Primeiro transplante do Pequeno Príncipe completa 30 anos - Hospital Pequeno Príncipe

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Primeiro transplante do Pequeno Príncipe completa 30 anos

Neste Dia Nacional da Doação de Órgãos e Tecidos (27 de setembro), o maior hospital pediátrico do Brasil reforça a importância desse gesto para salvar vidas
27/09/2019
Roni Peterson Figueiredo, 38 anos, foi o primeiro paciente transplantado no Pequeno Príncipe.

A história do primeiro transplante realizado há 30 anos pelo Pequeno Príncipe é um convite à reflexão neste 27 de setembro, Dia Nacional da Doação de Órgãos e Tecidos. Considerado um dos principais centros de transplante pediátrico do Brasil, o Hospital reforça a importância desse gesto para salvar vidas. “O direito à vida é um princípio fundamental. Não é apenas papel do Estado garantir isso, mas de todos nós, como cidadãos que somos”, defende o diretor técnico do Hospital Pequeno Príncipe, Donizetti Dimer Giamberardino Filho.

No dia 11 de outubro de 1989, Roni Peterson Figueiredo, então com 8 anos, foi o primeiro paciente transplantado na instituição. Depois de mais de cinco anos em tratamento renal conservador e oito meses em hemodiálise, ele recebeu um rim novo. A doadora foi a sua mãe. Roni hoje está com 38 anos e é motorista socorrista do SAMU em Cordeirópolis, interior de São Paulo. É casado com Alexandra Figueiredo há 14 anos e tem um filho, o Gustavo. “Por ter ficado muito tempo internado, sempre tive vontade de ajudar outras pessoas. Passei no concurso, fiz muitos treinamentos. O motorista socorrista participa ativamente dos salvamentos e isso me realiza”, conta.

Ainda bebê, quando morava em Nova Aurora, interior do Paraná, Roni apresentava sintomas que indicavam problemas renais. O diagnóstico veio quando ele tinha pouco mais de 3 anos, sendo imediatamente encaminhado para o Pequeno Príncipe. A essa altura, não foi possível salvar um dos rins, que precisou ser retirado. Com um rim apenas, Roni seguiu em tratamento conservador até os 8 anos, quando precisou, então, iniciar a hemodiálise duas vezes na semana. “Nesse período, eu fiquei morando no Hospital. Minha mãe não conseguia vir me ver sempre, porque morávamos longe”, lembra Roni. O convívio prolongado com a equipe de atendimento transformou o Hospital numa espécie de segunda casa para ele até que sua mãe foi confirmada como doadora.

Treze anos após o transplante, Roni teve rejeição ao rim transplantado e o Pequeno Príncipe entrou na sua vida novamente. Foram mais dois anos de hemodiálise. Até que em 2004, após contato da médica nefrologista pediátrica do Hospital, Evelise Vargas, Roni soube da possibilidade de uma segunda chance. “Deu tudo certo novamente e, após o procedimento, fiquei mais 5 meses fazendo acompanhamento”, diz Figueiredo, que desde então faz o monitoramento necessário na Unicamp, em Campinas (SP).

Para Roni, a doação de órgãos é sinônimo de novas chances. “É uma decisão muito difícil, mas as famílias devem pensar que é um ato que pode prolongar a vida de muitas pessoas. No meu caso, quem me salvou foi um anjinho de 4 anos e nove meses, após uma decisão muito difícil de seus pais, porém muito sábia, que me deu a oportunidade de estar levando uma vida normal hoje em dia”, recorda.

Sensibilização
Reforçando seu compromisso com o tema, o Pequeno Príncipe mantém a Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (CIHDOTT). Formada por uma equipe multiprofissional, atua com o objetivo de tornar o processo de doação mais ágil, eficiente e de acordo com os parâmetros éticos e morais. A Comissão tem a responsabilidade de contatar a família do paciente com parada cardiorrespiratória evoluindo para óbito ou suspeita de morte cerebral, além de explicar como funciona a doação de órgãos para transplante, quais os benefícios que gera e como os responsáveis precisam proceder para autorizar. A CIHDOTT também promove atividades educativas voltadas aos profissionais do Hospital e comunidade.

Referência

O Serviço de Nefrologia do Pequeno Príncipe existe há 34 anos e é o único exclusivamente pediátrico do Paraná a oferecer desde o atendimento clínico até a realização de transplantes, diálise e hemodiálise. Fora os transplantes de rim, o Pequeno Príncipe também realiza transplantes de coração, válvulas cardíacas, medula óssea e tecido ósseo. Em 2018, foram 251 transplantes realizados.

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