Cursos pré-congresso do Criança 2025: veja alguns destaques
Evento reforça o compromisso com a qualificação em saúde infantojuvenil e promoveu debates sobre vacinação, saúde mental, uso de telas, TEA e espiritualidade na infância
O curso de Enfermagem – Suporte Básico de Vida em Pediatria, foi um dos destaques dos cursos pré-congresso do Criança 2025
Os cursos pré-congresso do Criança 2025 – V Congresso Internacional de Especialidades em Pediatria marcaram o início da programação científica. As atividades são voltadas à formação técnica e à discussão de temas sensíveis que impactam diretamente a saúde de crianças e adolescentes. Ao todo, foram realizados nove cursos simultâneos, além de workshops, reunindo mais de 500 participantes entre profissionais e estudantes da área da saúde.
Segundo o coordenador-geral do evento, Victor Horácio de Souza Costa Júnior, os cursos pré-congresso do Criança 2025 representam uma oportunidade estratégica para fomentar o debate interdisciplinar e a atualização profissional. “Esse momento vem saciar uma necessidade para alguns temas de pediatria que estão extremamente relevantes e necessitam de um aprofundamento maior. Como, por exemplo, os quadros de alergia alimentar, com o simpósio internacional de alergia alimentar, do nosso Serviço de Gastroenterologia, o curso sobre autismo, a importância da vacinação”, destacou.
Para o diretor de Ensino e Bioética do Hospital, Donizetti Dimer Giamberardino Filho, o pré-congresso é o pontapé inicial de um evento que visa a excelência dos profissionais da pediatria. “Durante o evento serão discutidos temas referentes ao atendimento pediátrico até 18 anos. Dos protocolos médicos mais atualizados do ponto de vista científico, da importância do trabalho em equipe multiprofissional e multidisciplinar, sem abrir mão da pessoalidade solidária na relação com as famílias de seus filhos. Serão cerca de 3 mil inscritos que irão participar do congresso, que é considerado um dos mais importantes do Brasil, quando esses profissionais serão atualizados e sensibilizados à atenção integral de seus atendimentos”, salientou.
Criança 2025 – V Congresso Internacional de Especialidades em Pediatria
Com a realização dos cursos pré-congresso do Criança 2025, foi dada a largada do maior evento de especialidades em pediatria do Brasil. A abertura reforçou o compromisso do Hospital Pequeno Príncipe com a formação técnica, a humanização do cuidado e a promoção de debates interdisciplinares em saúde infantojuvenil. Agora, nos próximos quatro dias, o Congresso segue com uma programação extensa e qualificada, com o objetivo de difundir conhecimento e boas práticas para o cuidado integral de crianças e adolescentes. Dessa forma, o Complexo Pequeno Príncipe reafirma sua missão de cuidar da infância por meio da educação e da sustentabilidade, com um olhar atento às necessidades do presente e comprometido com o futuro.
Veja alguns destaques dos cursos pré-congresso do Criança 2025
Enfermagem – Suporte Básico de Vida em Pediatria
Realizado no Centro de Simulação Realística (CSR) do Hospital Pequeno Príncipe, o curso de Enfermagem – Suporte Básico de Vida em Pediatria foi um dos destaques dos cursos pré-congresso do Criança 2025. A capacitação teve como objetivo aprimorar a prática assistencial por meio da realização de manobras em crianças, utilizando simuladores específicos que possibilitam a execução precisa das técnicas com feedbacks imediatos e orientações das instrutoras sobre os critérios de qualidade da RCP. Ao final, uma gamificação incentivou os participantes a desenvolverem a melhor compressão torácica pediátrica. A atividade foi ministrada pela supervisora do CSR, a enfermeira especialista Cláudia Maria Baroni Fernandes, e pela enfermeira Isabelle Cristina Lemes.
Como parte da programação do módulo de cirurgia pediátrica foi realizado também o curso Cirurgia Minimamente Invasiva Pediátrica – Hands-on, no CSR. A atividade foi dividida em duas turmas e contou com a coordenação dos médicos Elisângela de Mattos e Silva e Fernando Antonio Bersani Amado, ambos cirurgiões pediátricos do Hospital. O curso teve ainda a participação especial do convidado internacional Maximiliano Maricic, da Argentina, referência em cirurgia minimamente invasiva e chefe do serviço de Cirurgia Pediátrica do Hospital Elizalde, em Buenos Aires — um dos mais importantes centros pediátricos do país. Durante a atividade, os participantes puderam aprimorar suas técnicas em procedimentos menos invasivos por meio de simulação realista, com foco na segurança e qualidade do cuidado cirúrgico infantil.
