Pequeno Príncipe realiza primeiro workshop de Bioinformática em plataforma que é referência mundial
Cerca de 35 pesquisadores do Complexo Pequeno Príncipe se reuniram na tarde da última quinta-feira, dia 14, para expandir seus conhecimentos acerca da plataforma de alta tecnologia Ensembl, que, em linhas gerais, agrega, em um único ponto, ferramentas de bioinformática e bases de dados genéticos. Esta tecnologia fornece aos pesquisadores informações importantes que são utilizadas desde o planejamento de experimentos laboratoriais até a interpretação de exames genéticos, auxiliando na descoberta de novos genes relacionados a condições como câncer e doenças raras.
“Nós já utilizamos essa plataforma no Instituto, mas estamos nos aprimorando, porque a quantidade de ferramentas disponíveis no Ensembl é muito grande. A ideia do workshop é aprender a utilizar todo o seu potencial para chegar a resultados que podem vir a explicar doenças desconhecidas, o porquê delas existirem ou qual a causa delas. Nas doenças genéticas é esse tipo de análise que vai ajudar a descobrir novos diagnósticos ou até mesmo novos genes relacionados a doenças ainda não conhecidas, além de prever novos alvos para tratamentos”, explica a diretora de Medicina Translacional do Instituto de Pesquisa Pelé Pequeno Príncipe, Carolina Prando.
Diancarlos Pereira de Andrade, professor de bioestatística na Faculdades Pequeno Príncipe e doutorando no programa da instituição em parceria com o Instituto de Pesquisa Pelé Pequeno Príncipe na área de mutações genéticas em câncer, aponta que ter a possibilidade de integração entre as áreas faz toda a diferença no processo da especialização profissional. “Conhecer essa ferramenta é a comprovação de que as duas áreas (matemática e ciência humana) estão extremamente interligadas e são importantes para que tenhamos um aproveitamento completo dos nossos estudos e resultados”, pontua o pesquisador. Além dos pesquisadores, alunos de mestrado e doutorado em Biotecnologia Aplicada à Saúde da Criança e do Adolescente e de iniciação científica em áreas de Biomedicina e Medicina participaram do evento.
Experiência positiva
O britânico Benjamin Moore, instrutor EMBL-EBI e PhD em Ciências Biológicas, que esteve no Instituto para ministrar workshops, ficou impressionado com a estrutura do Complexo Pequeno Príncipe e mostrou satisfação com o empenho, engajamento e proatividade do grupo presente no encontro.
“Vocês são uma instituição extremamente organizada, e isso é um diferencial. Outro ponto muito impressionante é a possibilidade de conexões: vocês têm em ambientes muito próximos pacientes, estudantes e pesquisadores e isso é demais; nos lugares que conheci ao redor do mundo, hospitais e pesquisas trabalham de forma muito separada e ter isso tudo junto é poder expandir. Também acredito que o Brasil esteja progredindo com relação aos estudos de bioinformática e instituições como o Pequeno Príncipe fazem com que as expectativas sejam muito boas”, afirma.
Vai além
Na sexta-feira, dia 15, mais um dia intenso de treinamento. Dessa vez, com um grupo seleto de pesquisadores que terá a missão de se aprofundar e aprender com Benjamin Moore como repassar a outros pesquisadores todas as funções da plataforma afim de sempre disseminar o conhecimento.
O Ensembl é uma plataforma que disponibiliza dados biológicos públicos de todo o mundo e é oferecido gratuitamente à comunidade científica por meio de uma variedade de serviços e ferramentas. Para isso, fazem parte do Laboratório Europeu de Biologia Molecular (EMBL), uma organização de pesquisa internacional, inovadora e interdisciplinar financiada por 23 estados membros e dois estados membros associados. Situados em Cambridge, no Reino Unido, a empresa é considera uma das que possuem as maiores concentrações de conhecimento técnico e científico sobre genômica do mundo.