Da ficção para a vida real: diagnóstico precoce é fundamental no tratamento da Síndrome de Guillain-Barré
Nos próximos capítulos da novela “Segundo Sol”, da Rede Globo, a digital influencer e blogueira Rochelle Athayde, interpretada pela atriz Giovanna Lancellotti, vai ser diagnosticada com uma doença rara: a Síndrome de Guillain-Barré. O problema da ficção faz parte da realidade do Hospital Pequeno Príncipe.
A instituição, habilitada pelo Ministério da Saúde como Serviço de Referência em Doenças Raras em 2016, há décadas se dedica ao trabalho com essas enfermidades. “Entre o outono e o inverno, é mais comum o aparecimento de casos da Síndrome de Guillain-Barré. Por ser autoimune (problema em que o sistema imunológico ataca células saudáveis), é importante o diagnóstico precoce para assegurar o tratamento e cura sem sequelas ou a evolução para quadros clínicos graves”, observa o médico neurologista pediátrico do Hospital Pequeno Príncipe, Alfredo Löhr Junior.
A Síndrome de Guillain-Barré pode prejudicar os movimentos do corpo. “É muito importante que os pais ou cuidadores fiquem atentos a sintomas repentinos, como uma fraqueza nas pernas sem maiores explicações que vai subindo para o restante do corpo. Trata-se de uma doença eminentemente motora”, destaca Alfredo Löhr Junior.
Sintomas
Diminuição da força, alteração de sensibilidade e sensação de formigamento em diversas partes do corpo, como os dedos dos pés e das mãos, são alguns dos sinais da Síndrome. “É uma doença com altas chances de cura e com a possibilidade de não deixar sequelas, mas depende da avaliação clínica urgente logo no início. A doença tem uma progressão ascendente, começando com fraqueza nas pernas, subindo para as demais partes do corpo e pode comprometer a respiração”, reitera o especialista.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), as causas da Síndrome de Guillain-Barré ainda não são completamente conhecidas pela ciência, mas a doença é muitas vezes desencadeada por infecções causadas por vírus, bactérias, Zika ou até mesmo gripe. O quadro evolui da seguinte forma: ao produzir anticorpos para lutar contra o invasor, o corpo tem uma resposta exagerada e acaba atacando também os prolongamentos dos nervos periféricos, responsáveis pelo movimento dos músculos.
Por conta disso, faz-se necessário o diagnóstico precoce da Síndrome de Guillain-Barré para assegurar o início imediato do tratamento e a assistência respiratória necessária. “A evolução dos pacientes costuma, na maioria dos casos, ser muito boa”, reitera Alfredo Löhr Junior.