Instituto de Pesquisa Pelé Pequeno Príncipe e parceiros trabalham no desenvolvimento de anticorpos contra o coronavírus - Hospital Pequeno Príncipe

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    Instituto de Pesquisa Pelé Pequeno Príncipe e parceiros trabalham no desenvolvimento de anticorpos contra o coronavírus

    Produzidos no sangue de cavalos, os anticorpos permitem oferecer imunização passiva a pacientes com quadros graves de COVID-19
    24/09/2020
    A pesquisa do Instituto de Pesquisa Pelé Pequeno Príncipe conta com vários parceiros.

    Pesquisadores do Instituto de Pesquisa Pelé Pequeno Príncipe, do Centro de Produção e Pesquisa de Imunobiológicos (CPPI), da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) e da Universidade Federal do Paraná (UFPR) estão trabalhando no desenvolvimento de anticorpos contra o coronavírus (SARS-CoV-2). O estudo imuniza cavalos para a produção de anticorpos anti-SARS-CoV-2, que serão extraídos do plasma desses animais, depois modificados e purificados em laboratório (veja resumo no infográfico).

    O diretor científico da unidade de pesquisa do Complexo Pequeno Príncipe e idealizador do estudo, Bonald Cavalcante de Figueiredo, explica que o tratamento com anticorpos é chamado de imunidade passiva porque o paciente recebe o anticorpo no lugar de produzi-lo. “A diferença é que a vacina ativa exige um tempo que varia de 15 a 30 dias para que o organismo da pessoa vacinada comece a produzir os anticorpos. Os pacientes que estão em quadro grave de COVID-19 geralmente não têm mais tempo para esperar a imunidade de uma vacina ativa. Nossa opção de imunidade passiva pode ser uma solução para essas pessoas”, detalha. Figueiredo diz ainda que o projeto tem um segundo objetivo, que é inovar com um teste rápido e muito mais completo para detecção do SARS-CoV-2.

    Desenvolvimento
    Na primeira etapa do estudo, finalizada em julho, os pesquisadores definiram que tipos de anticorpos eles gostariam que fossem produzidos no sangue dos cavalos. Para isso, precisaram escolher várias partes do vírus que seriam “atacadas” por esses anticorpos. Os alvos escolhidos foram as diversas partes da proteína Spike, principalmente a que se liga a um receptor específico chamado de ACE2, que fica na superfície das células, pois é ele que permite que o vírus invada as células humanas.

    Baseado em testes realizados com sangue de pessoas contaminadas com o SARS-CoV-2, os pesquisadores completaram a primeira fase do estudo identificando quais “pequenos pedaços do vírus”, tecnicamente chamados de peptídeos, são eficientes para desencadear a produção dos anticorpos. Esses peptídeos foram então produzidos em laboratório.

    No início do mês de agosto, os pesquisadores iniciaram a segunda etapa da pesquisa, injetando esses peptídeos, ou “pedaços” de vírus fabricados em laboratório, em 19 cavalos do CPPI. Ao ter contato com esses peptídeos, espera-se que os cavalos produzam elevadas quantidades de anticorpos necessários para neutralizar o SARS-CoV-2.

    Próximos passos
    Depois de 70 dias a partir da primeira injeção, os pesquisadores vão retirar sangue dos animais e separar o plasma, que passará por um processamento. É nessa etapa que serão retirados os anticorpos. Em seguida, os anticorpos serão cortados e uma pequena parte será guardada em frascos para uso em pacientes com a doença ativa.

    Os pequenos frascos com os “minianticorpos” serão testados (teste de neutralização) em laboratório, utilizando células humanas expostas ao coronavírus e aos “minianticorpos”. Esta é a terceira fase da pesquisa. Comprovada a eficiência desses “minianticorpos”, o projeto será submetido aos comitês de ética para autorização e início dos testes em pacientes (ensaios clínicos randomizados), última etapa da pesquisa. “Teoricamente, o paciente com taxas crescentes da carga viral, e consequentemente com quadro clínico piorando, poderia ter este ciclo interrompido após as injeções desses minianticorpos”, destaca Figueiredo.

    Benefício adicional
    Como benefício adicional, os pesquisadores estão também trabalhando na construção de testes rápidos para COVID-19. “Mesmo sabendo que já há muitos testes comerciais, o que pretendemos é inovar, criando um teste que possa revelar diferentes tipos de imunidades. Nessa inovação, teremos até 12 resultados de testes por paciente, representando as diferentes partes do vírus que foram reconhecidas por anticorpos detectados no paciente. Os resultados desses testes podem também sugerir como evoluirão clinicamente esses pacientes”, informa o pesquisador.

    Conheça a equipe que está trabalhando neste projeto:

    – Lauro Mera de Souza (coordenador)
    – Matias Eliseo Melendez
    – João Carlos Minozzo
    – Juliana Ferreira de Moura
    – Rubens Gusso
    – Daniele Maria Ferreira
    – Elizabeth Fernandes
    – Libera Maria Dalla Costa
    – Roberto Rosati
    – Thiago D. Woiski
    – Heloisa Komechen
    – Bruno Cesar Antunes
    – Ericson de Moura
    – Bonald Cavalcante de Figueiredo

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