Emerson Paniago Rodrigues: a história por trás das imagens

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Emerson Paniago Rodrigues: a história por trás das imagens

“O que eu mais gosto da minha profissão é saber que estou contribuindo para a cura de alguém. [...] O cuidado com o paciente pediátrico exige sensibilidade, dom e uma abordagem diferente.”
07/07/2025
Emerson Paniago Rodrigues
Emerson Paniago Rodrigues atua como técnico de radiologia habilitado e referência no centro cirúrgico. (Foto: Complexo Pequeno Príncipe/Thiana Perusso)

Com uma trajetória marcada por dedicação, pioneirismo e paixão pelo cuidado com o outro, Emerson Paniago Rodrigues construiu, ao longo de 25 anos, uma história que se entrelaça com a evolução da radiologia e da hemodinâmica no Hospital Pequeno Príncipe. O que começou quase por acaso se transformou em uma carreira sólida, cheia de aprendizados e contribuições técnicas que impactaram diretamente a qualidade do atendimento a milhares de pacientes. De estagiário curioso a técnico de radiologia habilitado e referência no centro cirúrgico, a atuação de Emerson vai muito além da imagem.

Um início de curiosidade e coragem

“Desde jovem, sempre tive vontade de trabalhar com pessoas. Gostava da área da saúde, ainda que inicialmente não pensasse em hospital. Minha trajetória aqui começou em 1999, quando me inscrevi no curso de Auxiliar de Enfermagem da antiga escola que funcionava na Rua Brigadeiro Franco. Eu tinha 18 anos, tinha acabado de sair do quartel e não sabia exatamente o que fazer da vida. Em novembro daquele ano, comecei o curso e, em janeiro de 2000, já entrei no Pequeno Príncipe como estagiário. Estagiei por um ano e dois meses e dali em diante nunca mais saí desse universo.”

Do ambulatório à radiologia: onde tudo começou

“Depois do estágio, atuei como auxiliar de enfermagem no ambulatório e na Emergência SUS. Mas foi durante um estágio anterior no Centro de Imagem que conheci a Dra. Dolores. Foi ela quem me incentivou a fazer o curso Técnico em Radiologia. E eu fui. Me formei, trabalhei um ano no HC e continuei no Pequeno Príncipe. Um tempo depois, surgiu a oportunidade de trabalhar no Centro de Imagem como técnico de raio-X. Foi aí que conheci o Dr. Leo Agostinho Solarewicz.”

Descobrindo a hemodinâmica: um mundo novo

“Foi com o Dr. Leo que conheci a hemodinâmica. Até então, eu não fazia ideia do que era. A formação na radiologia nos prepara para exames como tomografia e raio-X, mas a hemodinâmica era um universo à parte. Começamos a trabalhar juntos, e hoje já são 18 anos de parceria. Realizamos quase 13 mil cateterismos. E neste ano completo 25 anos de Pequeno Príncipe.”

A evolução da tecnologia e dos resultados

“Com o tempo, vimos muitos avanços. Hoje, temos equipamentos com maior definição de imagem, menor tempo de exposição à radiação e diagnósticos mais precisos. Isso beneficia o paciente, a equipe e nós, técnicos. Inclusive, em janeiro, um artigo publicado pelo professor e pesquisador Hugo, do Instituto de Pesquisa Pelé Pequeno Príncipe, destacou o nosso parque tecnológico como o de menor dose de radiação nos exames em todo o país. É um orgulho enorme fazer parte disso.”

