A educação é a chave para a prevenção da violência ainda na infância.
O número de denúncias de violência contra crianças e adolescentes já supera 200 mil neste ano no Brasil, de acordo com o levantamento do Disque 100, um dos canais da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos. De todas as denúncias realizadas de janeiro a setembro de 2021, mais de 23 mil são relacionadas à fase de gestação até os 6 anos de idade, período conhecido como Primeira Infância. Nesta Semana Nacional de Prevenção da Violência na Primeira Infância, de 12 a 18 de outubro, o Hospital Pequeno Príncipe reforça o seu papel de proteção e defesa dos direitos desse público.
Os dados são alarmantes inclusive no maior hospital exclusivamente pediátrico do Brasil, referência em atendimentos dessa natureza. Em relação ao primeiro semestre de 2020, o Pequeno Príncipe constatou um aumento de 18,75% dos casos em 2021, passando de 256 para 304 notificações. A maior parte está relacionada à violência sexual, com 161 situações, sendo que a menina mais jovem tinha apenas 8 meses; e o menino, 1 ano.
Das 79 crianças atendidas no Hospital que tiveram lesões decorrentes da violência no primeiro semestre deste ano, 73,41% tinham até 6 anos. A idade das vítimas assusta, especialmente porque os primeiros anos da vida são a base para o desenvolvimento futuro de uma pessoa. “A exposição à violência coloca em risco a saúde e a educação das crianças, com consequências mentais e fisiológicas negativas em longo prazo. Acredito que a revolução começa na educação, seja em casa ou na escola, esse assunto de prevenção da violência deve ser abordado, para instigar o respeito a todos, acima de tudo”, relata a coordenadora do Serviço Social, Rosane Brasil.
É importante a família ficar atenta aos sinais de alerta.
Também pela pouca idade, a criança não consegue identificar o que é violência e pedir socorro sozinha. “Geralmente, os meninos e meninas abaixo dos 6 anos não percebem que é uma violência. Entendem o ato como uma forma de carinho ou até mesmo de castigo. Por isso, cabe aos cuidadores verificar possíveis lesões, perguntar e deixar a criança explicar como se machucou, por exemplo. O olhar atento é imprescindível”, destaca a pediatra Maria Cristina da Silveira, supervisora do pronto-atendimento do Hospital.
Cerca de 80% das violências são intrafamiliares, ou seja, os agressores moram junto com a criança ou participam de seu convívio social. Com a pandemia do coronavírus, esse índice de violência doméstica aumentou no Pequeno Príncipe, até porque as crianças passaram a maior parte do tempo em suas residências. “Ficar atento aos sinais de alerta é essencial, como mudanças repentinas de comportamento, choro compulsivo, tristeza sem motivos, vergonha excessiva do corpo, medo inexplicado de um determinado adulto”, completa a médica.
O Hospital Pequeno Príncipe chama a atenção para o papel da sociedade na proteção dos meninos e meninas. “Se você é vizinho, conhecido, amigo ou familiar e suspeita, ouve ou vê algo, saiba que a denúncia é anônima e pode ser feita ligando para o Disque 100 [nacional], 181 [Paraná] ou 156 [Curitiba]. Este é um gesto que tem o poder de salvar vidas”, ressalta a diretora-executiva do Hospital, Ety Cristina Forte Carneiro.
Campanha Pra Toda Vida
O Pequeno Príncipe trabalha para combater os casos de agressões e abusos contra meninos e meninas, e, desde a década de 1970, mobiliza a população na luta contra a violação dos direitos do público infantojuvenil. A instituição faz parte da Rede de Proteção à Criança e ao Adolescente em Situação de Risco para a Violência e mantém a constante capacitação e atualização dos profissionais que atuam no atendimento às vítimas de violência.
Para sensibilizar a sociedade sobre a importância da denúncia, o Pequeno Príncipe mantém, desde 2006, a Campanha Pra Toda Vida – A Violência não Pode Marcar o Futuro das Crianças. Por meio de manuais voltados a profissionais de saúde e da educação, livros sobre autoproteção direcionados ao público infantojuvenil e mobilização da comunidade via redes sociais e outros materiais, a campanha busca dar visibilidade ao tema, seja ajudando os profissionais a identificarem os sinais de violência, seja incentivando as pessoas a denunciarem.
Procedimentos de alta complexidade são realizados por especialistas do Hospital Pequeno Príncipe com apoio de ex-residentes que hoje são referência no país
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