Endoscopia de via aérea pediátrica
Integrando o módulo de otorrinopediatria dos cursos pré-congresso do Criança 2025, o tema sobre endoscopia de via aérea reuniu renomados profissionais para discutir condutas clínicas e cirúrgicas na abordagem de doenças laríngeas pediátricas. A programação, estruturada em cinco blocos, percorreu temas como avaliação da via aérea, malformações laríngeas, laringites pós-intubatórias e tratamento de estenoses. A atividade contou com a moderação dos especialistas do Hospital Pequeno Príncipe, Elise Zimmermann, Fabiano Bleggi Gavazzoni e Letícia Teixeira, além de debatedores do Brasil, Chile e Argentina. O curso também apresentou diferentes abordagens terapêuticas, com explanações técnicas sobre dilatação com balão, reconstrução laringotraqueal e ressecção cricotraqueal parcial, ministradas por especialistas como Melissa Avelino, Rebecca Maunsell, Claudia Schweiger, Alvaro Pacheco e José Faibes Lubianca Neto. A sessão inicial do curso destacou a importância da formação especializada em otorrinopediatria e o papel estratégico da via aérea pediátrica como subárea altamente especializada e desafiadora. “A otorrinopediatria não trata apenas de crianças, mas de crianças normais com doenças especiais e crianças especiais com doenças normais”, ressaltou Gavazzoni.
Desinformação e hesitação vacinal
Durante os cursos pré-congresso do Criança 2025, o infectologista pediátrico Tony Tannous Tahan abordou os desafios da desinformação e da hesitação vacinal, destacando o papel estratégico dos profissionais de saúde nesse cenário. Segundo ele, o fenômeno é multifatorial, influenciado por fatores sociais, culturais e pela infodemia — o excesso de informações que dificulta a identificação do que é confiável. Tahan alertou para o impacto das fake news e discursos negacionistas nas redes sociais, que vêm aumentando a recusa vacinal. Para enfrentar essa realidade, defendeu uma comunicação mais empática, baseada em escuta ativa, evidências científicas e indicação de fontes confiáveis, como a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm). “A comunicação efetiva entre profissional e paciente é uma ferramenta poderosa na promoção da saúde”, comentou.
Vacinação na gestação
A vacinação durante a gestação foi tema de destaque com a ginecologista Acácia Maria Lourenço Nasr. Ela enfatizou a importância para a proteção da mãe e, sobretudo, do bebê nos primeiros meses de vida. Segundo ela, as vacinas são seguras, oferecem imunidade passiva ao recém-nascido por meio da transferência de anticorpos e devem ser aplicadas mesmo na ausência de histórico vacinal completo. A especialista destacou ainda a necessidade de uma abordagem empática e humanizada, além do enfrentamento à infodemia, que tem contribuído para a queda das coberturas vacinais. “As vacinas estão disponíveis, mas muitos públicos ainda não estão sendo alcançados. Informação é poder”, afirmou, reforçando que sensibilizar gestantes com conteúdo confiável é essencial para garantir saúde desde os primeiros dias de vida do bebê.
Saúde mental das crianças
O cenário atual sobre a saúde mental das crianças e a importância da família e dos profissionais de saúde para ajudar os meninos e meninas nesse contexto ganharam destaque. “A mente é o sistema que organiza, que ajuda a solucionar os problemas. Ela conduz cada célula para onde deve ir. Então, a criança precisa estar ao lado de um adulto que também seja organizado, para poder lidar com situações sem estresse”, disse o psiquiatra da infância e da adolescência Caio Abujadi, do Rio de Janeiro. Ele defendeu um “combo” para os casos que necessitam de tratamento. “É preciso organização, gestão do estresse, uso de psicotrópicos e psicoterapia. Não podemos ser contra os remédios. Eles estão aí para nos ajudar”, completou.
Educando filhos em tempos modernos
Os desafios da educação das crianças nos tempos modernos também foram abordados. São tempos marcados por carência emocional, desenvolvimento comprometido e dificuldades de relacionamento. “Precisamos dedicar momentos de qualidade, com conexão, carinho, instantes preciosos e interação entre pais e filhos, escutando com atenção o que a criança tem a dizer — e, de preferência, sem o uso de telas”, ponderou a psicóloga clínica transpessoal e sistêmica Cibele Passos Zuchelo, da Espanha. “As crianças precisam de presença atenta e amorosa, com escuta ativa e reconhecimento delas como pessoas que têm desejos e vontades. Isso para sermos um porto-seguro para os nossos filhos”, ressaltou.
