Paciente Rafaelly Eduarda França

“A Rafaelly tem uma escoliose congênita [deformidade estrutural relacionada a um problema congênito que afeta a formação da coluna], que descobrimos quando minha filha tinha 2 anos de idade. Quando pequena, a Rafa teve uma apendicite muito grave, e quase a perdemos. Ela precisou passar por uma cirurgia e, nesse tempo, realizou vários exames, incluindo o raio-X, que apontou uma alteração na coluna. Fomos até uma unidade de saúde, e nos encaminharam para um ortopedista. E ali começou a nossa batalha. Eram emitidos vários pedidos de consulta, mas essa consulta nunca chegou. Quando eu podia, pagava um médico particular para ter um papel dizendo que minha menina tinha um problema na coluna, para poder levar à escola, por causa das aulas de Educação Física. Tínhamos medo de que ela pudesse cair ou se machucar nas aulas. Durante esse atendimento, o diagnóstico de escoliose foi confirmado. Se passaram seis anos, e a Rafa ainda estava na fila para uma consulta com o ortopedista. Nesse tempo de espera, conhecemos um médico, que atendeu a Rafa em uma unidade básica de saúde perto da nossa casa, e, em três meses, ele conseguiu uma consulta no Pequeno Príncipe, que era o lugar mais adequado para o tratamento da minha filha. No começo, foi bem difícil, pois o halo craniano [utilizado para realizar a tração pré-operatória em pacientes com casos complexos e com deformidades graves] a deixou bem sensível, mas depois ela se acostumou. O atendimento do Hospital é excelente. Não tenho nenhuma queixa. A equipe da recepção, a equipe da higienização, os enfermeiros, médicos, todos são uns amores. Os profissionais nos tratam muito bem e até fazem os gostos dela. Um dia, a Rafa inventou que queria comer pitaia. Então, a equipe da cozinha mandou pitaia para ela, que ficou toda feliz. Temos também o acompanhamento do Serviço de Psicologia, que conversa com minha filha e comigo. Como está na cadeira, a pequena anda por tudo. Vai à biblioteca e à brinquedoteca. No Setor de Educação e Cultura, eles realizam várias atividades bacanas. A Rafa já fez várias maquetes e participa de muitas oficinas. Não imaginava ter tudo isso em um hospital. A equipe tem um carinho muito grande com todas as crianças, e reparei nisso desde a nossa primeira consulta aqui. Isso é muito importante para nós. E, com a possibilidade de acompanhar minha filha durante o tratamento, pude a conhecer melhor. Descobri que a Rafa toca pandeiro igual a uma pessoa adulta. E com as atividades culturais soube que ela tem muitos talentos. Esse sentimento é ótimo. As atividades que o Pequeno Príncipe realiza nos surpreenderam. Ficar aqui com a minha filha abriu a cabeça para eu prestar mais atenção nos meus filhos, ter mais tempo com eles, os conhecer de verdade. Tudo o que fizemos no Hospital, desde a alimentação até os exames, não nos foi cobrado. Foi tudo pelo SUS. E poder ficar esse tempo com a minha pequena, com todo o suporte aqui, e sem precisar sair do Hospital, foi ótimo.”
Carina Marcondes de Souza, mãe da paciente Rafaelly Eduarda França. A menina realizou a cirurgia de escoliose grave durante a Semana da Coluna do Hospital Pequeno Príncipe, em junho de 2025. A paciente foi atendida pelo Serviço de Ortopedia, e a família contou com o suporte multiprofissional da instituição, como o apoio do Serviço de Psicologia. Todo o atendimento foi pelo Sistema Único de Saúde (SUS).