Fundando um serviço no Centro Cirúrgico

“Em 2018, participei da fundação do Serviço de Hemodinâmica dentro do Centro Cirúrgico do Hospital, que até então não existia naquele espaço. Começamos do zero, apenas eu e o Dr. Leo. Foi um grande desafio estruturar tudo em um ambiente novo, mas felizmente a gestão acreditou no nosso potencial e confiou na nossa capacidade de construir algo sólido. Na época, havia apenas cinco técnicos habilitados no Paraná para operar hemodinâmica voltada à cardiopatia congênita. Fui o primeiro técnico a obter essa habilitação junto ao Dr. Leo, com registro no Ministério da Saúde para atuar com próteses específicas. Com o tempo, a equipe cresceu e seguimos expandindo e difundindo esse trabalho tão importante, com o compromisso de formar novos profissionais e fortalecer ainda mais o serviço.”

A diferença de ter um técnico no Centro Cirúrgico

“Com a presença dos técnicos especializados, passamos a garantir mais segurança, precisão e agilidade durante os procedimentos cirúrgicos. Hoje, nós, técnicos de radiologia, somos os responsáveis por todo o serviço dentro do Centro Cirúrgico — incluindo especialidades como cardiologia, ortopedia, neurocirurgia e cirurgia geral. Diferente de antes, não é mais necessário que um profissional suba do Centro de Imagem: permanecemos no Centro Cirúrgico, prontos para atuar com eficiência. Essa mudança reduziu significativamente o tempo de exposição ao raio-X. Cirurgias de grande porte, como uma artrodese com mais de 12 vértebras, que antes exigiam até uma hora de raio-X, hoje podem ser realizadas com apenas cinco minutos e poucas incidências. Isso representa não só mais segurança para o paciente, mas também melhor uso do equipamento e mais agilidade para a equipe.”

“O que eu mais gosto da minha profissão é saber que estou contribuindo para a cura de alguém. […] O cuidado com o paciente pediátrico exige sensibilidade, dom e uma abordagem diferente.”

O que move

“O que eu mais gosto da minha profissão é saber que estou contribuindo para a cura de alguém. Na cardiologia, já atendemos pacientes com 860 gramas — do tamanho da palma da mão. Ajudar no diagnóstico e ver essa criança sair com um bom prognóstico é indescritível. Depois que me tornei pai, isso ficou ainda mais forte. Entendo a angústia dos pais ao verem seus filhos internados. O cuidado com o paciente pediátrico exige sensibilidade, dom e uma abordagem diferente. A criança não entende comandos como um adulto. A gente precisa tornar o momento mais leve, lúdico, acolhedor.”

Momentos que marcam

“Tivemos muitos casos marcantes, mas um deles foi em 2018, logo após subirmos com a hemodinâmica para o Centro Cirúrgico. A filha de uma colaboradora da UTI sofreu um atropelamento. A menina chegou em estado grave com trauma abdominal e na aorta. Só depois descobrimos que era filha dela — uma pessoa que conheci quando fomos estagiários juntos. Foi um momento muito intenso. Fizemos o procedimento — e, graças a Deus, ela está bem hoje. Quando nos encontramos pelos corredores, sempre relembramos esse dia.”

Para além do Hospital

“Fora daqui, sou pai de dois meninos: o Arthur, de 11 anos, e o Lucas, de 5. Casado, acordo todos os dias às 5h, preparo os dois para a escola e às 7h já estou no Hospital. Por muito tempo tive três vínculos de trabalho. Hoje, reduzi para dois. Meu dia começava às 7h e só terminava às 23h. Hoje, desacelerei um pouco, mas sigo com muitas responsabilidades — como pai, como profissional e como alguém que acredita no que faz.”

Gratidão e legado

“O Pequeno Príncipe representa muito na minha vida. Foi onde aprendi duas profissões. Onde conheci minha esposa, ex-colaboradora do Hospital. Onde construí minha família. Aqui tive a oportunidade de aprender com profissionais incríveis. E também tive a chance de formar uma equipe e transmitir esse conhecimento para outros. Sempre acreditei que o conhecimento precisa ser compartilhado, porque um dia nem eu nem o Dr. Leo estaremos aqui. Mas espero que quem vier depois continue com o mesmo cuidado, dedicação e amor pelos pacientes.”

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