que me fez permanecer no Pequeno Príncipe foi o amor que tenho pela minha profissão e pelos pacientes que atendo diariamente.”
28/08/2023
Leo Agostinho Solarewicz
Formado em Medicina, Leo Agostinho Solarewicz, é apaixonado pela profissão e pelos pacientes que atende diariamente.

Referência na área da cardiologia, o médico Leo Agostinho Solarewicz implantou o Serviço de Hemodinâmica do Pequeno Príncipe. Na época, há 35 anos, a estrutura para a realização dos exames era um desafio para o profissional, mas com o tempo a especialidade se desenvolveu e hoje é referência nacional em atendimento pediátrico, principalmente na realização de cateterismo em bebês com poucas horas de vida. Vindo de União da Vitória, no Paraná, o médico desembarcou em Curitiba aos 16 anos com o sonho de fazer Medicina. Aprovado em uma universidade pública no Rio Grande do Sul, escolheu o Pequeno Príncipe para consolidar sua trajetória.  

Escolha pela cardiologia

“Eu morava em União da Vitória, uma cidade do Paraná que faz divisa com Santa Catarina. Lá a qualidade de vida era ruim, e meu pai, que era alfaiate, sempre falava que se eu quisesse fazer Medicina igual meus tios tinha que morar em Curitiba. Apesar de minha mãe querer que eu fosse padre, mesmo não tendo dom para isso [risos]. Com 16 anos me mudei sozinho para a capital. Naquele mesmo ano minha esposa, que na época era minha namorada, veio morar em Curitiba e nos casamos. Estamos casados há 36 anos. Passei no vestibular de Medicina na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), mas ainda não sabia qual área seguir. Tive um professor que era da cardiologia e, vendo o trabalho dele, soube onde seria minha trajetória.”  

Implantação do Serviço de Hemodinâmica

“Em 1988, fui passar o Dia das Mães com minha família em União da Vitória e acabei encontrando dois colegas de profissão, um deles namorava a minha prima na época. Conversamos, e eles me falaram do Pequeno Príncipe. Em setembro de 1988, iniciei minha trajetória no Hospital. No início da implantação do Serviço de Hemodinâmica, passei por muitos desafios, pois não tínhamos ainda a estrutura necessária para atender à demanda de crianças e adolescentes que precisavam de atendimento. Mas aos poucos a especialidade foi crescendo. E, em 2017, o Hospital conseguiu adquirir uma sala de hemodinâmica de primeira linha. O exame realizado pela equipe mostra muitos detalhes para que o cirurgião faça depois a cirurgia, que não pode ter erro. É uma área muito importante da cardiologia.” 

Paixão pela pediatria

“Nunca pensei em atuar na pediatria nem em realizar procedimentos em crianças com menos de um quilo, que faz parte dos casos que atendo. Mas é muito gratificante fazer parte da história dessas crianças. A pediatria exige um cuidado e uma atenção especial. É preciso examinar a criança ou adolescente no dia anterior ao exame, analisar se ela não está com uma infecção, entre outras questões. Mesmo nunca tendo pensado em atuar com esse público, sou realizado na minha área de atuação. Gosto muito de atuar com crianças e adolescentes. Na cardiologia do Pequeno Príncipe, fiz bons amigos também. Trabalhar nesse ambiente em que todos têm o mesmo propósito é muito importante.”

Histórias marcantes

“Dei aula na residência para muitos médicos, como a médica cardiologista Cristiane Binotto. Tenho carinho pelos residentes como se fossem meus filhos. Da mesma forma são os pacientes – acompanhamos toda uma trajetória e nos apegamos a eles. Lembro de uma paciente que fez tratamento no Hospital por muito tempo. Toda semana ela vinha à instituição fazer exames e ficava conversando comigo. Hoje ela está bem e cursa Medicina na Faculdades Pequeno Príncipe. Temos uma importante interação com os pais também, muitos chegam com os filhos pequenos e sem terem experiências como pais. Então faço um papel de instrução, explico tudo direitinho e com uma linguagem de fácil entendimento. Lembrar dessas histórias é muito gratificante.” 

Uma trajetória de dedicação ao Pequeno Príncipe

“No início da implantação do serviço, pensei em desistir, por conta dos inúmeros desafios que sabia que iria enfrentar. Em um dos dias em que estava pronto para desistir, encontrei a Dona Ety [presidente voluntária da mantenedora do Pequeno Príncipe], e ela me convenceu a ficar. E estou na instituição até hoje – há 35 anos. O que me fez permanecer no Pequeno Príncipe foi o amor que tenho pela minha profissão e pelos pacientes que atendo diariamente no Hospital. É difícil me tirarem do Pequeno Príncipe um fim de semana para viajar, porque gosto do meu trabalho.”

“O que me fez permanecer no Pequeno Príncipe foi o amor que tenho pela minha profissão e pelos pacientes que atendo diariamente.”

Gratidão às pessoas que encontrou ao longo do caminho

“Sou grato pelas pessoas que foram importantes na minha vida, como minha família. Lembro do meu pai vendendo uma televisão da minha casa para pagar uma dívida que um cliente não pagou… Então, quando vim para Curitiba, queria ter oportunidade de ter uma vida melhor. Meu avô, que tinha vindo para o Brasil na época do nazismo, lia muitos livros. Eu ficava olhando para ele lendo em polonês, mesmo sem entender nada. Minha mãe também teve um papel fundamental na minha história – e meus colegas de trabalho, como o Paulo Ramos, a Inês, a Regiane, entre outros. E, agora, meus planos para o futuro incluem continuar atuando no Pequeno Príncipe e, quando me aposentar, aproveitar para viajar e conhecer lugares diferentes, talvez morar na praia, já que médicos em geral não costumam pegar muitas férias e folgas.”

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