Hanseníase em crianças

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Como identificar a hanseníase em crianças?

O contato prolongado com um adulto que tem a enfermidade e não está em tratamento é propício para a transmissão da doença no público infantojuvenil
26/01/2025
hanseníase em crianças
O diagnóstico para a hanseníase em crianças é feito por suspeita clínica, com a análise da lesão de pele.

O Brasil é o segundo país no mundo com o maior número de casos de hanseníase, atrás apenas da Índia. Apesar da maior parte dos casos da doença ser identificada entre adultos, ela pode sim atingir crianças. Mas como identificar hanseníase em crianças? O que causa essa doença nos pequenos? O Hospital Pequeno Príncipe apresenta informações essenciais sobre a enfermidade, que é causada pelo Mycobacterium leprae, um bacilo transmitido por meio de gotículas de saliva eliminadas na fala, em espirros ou tosse.

O que causa a hanseníase em crianças?

Segundo a dermatologista pediátrica Flávia Costa Prevedello, do Hospital Pequeno Príncipe, o contágio pode ocorrer por causa da convivência prolongada com um adulto que tenha a doença e não esteja fazendo tratamento. “Se uma criança com menos de 15 anos tem hanseníase, isso ocorre normalmente porque um adulto doente está transmitindo a doença. Nas crianças, as formas de hanseníase tendem a ser mais brandas, mas, às vezes, podem evoluir para alterações neurológicas se elas não fizerem o tratamento”, ressalta.

Conheça os tipos de hanseníase

Paucibacilar: o paciente tem menos lesões cutâneas, com poucos ou sem bacilos identificados. O tratamento é feito durante seis meses.

Multibacilar: o paciente tem muitas lesões, com muitos bacilos identificados. O tratamento dura 12 meses.

Primeiros sinais da hanseníase em crianças

“A doença se manifesta na pele e no sistema nervoso periférico e causa manchas, que podem ser avermelhadas ou esbranquiçadas. Nessas regiões, a pele pode ficar mais seca, e o principal sintoma é a alteração da sensibilidade no local”, pontua ela. Por isso, é preciso ter atenção para identificar os primeiros sinais da hanseníase e, então, buscar ajuda profissional.

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico para a hanseníase é feito por suspeita clínica, com a análise da lesão de pele que apresenta alteração de sensibilidade. De acordo com a dermatologista pediátrica, primeiramente é verificado se o paciente tem alteração na percepção do calor. Além disso, é analisado se ele consegue perceber a dor ou uma pressão no local da mancha.

A hanseníase é uma doença de notificação compulsória. Por isso, há centros específicos para o tratamento de crianças. “Uma vez diagnosticado, o paciente é encaminhado para um centro de referência. Nesses locais, a família receberá a cartela de medicamentos indicada para a faixa etária da criança”, completa a médica.

Quando necessários, exames complementares são solicitados pelo médico, como a baciloscopia ou a biópsia de pele. “Para isso, um fragmento de pele é retirado para ser analisado e, assim, verificar a presença de inflamação, identificar o bacilo e se há comprometimento perineural [ao redor de um nervo]”, explica. Por meio do Laboratório Genômico, o Pequeno Príncipe está apto para fazer os exames de anatomopatologia ou citologia dos bacilos de Hansen. Já os exames de baciloscopia são realizados nas unidades de saúde de referência.

Como é o tratamento da hanseníase em crianças?

Segundo a dermatologista pediátrica, o tratamento de crianças é realizado da mesma forma como é conduzido com pacientes adultos, inclusive com o uso dos mesmos medicamentos. O esquema de tratamento para a hanseníase é feito com a poliquimioterapia única, que é uma combinação de dois antibióticos – a rifampicina e a dapsona – e um anti-inflamatório – a clofazimina.

Os remédios são fornecidos gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), e o tratamento pode durar de seis meses a 12 meses, dependendo da forma da hanseníase. “O que muda em relação aos adultos é a dose dos medicamentos, que varia de acordo com a faixa de peso do paciente. Para crianças muito pequenas, por exemplo, esses remédios são receitados em dose líquida”, afirma.

Hanseníase tem cura

Por fim, é importante ressaltar que a hanseníase tem cura e que o paciente para de transmitir a doença após o início do tratamento. “Nos anos 1970, não tinha um tratamento eficaz para a hanseníase e o paciente era isolado do convívio familiar. Por isso, havia estigma em relação às pessoas com a doença. Mas hoje temos um outro momento da hanseníase, pois há tratamento e a pessoa não precisa mais ser isolada. O paciente que tem o diagnóstico vai ser tratado e vai se curar”, conclui a médica.

Serviço de Dermatologia

O Serviço de Dermatologia do Hospital Pequeno Príncipe oferece atendimento a crianças e adolescentes por meio de consultas e participa do trabalho multiprofissional da instituição, com atendimento aos pacientes internados. Além disso, a especialidade médica atua no diagnóstico, prevenção e tratamento de doenças relacionadas à pele, como hanseníase, dermatite atópica, dermatite seborreica, doenças genéticas, micoses, verrugas, entre outras.

O Pequeno Príncipe é participante do Pacto Global desde 2019. E a iniciativa presente nesse conteúdo contribui para o alcance do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS): Saúde e Bem-Estar (ODS 3).

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