Após transplante hepático realizado no Pequeno Príncipe, bebê de 1 ano ganha uma vida nova - Hospital Pequeno Príncipe

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Após transplante hepático realizado no Pequeno Príncipe, bebê de 1 ano ganha uma vida nova

O procedimento, que contou com a presença do diretor do maior hospital de transplantes dos Estados Unidos, o cirurgião brasileiro Rodrigo Vianna, marca a retomada do Serviço de Transplante Hepático da instituição
20/02/2020
O procedimento marca a retomada do Serviço de Transplante Hepático do Hospital Pequeno Príncipe.

Logo em sua primeira consulta com um pediatra, aos 10 dias de vida, Mathias Fernandez Baião Wagner, de 1 ano, foi encaminhado para um hospital na cidade em que vive com a família, Foz do Iguaçu, no interior do Paraná. A cor amarelada  revelava problemas no fígado, diagnóstico confirmado 30 dias depois em uma instituição hospitalar de Curitiba, local em que passou por uma cirurgia na tentativa de corrigir tal situação. O procedimento, no entanto, não trouxe o resultado esperado e o menino se tornou então candidato ao transplante de fígado.

Por volta das 10 horas do dia 27 de janeiro de 2020, ele deu entrada no Centro Cirúrgico do Hospital Pequeno Príncipe para receber parte do fígado do seu pai, Vitor Fernando Wagner, de 19 anos. Sete horas depois, a equipe médica pôde dar a boa notícia à família de Mathias: o transplante transcorreu sem intercorrências.

O procedimento do pai foi realizado na Santa Casa de Misericórdia de Curitiba, localizada a dois quilômetros do Pequeno Príncipe – que, por ser exclusivamente pediátrico, não pôde realizar a retirada do órgão do doador adulto. O jovem decidiu fazer a doação, mesmo sabendo que a avó materna também era compatível. “É o papel do pai, a gente sempre quer ver o filho melhor e aí faz de tudo. O mais importante é ele”, disse.

Mathias com os pais: nova chance de vida.

No dia 19 de fevereiro, Mathias recebeu alta depois de esperar 15 meses pelo transplante. O procedimento, que deu novas perspectivas à família, marca também a retomada do Serviço de Transplante Hepático pelo Pequeno Príncipe. O Hospital vai atender crianças e adolescentes, mas a prioridade será o atendimento a meninos e meninas menores de dez anos. No Paraná nenhuma outra instituição está transplantando cidadãos nessa faixa etária e ainda esse ano a previsão é que o Pequeno Príncipe realize mais 10 cirurgias. “Já temos sete pacientes com indicação para o transplante hepático”, informou a responsável técnica pelo Serviço, a cirurgiã pediátrica Giovana Camargo de Almeida.

A alegria de Mathias é contagiante.

Para esse momento histórico, o Hospital recebeu o cirurgião Rodrigo Vianna, diretor do Miami Transplant Institute (MTI) – o maior hospital de transplantes dos Estados Unidos. Além de dirigir a instituição, o médico é reconhecido internacionalmente pela técnica que reduziu substancialmente o tempo de duração das cirurgias de transplante de fígado e, em 2019, bateu o recorde mundial de transplantes realizados em um ano: 747. “Para mim, participar desta retomada dos transplantes de fígado nesta instituição foi muito importante. Porque sou curitibano, então o Pequeno Príncipe é um lugar que mora no meu coração”, disse Vianna.

Equipe

A equipe responsável pelo transplante: união em prol da saúde infantojuvenil.

Assim como nos Estados Unidos, a equipe criada para fazer os transplantes no Pequeno Príncipe é multiprofissional. Ao todo, são 22 profissionais entre cirurgiões, hepatologistas, anestesistas, intensivistas, enfermeiros, farmacêuticos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, nutricionistas, psicólogos e assistentes sociais. O Hospital também mantém condições técnicas e equipamentos semelhantes ao MIT. “Mas sabemos que os pacientes brasileiros têm uma condição social nem sempre tão favorável, quando comparados aos norte-americanos. Por isso, precisamos fazer um trabalho bastante cuidadoso e amplo, assegurar que no pós-operatório esse paciente tenha condições de se recuperar em um ambiente adequado”, ressaltou a responsável técnica pelo Serviço.

A alegria da família de Mathias é imensa, porque o bebê poderá viver com uma qualidade de vida muito melhor. “Foi um ano de caminhada até o transplante. Mas a cirurgia foi bem-sucedida e fico muito feliz em saber que mais crianças terão a mesma oportunidade que o Mathias”, completou a avó materna, Josefina Diaz Fernandez Baião.

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