Espiritualidade: uma nova perspectiva sobre o cuidado
O neurologista Jaderson Costa da Costa propôs uma reflexão sobre os limites da ciência frente às experiências subjetivas e essenciais do ser humano. Ele apresentou os conceitos de transcendência vertical — ligada à fé em um ser superior — e horizontal — manifestada na conexão empática entre as pessoas — como dimensões que a neurociência busca compreender por meio de evidências empíricas, apesar de sua natureza intangível. “Se é uma dimensão do bem-estar, por que ignoramos? Como incorporar isso à prática? Preservando nossa humanidade”, questionou, ressaltando a urgência de integrar essa perspectiva aos cuidados em saúde. Para Costa, o Criança 2025 representa uma mudança de paradigma: “Esse é um evento histórico, disruptivo, que vai ficar para a história”. A psiquiatra Márcia Favero complementou a discussão abordando a espiritualidade como um recurso fundamental na saúde mental, especialmente diante do aumento de transtornos e ideação suicida entre crianças e adolescentes. “Estudos mostram que a religiosidade e a espiritualidade atuam como fatores protetivos importantes, contribuindo para a redução de sintomas depressivos, menor uso de substâncias e maior percepção de felicidade”, destacou. Ela reforçou que abordar essa dimensão deve ser parte essencial tanto da avaliação quanto do planejamento terapêutico.
Sobre a “geração do quarto”
Alvo dos estudos do professor, escritor e pesquisador Hugo Monteiro Ferreira, de Pernambuco, essa geração também foi destaque. Ela é formada por meninos e meninas que têm entre 11 e 18 anos de idade, que passam mais de seis horas por dia em isolamento dentro de casa, que fazem uso excessivo de telas e que têm dificuldade de comunicação verbal e usam o corpo para se comunicar, por exemplo. “As crianças e os adolescentes precisam ser ouvidos, ter suas opiniões respeitadas. E na sua casa, é preciso ter espaço para boas risadas. Os risos e as emoções têm sido deixados de lado”, afirmou Ferreira. Os resultados das pesquisas do professor estão compilados no livro “A geração do quarto – Quando crianças e adolescentes nos ensinam a amar”, que está na sua 11.ª edição, foi traduzido para o espanhol e, em breve, ganhará uma versão em inglês.
Diferentes abordagens do TEA
Uma das atividades mais emocionantes foi protagonizada por Murilo Bonato, jovem autista com apraxia severa que encontrou na escrita o seu principal canal de comunicação com o mundo. Sem se comunicar verbalmente até os 14 anos, Murilo descobriu, durante a pandemia, o poder transformador da palavra escrita. Hoje, aos 18, ele compartilha reflexões profundas sobre temas universais como liberdade, amor, espiritualidade e pertencimento. Ainda, a programação contou com o neurologista Marcelo Masruha, que enfatizou que o diagnóstico do transtorno do espectro autista (TEA) deve ir além da análise comportamental, incluindo a identificação de comorbidades e diagnósticos diferenciais para um cuidado mais eficaz. Segundo ele, entre 50% e 70% das crianças com TEA também apresentam sintomas de TDAH, sendo essa a comorbidade mais comum. Outros transtornos, como distúrbios do sono, epilepsia, ansiedade e depressão, também podem coexistir e impactar o desenvolvimento e o bem-estar da criança.
Cuidado multiprofissional nos casos de violência
Outro tema presente nos cursos pré-congresso do Criança 2025 foi o cuidado multiprofissional nos casos de violência contra crianças e adolescentes. O tema foi exposto pelas psicólogas Daniela Carla Prestes e Marianne Bonilha, a assistente social Rosane Moura Brasil Baptista e a médica pediatra Maria Cristina da Silveira, do Hospital Pequeno Príncipe. Na palestra, as profissionais abordaram os primeiros sinais e alertas de violência infantil, como proceder com a denúncia ou relato, diagnósticos e sistemas de acolhimento. Além disso, discutiram sobre questões acerca da ambiguidade na relação entre a vítima e abusador, qual o papel da assistência psicológica e de que maneira o acompanhamento psicológico deve entrar na vida da criança.
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