Volta às aulas: participação dos pais é fundamental para garantir o bom desempenho escolar das crianças e adolescentes - Hospital Pequeno Príncipe

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Volta às aulas: participação dos pais é fundamental para garantir o bom desempenho escolar das crianças e adolescentes

O psicólogo Bruno Jardini Mader, do Hospital Pequeno Príncipe, aponta também 5 pontos essenciais para assegurar uma rotina saudável no dia a dia entre a escola, casa e outras atividades
08/02/2019
A participação dos pais é fundamental no retorno dos filhos às aulas.

Estudantes das redes municipal e estadual de ensino estão na contagem regressiva para a volta às aulas. A preparação para o retorno às atividades escolares pede uma atenção especial dos pais e responsáveis.

De acordo com o psicólogo Bruno Jardini Mader, que atua no Hospital Pequeno Príncipe, uma estratégia pode ser, na última semana de férias, começar a controlar mais de perto os horários das refeições e sono. “Ou ainda, na primeira semana de aulas, não cobrar a mesma rigidez de horário como na rotina habitual de aulas. Assim, poderemos proporcionar uma transição com menos impacto, menos polarizada”, completa.

Outra dica importante do especialista diz respeito à participação efetiva dos adultos no processo. “Na primeira semana, os pais podem estar próximos dos filhos ajudando-os a cumprir as tarefas, a organizar a vida escolar. Esse é um ótimo período, pois ainda não temos a ansiedade das provas ou o acúmulo de dever de casa. Assim, os pais podem verificar como seu filho está se organizando e ensiná-lo a utilizar os horários e cumprir as tarefas”, avisa.

No caso de mudança de escola ou do início de uma nova fase (transição do ensino fundamental para o médio, por exemplo) é natural que a criança ou o adolescente sinta medo ou ansiedade. “Uma forma possível de lidar com isso é conversando sobre esses sentimentos. Os pais podem desempenhar essa função  de um jeito bem natural, perguntando o que o filho espera encontrar, como ele acha que vai ser, ou ainda, contado histórias de quando ele próprio passou por isso quando era criança. Quando a criança conversa sobre essas questões, ela presentifica o objeto do medo e da ansiedade e assim imagina-se na condição de estar enfrentando o problema. Assim, a força destes sentimentos tende a diminuir”, reitera Bruno Jardini Mader.

Alguns cuidados básicos garantem o sucesso do desempenho escolar de crianças e adolescentes.
Checklist
O psicólogo Bruno Jardini Mader, do Hospital Pequeno Príncipe, avalia 5 pontos importantes na volta às aulas

1. Sono e organização de horários (acordar, dormir, estudos e lazer) merecem atenção especial

“Uma boa noite de sono é fundamental para um bom desempenho escolar. É fundamental que a criança durma suas 8, 9 horas de sono. Dormir durante a noite é melhor do que dormir durante a manhã, dessa forma, é melhor que a criança vá dormir às 21h e acorde às 6h do que durma à meia-noite e acorde as 9h. Dormir não é um ato imediato, desta forma, recomenda-se que a família se prepare para dormir. Desligar a TV e aparelhos eletrônicos pelo menos meia hora antes do horário de dormir; e não comer alimentos ricos em sais e açúcares perto da hora do sono, pois são estimulantes. Lazer e estudos devem ter um período reservado no dia. Em idades iniciais, os pais devem ser responsáveis por delimitá-los; e quando as crianças conseguem ter autonomia para tal devem ser estimuladas a fazê-lo por conta própria, mas sempre monitoradas”.

2. Cuidado com a alimentação e atividades físicas

“A alimentação da criança deve proporcionar a energia necessária para passar o dia. É importante ter horários delimitados, mas flexíveis. Comidas ricas em açúcares e gorduras devem ser evitadas ou deixadas para ocasiões especiais. A banalização desses alimentos dificulta a prática de hábitos saudáveis. Atividades físicas são recomendadas a todas as crianças – desde aquelas monitoradas, como aula de natação, futebol. balé, até as livres, como brincar no parquinho, correr por aí, pega-pega, etc. De modo geral, estão relacionadas a lazer, fazem bem para o corpo e mente”.

3. Organize a agenda semanal

“As crianças precisam de tempo livre para usar a imaginação, elaborar suas vivências. Desta forma, uma agenda lotada de atividades vai, ao invés de estimular a criança, deixá-la estressada. É preciso um período do dia em que ela possa ser livre para pensar e criar. Muitos pais se preocupam com os resultados de desempenho, como notas ou nas atividades esportivas. Um desempenho frágil pode não ser falta de esforço, mas sim atividades demais. É importante não pensar em modelos prontos. Cada criança vai ter sua capacidade e sua forma de construir-se e moldar sua personalidade e identidade pessoal”.

4. Socialização / adaptação (atenção ao bullying e possíveis dificuldades de entrosamento)

“A melhor forma de prevenir bullying ou outras dificuldades é o diálogo aberto e franco com os filhos. Uma criança só vai contar aos pais que teve dificuldade em algo se achar que essa notícia será bem recebida e acolhida. Se a criança achar que vai ser punida, que vai levar uma bronca ou que será tratada com indiferença, muito possivelmente não se sentirá encorajada a falar sobre algo ruim. Os pais devem manter diálogo com os professores e cuidadores procurando saber como o filho ou filha se relaciona”.

5. Família X escola

“O acompanhamento dos pais deve ser guiado por um genuíno interesse sobre a vida de seus filhos. Deve haver um equilíbrio para não impor um controle muito rigoroso, e também para não achar que a escola resolve todos as questões da criança. É importante que os pais saibam a grade curricular dos filhos, que conheçam quais professores os filhos gostam mais, quais já não gostam tanto, quais são os amigos preferidos, saber quem é o responsável pela sala do filho além do professor (coordenador, pedagogo) e que compareça às reuniões escolares destinadas aos pais”.

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