Veja a trajetória da paciente Julia de Carvalho Daniel

“Quando a Julia desenvolveu o primeiro quadro de hepatite aguda, foi internada em um hospital em Santa Catarina e ficou bem. Dois anos depois, minha pequena começou a sentir os mesmos sintomas da primeira vez: enjoo e dor de barriga. Levamos ela para o hospital, mas o quadro da Julia foi evoluindo, e os médicos nos informaram que ali não tinham mais recursos para o caso dela. Foi quando começou a busca por uma vaga em outra instituição. Viemos para o Hospital Pequeno Príncipe de UTI aérea, pois a hepatite aguda evoluiu para a fulminante. Quando chegamos, os médicos a colocaram imediatamente na fila do transplante. Mas, como minha filha não tinha mais tempo para esperar, surgiu a possibilidade de eu ser a doadora, por termos o mesmo tipo sanguíneo. O Hospital fez todos os exames, e fiz a doação de uma parte do meu fígado para a Julia. Foi maravilhoso saber que eu poderia doar para minha pequena. Desde o início, eu falava ‘sou compatível, eu doo’. E correu tudo bem. Antes do transplante, a Julia ficou muito mal e precisou passar por alguns procedimentos. Existia a possibilidade de a minha pequena ficar com sequelas, mas, graças a Deus, ao Hospital e a essa equipe maravilhosa que encontramos, deu tudo certo. Nesse meio-tempo, a irmã gêmea da Julia, a Helena, começou a apresentar sintomas parecidos, como pele amarelada, dores na barriga e mal-estar. Trouxemos ela para uma avaliação, e foi constatado que a Helena também estava com hepatite aguda. Minha outra filha ficou internada no Pequeno Príncipe, mas melhorou. A Helena fez, com urgência, o exoma, um exame genético para ver se o caso delas era genético e para sabermos se conseguiríamos prevenir uma piora. Desde o início, em Santa Catarina, até o transporte aéreo e a assistência no Pequeno Príncipe, foi tudo feito por meio do SUS. O atendimento no Hospital é maravilhoso, nunca nos faltou nada. Os profissionais são muito atenciosos, carinhosos e respeitosos. Sempre me senti muito acolhida e abençoada. Só tenho a agradecer. Além disso, é gratificante poder ficar com a minha filha 24 horas por dia. Isso faz toda a diferença no tratamento, e o meu coração fica aliviado. A doação de órgãos é muito difícil, mas surge a possibilidade de salvar muitas vidas. São pessoas que estão precisando de um coração, de um fígado ou de outros órgãos. Sempre fui doadora de sangue e ouvia falar sobre doação de órgãos, mas não parava para pensar o quanto é importante. Esperamos que outras pessoas não precisem passar pelo mesmo que passamos para enxergar a importância desse gesto.”
Alessandra Machado de Carvalho Daniel, mãe da paciente Julia de Carvalho Daniel. A menina, de Balneário Gaivota, município de Santa Catarina, realizou o transplante hepático no Pequeno Príncipe. Julia contou com o atendimento multiprofissional da instituição, com o suporte das equipes de hepatologia, neurologia, psicologia, fisioterapia e do Setor de Educação e Cultura (Educ). Todo o atendimento foi pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
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