Dia da Saudade: sentimento pode ser saída para enfrentar perdas - Hospital Pequeno Príncipe

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Dia da Saudade: sentimento pode ser saída para enfrentar perdas

No início, a falta de uma pessoa, de um objeto ou até de um momento que passou pode gerar dor, mas a saudade transforma o sofrimento em lembrança, diz psicóloga do Hospital Pequeno Príncipe
28/01/2022

A saudade, sentimento difícil de explicar, tem origem na distância ou ausência de algo ou de alguém. Em alusão ao Dia da Saudade, celebrado em 30 de janeiro, o Pequeno Príncipe, maior hospital exclusivamente pediátrico do país, traz a reflexão de que a saudade não é um sentimento ruim, pois pode ser uma saída positiva para enfrentar perdas e transformar o sofrimento em lembranças.

A saudade não é um sentimento ruim, pois pode ser uma saída positiva para enfrentar perdas e transformar o sofrimento em lembranças.

Uma pesquisa da Universidade de Southampton, do Reino Unido, mostrou que a saudade funciona como uma resposta imunológica psicológica. Ou seja, é um sentimento que surge quando a pessoa passa por dificuldades e funciona como um mecanismo de defesa. Dessa forma, a saudade cria uma narrativa de sentido para a vida, conectando o passado com o presente.

“Quando gostamos muito de uma pessoa, de um momento ou até de uma coisa, ela continua conosco mesmo não estando presente. A saudade faz com que ela volte para nós. Às vezes, sentimos tantas saudades que chega a doer, mas com o tempo a dor diminui e o que fica é a lembrança daquilo que, em algum momento, nos deixou felizes”, reflete a coordenadora do Serviço de Psicologia do Pequeno Príncipe, Ângela Bley.

Há muitos exemplos de saudade, como de pessoas que faleceram ou que fizeram parte da vida e hoje não fazem mais, de experiências ou momentos felizes vivenciados ou até mesmo de um objeto com significado. “A saudade pode ser uma saída positiva para enfrentar o luto, entender que a perda existe, mas que é possível lembrar das coisas boas que passaram sem sofrer”, aponta o psicólogo Bruno Jardini Mader, do Hospital Pequeno Príncipe.

Como falar sobre luto com as crianças?

O psicólogo destaca que é importante ficar atento às mudanças de comportamento da criança em relação à determinada perda. Por exemplo, se a pessoa era tagarela e passa a ficar quieta, ou se era calma e passa a ficar irritada, esses são sinais de alerta para os pais ou responsáveis.

“Para falar sobre o luto, é importante entender quais os valores e as crenças da família para mostrar que a pessoa que morreu não volta mais, mas que é uma passagem importante que todos passam e que a vida de quem fica tem muito valor”, completa Mader.

O especialista reforça que esse sentimento de luto se refere não apenas à perda por morte como também a uma mudança de escola ou até de um amigo que vai para outra cidade. Com a pandemia, as crianças vivenciaram ainda o luto devido ao distanciamento social, que alterou rotinas em prol do cuidado com o outro e consigo mesmo.

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