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Doação de órgãos e tecidos: 219 pacientes foram transplantados em 2022
A doação de órgãos e tecidos é um ato de amor ao próximo. No Pequeno Príncipe, 219 crianças e adolescentes ganharam uma nova chance de vida por meio do transplante de coração, rim, fígado, tecido ósseo e válvula cardíaca em 2022. O Hospital é referência nesses procedimentos, considerados de alta complexidade, em pacientes pediátricos. Entre as histórias transformadas está a de Heitor Manoel Novais Oliveira, que aos 6 meses foi submetido a um transplante de fígado. O Serviço de Transplante Hepático do Pequeno Príncipe é o único do Paraná a realizar o procedimento em crianças com até 10kg.
A história de Heitor: transplantado aos 6 meses
O pequeno Heitor realizou um transplante de fígado aos 6 meses, por conta de uma cirrose. A doadora foi a mãe do menino, Mylena Oliveira Alves. De acordo com ela, se aguardassem um doador falecido, ele não resistiria. “Chegamos ao Pequeno Príncipe em estado bem grave e com várias complicações. A cor da pele dele já estava verde. Quando soube que podia ser a doadora, foi uma felicidade, um momento emocionante para mim”, lembra.
Natural de Brasília, Mylena percebeu que o filho não estava bem quando tinha 3 meses. “A barriga do Heitor inchou e ele começou a ficar ofegante. O xixi era tão forte e amarelo que chegava até a manchar o lençol”, recorda. A decisão de levar o pequeno ao médico foi concretizada quando a urina ficou com a coloração preta. Mãe e filho foram às pressas para um hospital de Brasília e encaminhados ao Pequeno Príncipe.
Quando soube que Heitor precisaria de uma doação de órgãos, Mylena logo se prontificou para ser a doadora. Fez todos os exames e, para a alegria da mãe, ambos eram compatíveis. Hoje, Heitor está com 2 anos e segue em acompanhamento no Pequeno Príncipe.
Tipos de doadores
Mais de 40 mil pessoas aguardam um transplante no Brasil, entre elas 569 são crianças e adolescentes até 17 anos, segundo o Ministério da Saúde. Os doadores falecidos pediátricos são muito infrequentes. Por isso, existe a angústia da espera por um doador compatível. Do momento em que é identificada a morte cerebral até a efetivação da doação, é preciso mobilizar equipes rapidamente e ter aprovação da família.
“Neste momento, você depende de uma decisão ágil de alguém que está passando por um momento extremamente difícil, que é a morte de um ente querido. Isso tem que ser respeitado, inclusive entendendo as recusas”, destaca o médico responsável pelo Serviço de Transplante Hepático do Hospital, José Sampaio Neto.
No caso de doadores vivos, que envolve um receptor pediátrico, o cenário é diferente. “Retirar parte do fígado ou um dos rins, por exemplo, é extremamente complicado. Muitas vezes, o doador é um dos pais ou responsáveis por aquela criança ou adolescente, algumas vezes essa pessoa tem outros filhos e também é o provedor financeiro da família. Esse doador precisa ficar um tempo afastado do trabalho, para se recuperar do procedimento, e isso compromete a renda familiar durante aquele tempo”, explica o médico.
Doadores vivos são pessoas saudáveis que doam parte do órgão para um paciente compatível. Para o cirurgião, sempre é um desafio ético submeter uma pessoa saudável a um procedimento complexo como um transplante, mas o benefício ao receptor é inestimável, como foi no caso do pequeno Heitor.
Pequeno Príncipe é referência em transplantes
Há 34 anos, o Pequeno Príncipe realiza transplante de órgãos (coração, fígado e rim) e tecidos pediátricos. Em 2022, foram realizados 219 procedimentos. Ao todo, foram 37 de órgãos sólidos (coração, rim e fígado), 47 de válvula cardíaca e mais 135 transplantes de tecido ósseo. Neste ano, até agosto, o Pequeno Príncipe já realizou 189 procedimentos, consolidando a organização como um dos centros de referência no país.
A instituição também conta com a Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (CIHDOTT), responsável por organizar rotinas e protocolos institucionais para viabilizar o processo de doação. Composta por uma equipe multiprofissional, a comissão atua para garantir agilidade e eficiência na doação de órgãos e tecidos, além de seguir os parâmetros éticos e morais que o processo requer.
O Pequeno Príncipe é signatário do Pacto Global desde 2019. A iniciativa presente nesse conteúdo contribui para o alcance do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS): Saúde e Bem-Estar (ODS 3).