Um ano do primeiro caso de COVID-19 no Pequeno Príncipe: crescimento de registros da doença entre crianças e adolescentes é preocupante
No dia 4 de abril de 2020, o Hospital Pequeno Príncipe confirmou o primeiro caso de COVID-19 na instituição. Um ano depois, o cenário é de alerta e exige atenção especial de toda a sociedade. Para se ter uma ideia do problema, a média mensal de casos atendidos subiu de 162, no ano passado, para 420 nos primeiros meses de 2021 – um crescimento de 159%.
Até o momento, o Pequeno Príncipe registrou 629 casos e 8 óbitos em decorrência da COVID-19 e suas complicações. Março, por conta da segunda onda do coronavírus, trouxe uma mudança no perfil dos infectados. Diante da P1, a nova variante do vírus, houve um aumento dos casos dos chamados “jovens adultos” (30 a 49 anos) internados e o problema se agravou também entre crianças e adolescentes. “Essa nova variante do coronavírus circulando no Paraná, que tem como característica uma maior transmissibilidade e maior poder patógeno, também justifica o aumento de casos na faixa etária pediátrica”, avalia o vice-diretor técnico do Hospital, o infectopediatra Victor Horácio de Souza Costa Junior.
O médico Victor Horácio de Souza Costa Junior diz que, mesmo com o aumento dos registros positivos, os sintomas ainda são leves em crianças. “A maioria dos casos confirmados tiveram sintomas leves, sem necessidade de UTI, e recomendou-se o isolamento domiciliar”, fala. O quadro preocupante, lembra o especialista, está diretamente relacionado com os descuidos com as medidas de prevenção epidemiológicas. “Esses dados são decorrentes de feriados, férias e viagens, momentos em que os cuidados com o distanciamento, isolamento, higienização das mãos e uso de máscaras foram deixados de lado”, reitera.
No momento, há 9 pacientes internados no Pequeno Príncipe por conta da COVID-19. “Quando a pandemia começou, todos nós, no caso profissionais de saúde do mundo todo, tínhamos muitas dúvidas. Tudo era muito novo e mudava o tempo todo. Aqui no Pequeno Príncipe, contamos com o apoio e envolvimento de todas as áreas e nos adaptamos o mais rapidamente possível, com ajustes em protocolos e criação de novos, tudo pautado pela ciência e pelos órgãos internacionais e nacionais de saúde. Sem dúvida, viver esse ano de pandemia é uma experiência única na qual aprendemos muito, em todos os sentidos”, destaca a médica coordenadora do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar, Heloisa Ihle Giamberardino. Entre os casos registrados no maior hospital pediátrico do Brasil, 116 apresentavam comorbidades – com destaque, principalmente, para questões neurológicas, hematológicas, cardíacas, asma/pneumopatia, entre outros.