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Bullying prejudica desenvolvimento físico e neurológico de crianças e adolescentes
Manter um canal de comunicação com as crianças e os adolescentes é fundamental para que casos de bullying sejam identificados. O termo em inglês refere-se a um comportamento com intenção, que pode começar com provocações e chegar, até mesmo, a agressões físicas. A última Pesquisa Nacional de Saúde Escolar (PeNSE), divulgada em 2021, mostrou que 23% dos alunos entrevistados foram vítimas de bullying dentro de escolas brasileiras. Quando questionados sobre o motivo, os três maiores percentuais foram para aparência do corpo (16,5%), aparência do rosto (11,6%) e cor ou raça (4,6%).
“O bullying não é uma provocação mútua ou brincadeira, é uma situação de violência. Quem pratica não se sente ameaçado pela vítima, mas a pessoa que recebe se sente intimidada e não tem condições de responder”, explica o psicólogo Bruno Mäder, do Hospital Pequeno Príncipe. A criança ou o adolescente que vivencia repetidamente o ato de bullying sofre uma situação de estresse constante. Antes de a agressão concretizar-se, ela pensa em como evitá-la. E durante esse processo, as ameaças são revividas.
O estresse infantil pode acarretar depressão, ansiedade, angústias e fobias, além de prejudicar a concentração e o desenvolvimento físico e neuropsicológico. De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), esse esgotamento promove alterações na arquitetura cerebral, causando problemas de curto, médio e longo prazo. “Para o corpo fazer essa resposta de alarme constante, ele precisa parar de fazer outras funções. E na hora que ele para, atrapalha o desenvolvimento”, pontua o psicólogo.
Bullying escolar
Para Mäder, o diálogo na escola é fundamental para enfrentar o cenário de bullying, já que a perseguição acontece porque quem pratica se sente, de alguma maneira, permitido a fazer. “A escola precisa perceber os pontos de exclusão. Por exemplo, algum perímetro que não tenha um inspetor ou que a vítima não tenha algum adulto por perto para relatar o que está acontecendo e mudar esse cenário”, diz.
Em casa, a orientação é para que os pais e responsáveis se interessem sobre o que acontece no ambiente escolar e social dos filhos, abrindo um canal de diálogo. Assim, se uma situação de ameaça acontecer, a criança ou o adolescente vai sentir-se confortável para contar e demonstrar sinais de que algo não está correto.
“Ainda é importante discutir o bullying, porque ele acontece frequentemente. Quando conversamos, exploramos alternativas para que a pessoa que está sofrendo encontre ferramentas para se defender, e quem pratica, mude a conduta”, finaliza Mäder.
Serviço de Psicologia do Pequeno Príncipe
O Serviço de Psicologia do Hospital Pequeno Príncipe presta apoio psicológico a pacientes e seus familiares nas questões referentes ao adoecimento, tratamento e hospitalização, com o acompanhamento centrado nas individualidades de cada criança ou adolescente. Com o objetivo de minimizar o sofrimento, o trabalho dos psicólogos do Pequeno Príncipe engloba medidas de caráter preventivo e de reabilitação.