Atlético Paranaense visita o Pequeno Príncipe
Jogadores e membros da comissão técnica do Atlético Paranaense vestiram a camisa da causa infantojuvenil na tarde desta quarta-feira (22). Cerca de 30 atleticanos fizeram parte da equipe que visitou os pacientes do Pequeno Príncipe. Torcedores rubro-negros e de outros times aproveitaram para fazer fotos com os atletas, que chamaram a atenção nos corredores.
O técnico Milton Mendes fez questão de comandar a visita. “Estar aqui vai muito além das cores que cada um torce. Podemos fazer coisas bonitas com pequenos gestos”, diz o treinador. Mendes revelou que os treinos para a partida contra o Avaí, em Florianópolis, no próximo sábado (25), foram transferidos para que os jogadores pudessem participar dessa experiência única. “É mais do que apenas o treinamento físico. Atleta é sinônimo de saúde, por isso a importância da visita. É uma ajuda ao ser humano”, afirma.
Uma das atleticanas que vibrou com a visita foi Bárbara, 14, que fez questão de contar para os jogadores que é rubro-negra desde pequena. Entre fotos e conversas, a garota falou que conhecia os atletas e ainda cobrou bom desempenho deles no Campeonato Brasileiro. “Tomara que vocês ganhem o próximo jogo por mim”, disse a paciente, depois que a comissão técnica prometeu que todos estariam torcendo pela recuperação dela.
O diretor corporativo do Complexo Pequeno Príncipe, José Álvaro Carneiro, acompanhou a passagem dos jogadores. “As crianças adoram atletas. A visita de vocês vai ser assunto por uma semana”, revela. Carneiro também falou sobre o projeto que busca a captação de recursos para viabilizar pesquisas científicas do Instituto de Pesquisa Pelé Pequeno Príncipe. “O fato de termos o Gols pela Vida torna fundamental o apoio de atletas do Paraná e de todo o Brasil. Por isso, é uma grande alegria ter o elenco do Atlético aqui hoje”, completa.
O diretor fez questão de relembrar a parceria entre o Pequeno Príncipe e o clube, que previa parte da nova Arena da Baixada como ambulatório para atendimentos pelo SUS. “Quero pedir para vocês, jogadores, torcerem para que dê certo”, disse Carneiro. Previsto em um protocolo de intenções e anunciado como um dos grandes legados do megaevento esportivo para Curitiba, o acordo ainda não foi concretizado.
O goleiro Weverton descreveu a emoção de visitar o maior hospital exclusivamente pediátrico do Brasil. “Estar aqui nos traz para a realidade, porque vemos as crianças e entendemos que o mundo vai muito além do que aquilo que nós conhecemos”, explica o capitão da equipe.
O zagueiro Ricardo Silva compartilhou uma experiência prévia com o Pequeno Príncipe. Com um filho pequeno que teve problemas cardíacos, o jogador recorreu ao Hospital para o tratamento. “Eu cheguei como uma pessoa normal, ninguém sabia que eu era jogador, e me trataram da melhor forma possível”, conta o zagueiro, com o filho já recuperado.
A história de alguns pacientes levou a delegação às lágrimas. Luis Miguel, 14, disse aos jogadores que é “atleticano desde sempre”. O paciente conta que, devido ao tratamento, não pode sair do Hospital e, por isso, não consegue ir à Arena da Baixada. “Mas eu acompanho pela janela e pelo celular”, revela o garoto, ao mostrar a vista limitada que tem do estádio. Luis Miguel contou que na vitória por 1 a 0 do Atlético contra a Chapecoense, no último domingo (19), estava torcendo da mesma forma.
Para a surpresa do paciente, o autor do único gol da partida estava entre os jogadores que participaram da visita. Em boa fase na competição, o volante Hernani falou sobre a alegria em ouvir a história de Luis Miguel. “Conhecer pacientes como o Luis valoriza muito o nosso trabalho. Dentro do estádio, nós nem sabemos o que está passando, quem está torcendo pela gente lá fora. Saber dessa vibração é algo que me motiva a fazer muito mais”, finaliza o jogador.