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Cilso Lopes de Almeida: sinônimo de superação e alegria por onde passa
Quando chegou a Curitiba, aos 12 anos de idade, o técnico de enfermagem Cilso Lopes de Almeida não imaginava que se realizaria profissionalmente na área da saúde. Vindo de Barbosa Ferraz, no interior do Paraná, o profissional foi escolhido pela enfermagem, como ele mesmo diz. A trajetória de Cilso foi marcada por superação e determinação. Há cinco anos atuando no Pequeno Príncipe, o profissional ganhou o coração da garotada. Por onde passa arranca sorrisos e distribui alegria aos pacientes e familiares.
Chegada a Curitiba
“Me mudei de uma cidade chamada Barbosa Ferraz, no interior do Paraná, para Curitiba em 1978, junto com minha mãe, que já era viúva, e meus sete irmãos. Nos mudamos em busca de uma vida melhor, pois meu pai faleceu quando eu tinha 3 anos de idade e meu irmão mais velho tinha 14 anos. Chegando na capital, fiz um curso de balconista e tentei uma vaga de trabalho em uma confeitaria. Lembro que, na época, passei no teste seletivo, mas fizeram uma exigência para que eu começasse a trabalhar no estabelecimento: cortar meu cabelo. Quase desisti, pois não tinha condições de ir em um salão. Então, um primo cortou meu cabelo, e eu voltei à confeitaria. Quando cheguei lá, minha chefe disse que eu não ia trabalhar com o cabelo do jeito que estava – meu primo não era cabeleireiro e fez um estrago no meu cabelo [risos] – e pagou um corte para mim.”
Escolhido pela enfermagem
“Sempre digo que a área da saúde que me escolheu, e não eu que escolhi ela. Trabalhando na confeitaria conheci um colega de trabalho chamado Jonas, que fazia o curso de técnico em enfermagem. Ele era meu supervisor e sempre dizia assim: ‘Cilso, quando eu for trabalhar em um hospital, vou levar você para trabalhar comigo.’ Sempre pensei que isso seria impossível, já que eu não era da área da saúde e nem pensava em ser. O Jonas terminou o curso técnico, saiu da confeitaria, e eu permaneci lá. Um dia ele voltou à confeitaria e me ofereceu uma oportunidade de trabalho: atendente de enfermagem. Relutei bastante para aceitar a vaga, mas acabei indo fazer um teste e deu certo.”
Início no Pequeno Príncipe
“Fiquei seis meses como atendente e fui incentivado a iniciar o curso Técnico em Enfermagem. Não tinha condições financeiras de fazer o curso, mas consegui cursar de forma gratuita. Quando chegaram os estágios obrigatórios, fui encaminhado ao Pequeno Príncipe. Naquela época tudo era diferente. A estrutura do Hospital era outra, e a disposição das salas também. Estagiei por quatro meses na instituição, mas nunca imaginei que voltaria anos depois como um profissional formado. Atuar na pediatria não era meu objetivo, pois nunca achei que levava jeito para atender crianças e adolescentes. Finalizei meu curso e, em 1992, passei em um concurso público. Atuei por 29 anos no cargo até que decidi tentar uma vaga no Pequeno Príncipe. Enviei meu currículo e passei no processo seletivo. Porém, como não tinha experiência com pediatria, fiquei com medo de assumir o cargo. Na época, tive a opção de ir atuar em um hospital para adultos, mas, incentivado por outros colegas de profissão, decidi trocar de área e entrar na pediatria do Pequeno Príncipe. Foi a melhor decisão profissional que tomei.”
Histórias marcantes
“Já atendi muitos pacientes e é gratificante quando vejo que estão bem. Alguns voltam ao Hospital para agradecer depois que concluem o tratamento. Entre várias histórias marcantes tem uma que lembro bem, que é a de uma paciente que fez acompanhamento no Pequeno Príncipe até a adolescência. Faz uns dois anos que ela finalizou o tratamento. Quando vai ao Hospital sempre me faz uma visita, e ganho um abraço apertado. É emocionante saber que ela está bem. Teve uma vez que até fui convidado para assistir uma partida de futebol com um paciente que atendi.”
“Me emociono quando falo do Pequeno Príncipe, porque tudo o que vivi na instituição só acrescentou à minha vida. Não esperava que fosse ser tão gratificante atuar no Pequeno Príncipe. Amo, de coração, o que faço.”
Emoção por atuar na pediatria
“Trabalhar com crianças e adolescentes é indescritível. Aprendo todos os dias com cada um deles. É muito diferente de atuar com adultos, pois o reconhecimento dos pequenos é outro. O carinho e os abraços que eles me dão não têm preço. Os pacientes possuem uma força e uma resiliência impressionantes. Sempre penso que estou no Pequeno Príncipe porque escolhi, mas as crianças e adolescentes não. Por isso procuro sempre dar o meu melhor, brincar com eles e fazê-los sorrir. Às vezes, coloco uma peruca colorida e vou fazer palhaçada para os pacientes, que riem muito e se divertem. É incrível poder ver o sorriso de uma criança. Me emociono quando falo do Pequeno Príncipe, porque tudo o que vivi na instituição só acrescentou à minha vida. Não esperava que fosse ser tão gratificante atuar no Pequeno Príncipe. Amo, de coração, o que faço.”