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Vitor Costa Palazzo: o médico que escolheu o Hospital para seguir sua trajetória profissional
1º de agosto de 1976 será para sempre lembrado na vida do pediatra Vitor Costa Palazzo. Foi nessa data que a sua história cruzou definitivamente com a de um hospital de crianças. O recém-formado em Medicina e dedicado aluno escolheu a Pediatria do Pequeno Príncipe para coroar a sua formação e direcionar a sua carreira. Ao concluir a residência, foi para os Estados Unidos aperfeiçoar-se em Terapia Intensiva. Quando retornou ao Brasil, não teve dúvidas de que seguiria a sua trajetória profissional na instituição que lhe abriu as portas e proporcionou a oportunidade de manter-se em constante atualização para evoluir na forma de aprender e de disseminar o conhecimento.
Aperfeiçoamento que gerou ascensão profissional
“Em agosto de 1979, quando voltei dos Estados Unidos, comecei a trabalhar junto com o Dr. Ismar Straschmam aqui na nossa Unidade de Terapia Intensiva. Naquela época eram quatro leitos na UTI. Depois, cresceu e precisou gerar outras unidades: a Cardíaca, Neonatal, Clínica e Cirúrgica. Há mais de 40 anos estou vinculado na Residência em Pediatria do Hospital. A maior parte dos médicos que acabam de ser formar, passaram por mim. Temos muito orgulho da nossa residência ser uma das poucas no Brasil em que o número de candidatos supera o número de vagas disponíveis. Atuo também na Unidade de Terapia Intensiva Cirúrgica 1 e desde 1º. de agosto deste ano, fui convidado pelo Dr. Victor Horácio e o Dr. Donizetti para coordenar a Residência em Pediatria.”
Lembranças do início das especialidades e do esforço em manter o Hospital vivo
“O Pequeno Príncipe de 1976 era cheio de limitações. Nós tínhamos uma única cardiologista. Não tínhamos ultrassonografia, os cateterismos cardíacos eram feitos na Santa Casa. A cirurgia cardíaca começou com o Dr. Fábio Salum quando eu ainda era residente em que fazíamos os pós-operatórios de cirurgias cardíacas acompanhando paciente dentro da nossa UTI com apenas quatro leitos. Neurologista e neurocirurgião também era um em cada especialidade. Depois, chegou um nefrologista, o Dr. Donizetti. A estruturação dos ambulatórios de subespecialidades foi uma necessidade da medicina, mas que o Pequeno Príncipe sempre acompanhou. A parte diretiva do Hospital soube como suprir isso. Eu digo que o ventrículo esquerdo, a alma do Hospital é o corpo médico, porque se o Hospital está na posição que ele encontra hoje é devido aos inúmeros profissionais de altíssima capacidade que tem. Mas nós não podemos deixar também de colocar o louro, a glória, para a parte estrutural, por meio da Dona Ety – uma pessoa dinâmica, uma pessoa bem extrovertida –, depois da Ety Cristina. Realmente a parte diretiva do Hospital faz mágica para manter o Hospital vivo, a gente vê que os profissinais colocam o coração aqui dentro e vestem a camisa.”
Comprometimento diário em cada caso clínico e na formação dos residentes
“Durante muitos anos eu fiz plantão na Unidade de Terapia Intensiva. Quando criou-se a modalidade de diarista para os médicos, para facilitar o fluxo do tratamento na UTI, comecei a passar todos os dias em 10 leitos, discutir os 10 casos, analisar a mudança de rumo no tratamento, avaliar possíveis intercorrências da alta, as intervenções terapêuticas que precisam ser feitas para cada paciente, enfim, é uma atividade muito prazerosa, que exige de você atualização e estudo sempre. A convivência com os médicos residentes, tanto da Pediatria como da Unidade de Terapia Intensiva, é desafiadora porque ser médico é um aprendizado constante, sempre temos que estudar. Se um dia você não aprender algo diferente, alguma coisa nova, tem algo errado na sua atividade.”
Evolução na forma de aprender e de ensinar
“Com a evolução da medicina e da tecnologia, o ensino evoluiu também. Hoje em dia, existe teleconferência, telemedicina, para maior facilidade de acesso a determinados artigos. Antigamente para fazer o levantamento de uma doença, eu tinha que mandar uma carta para São Paulo, eles faziam a pesquisa e enviaram a carta de volta com os custos. Eu fazia o depósito, encaminhava a carta de novo para SP e dois meses depois a gente recebia o conteúdo que estava pesquisando, por meio dos Correios. Hoje em dia, você em segundos consegue essas informações. O avanço da tecnologia permitiu que a medicina crescesse também. Basta você ver que o hospital que fazia somente atendimentos clínicos e cirurgias comuns, faz hoje toda e qualquer cirurgia. Agora cada vez mais intensamente transplantes cardíaco, renal, hepático, de medula óssea, e no futuro nós vamos ter transplante multivisceral, de pulmão. O Pequeno Príncipe está acompanhando o crescimento tecnológico da medicina. Se ele não cresceu mais é porque ele teve uma limitação financeira, causada pela estrutura do país que não tem os olhos voltados para o futuro do Brasil, que são as nossas crianças.”
Orgulho pelo Pequeno Príncipe chegar ao centenário
“Participei com muita alegria das comemorações dos 100 anos e fico ainda mais feliz por fazer parte dessa história há mais de 40 anos. Sinto muito orgulho em ver o crescimento do Hospital, tanto no atendimento profissional, como na parte acadêmica. O corpo clínico é muito bem preparado, têm amor à profissão, ao nosso Hospital e ao bem-estar do paciente em primeiro lugar”.