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Ultraprocessados: 93% das crianças de 2 a 5 anos consomem esses alimentos
O consumo de ultraprocessados não é recomendável, pois são alimentos com pouca qualidade e valor nutricional. Além disso, os processados possuem uma grande quantidade de conservantes, corantes, sódio e gordura adicionada para prolongar sua validade. A realidade no Brasil, entretanto, é alarmante, pois 93% das crianças de 2 a 5 anos consomem alimentos ultraprocessados e somente 27% têm uma dieta com frutas e hortaliças.
Entre os bebês de 6 meses a 1 ano e 11 meses, a alimentação com industrializados chega a 80%, e a ingestão de frutas e hortaliças é de 22%. Os dados são do Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (Enani). Neste Dia Mundial da Alimentação, o Hospital Pequeno Príncipe chama atenção dos pais e responsáveis para o cuidado com a nutrição dos pequenos.
É comum que os momentos de celebração sejam acompanhados de alimentos, porque faz parte da cultura brasileira. Contudo, é importante que os ultraprocessados sejam evitados. A obesidade pode ser uma consequência do abuso de processados, como explica a nutricionista Maria Emília Suplicy de Albuquerque, do Hospital Pequeno Príncipe.
“A obesidade pode trazer outras doenças, como o aumento do colesterol, da pressão arterial, dores articulares e aumento da glicemia, por exemplo. Muitos fatores estão associados à obesidade, inclusive o consumo de ultraprocessados. Consumir produtos naturais com mais fibras, vitaminas, minerais, e aliar com a prática de atividade física promove qualidade de vida”, destaca a profissional.
Menos ultraprocessados, mais alimentos naturais
O lanche que os pequenos levam para a escola também precisa ser saudável. A nutricionista sugere que, em vez de ultraprocessados, como bolachas e refrigerantes, as crianças levem alimentos caseiros.
“Uma ótima opção são as frutas e as panquecas de farinha de aveia ou banana. Podem também levar um pãozinho com fibras ou até mesmo o pão francês fresco, que tem farinha branca, mas não é tão nocivo à saúde como os industrializados. É sempre importante ler o rótulo dos alimentos e se atentar para os ingredientes. Na maioria das vezes, quanto menos ingrediente tiver mais saudável será”, pontua.
Seletividade alimentar
A resistência a alimentos oferecidos às crianças pode não ser frescura, e sim seletividade alimentar. Para a nutricionista, é importante que os pais incentivem os pequenos a experimentar os alimentos dos quais talvez não gostem por conta da aparência.
“A parte social pode ser prejudicada por conta da seletividade alimentar. Às vezes, os pequenos deixam de ir em aniversários ou de dormir na casa do amiguinho por medo da comida que será ofertada. Muitas vezes há outras questões envolvidas, que vão além do não gostar do alimento. Nesses casos é preciso buscar ajuda profissional”, diz.
Quando a seletividade ultrapassa a barreira do gosto, os pais podem procurar auxílio com profissionais da psicologia e da fonoaudiologia, por exemplo. Principalmente quando as crianças têm aversão a texturas e consistências. “Esse é um processo longo, não é da noite para o dia que será resolvido. Os pais ou responsáveis precisam ter paciência e não desistirem ao longo do caminho”, finaliza a nutricionista.
O Pequeno Príncipe é signatário do Pacto Global desde 2019. A iniciativa presente nesse conteúdo contribui para o alcance do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS): Saúde e Bem-Estar (ODS 3).