Acompanhe os conteúdos também nas redes sociais do Pequeno Príncipe e fique por dentro de informações de qualidade – Facebook, Instagram, Twitter, LinkedIn e YouTube
ALTA COMPLEXIDADE | Cirurgia Cardiovascular em recém-nascidos é referência
Referência nacional no atendimento de recém-nascidos, o Pequeno Príncipe faz mais de 60 procedimentos cirúrgicos por ano nessa faixa etária, sendo uma das três instituições que mais realiza esse procedimento no Brasil. As cirurgias cardiovasculares pediátricas em bebês geralmente são realizadas para reparar malformações congênitas (a criança nasce com elas). Esse é um serviço de alta complexidade, pois envolve o tratamento de doenças do coração e dos vasos sanguíneos.
No Pequeno Príncipe são duas equipes compostas por 12 cirurgiões cardíacos pediátricos. O Hospital tem estrutura própria de internamento, uma sala cirúrgica exclusiva, além de 18 leitos de terapia intensiva e, em 2021, realizou 643 cirurgias e 2.031 procedimentos em crianças e adolescentes.
“Nos bebês o procedimento é mais complexo, pois a volemia da criança, quantidade total de sangue, é muito menor em relação ao volume necessário, trazendo maiores consequências à função pulmonar, renal, hepática e mesmo cardíaca. Qualquer instabilidade, como a perda do sangue, que já é restrito devido ao tamanho do paciente, traz grandes consequências”, detalha o cirurgião cardiovascular responsável por uma das equipes do serviço, Fábio Binha Navarro.
Para cada paciente, um tratamento diferente
As cirurgias cardiovasculares são divididas em corretivas e paliativas. Nas primeiras, o objetivo é reparar os defeitos do coração. Nas paliativas, a finalidade é melhorar as condições do paciente antes da realização de uma correção definitiva.
As doenças que exigem esse tipo de cirurgia podem ser congênitas (a criança nasce com elas) ou adquiridas (surgindo ao longo da vida). Cada uma tem uma urgência diferente para o procedimento cirúrgico. Nas cardiopatias simples ou de média complexidade, a criança pode esperar alguns meses ou anos para realizar a correção. Nas malformações de alta complexidade, as mais graves, o recém-nascido precisa passar pelo procedimento o quanto antes. Quem determina é o médico cardiologista pediátrico.
“Mesmo que seja uma cirurgia relativamente simples, ela vai envolver alterações no pulmão, nos rins, no intestino e no próprio coração. A cirurgia cardíaca envolve todos esses subsistemas. Cada paciente tem uma peculiaridade”, realça o cirurgião cardiovascular pediátrico Wanderley Saviolo Ferreira.
Transplante cardíaco
Credenciado no Ministério da Saúde para realizar transplantes cardíacos desde 1999, o Pequeno Príncipe realizou em 2021 dois procedimentos desse tipo e 45 transplantes de válvulas cardíacas. Até o final de outubro de 2022, 584 crianças e adolescentes – de 0 a 17 anos – aguardavam por um coração, de acordo com o Sistema Nacional de Transplantes.
A complexidade desse tipo de procedimento começa na fila de espera, já que crianças só podem receber o órgão com o mesmo tipo sanguíneo e com peso igual ou até três vezes superior ao do doador. Por isso, a importância da cultura de doação de órgãos e tecidos estar presente na consciência da sociedade.
Equipamentos modernos
Entre os dispositivos de alta tecnologia que estão à disposição do Serviço de Cirurgia Cardiovascular está a máquina de oxigenação por membrana extracorpórea (ECMO), que é usada em cirurgias cardíacas mais complexas (quando a criança tem mais de uma malformação) ou em pacientes que eventualmente tenham disfunção cardíaca ou pulmonar depois da cirurgia.
“O uso do ECMO varia de acordo com a complexidade da cirurgia e da doença. Por exemplo, uma criança que tem uma disfunção pulmonar, que é o desempenho respiratório abaixo do desejado, depois da cirurgia, pode utilizar esse tipo de assistência temporariamente, até o funcionamento ser restabelecido. A terapia mantém o suporte respiratório e hemodinâmico”, informa o cirurgião cardiovascular pediátrico Gustavo Klug.
O Pequeno Príncipe conta também com a máquina de circulação extracorpórea, que é um dispositivo em que o sangue do paciente é transportado para fora do organismo, total ou parcialmente. “A máquina remove o dióxido de carbono e adiciona oxigênio. Depois disso, o sangue passa por um filtro que remove as bolhas de ar antes de retornar para o corpo por meio da artéria aorta. Isso permite que todos os tipos de cirurgias cardiovasculares sejam realizados, dos mais simples aos mais complexos”, explica o cirurgião cardiovascular responsável por uma das equipes do serviço, Fábio Said Sallum.