Miocardiopatia
O que é?
Miocardiopatia é quando a criança tem um músculo cardíaco dilatado além do normal, espesso ou rígido. A doença pode afetar as câmaras inferiores do coração (ventrículos) ou as superiores (átrios) e é considerada grave, causando danos aos tecidos e ao músculo cardíaco.
O coração pode ficar tão fraco que não consegue bombear o sangue corretamente, causando insuficiência cardíaca ou batimentos cardíacos irregulares (arritmias).
Existem diferentes tipos da doença, e a miocardiopatia dilatada é a forma mais comum. O músculo cardíaco fica aumentado e alongado, o coração enfraquece e não tem força para bombear o sangue corretamente para o corpo.
A miocardiopatia hipertrófica é quando o músculo do coração fica mais espesso do que o normal, bloqueando parte do fluxo sanguíneo para o resto do corpo. Pode estar associada a uma alteração genética, familiar, e a uma doença materna, como diabetes.
A miocardiopatia restritiva é menos comum e ocorre quando o músculo cardíaco dos ventrículos se torna muito rígido, impedindo a entrada de sangue. Pode estar associada à pressão arterial pulmonar elevada.
Já a miocardiopatia não compactada é quando o músculo cardíaco parece “esponjoso”, deixando o ritmo cardíaco anormal.
Quando acontece a miocardiopatia?
Algumas miocardiopatias são mais comuns em crianças e outras mais raras, mas em todas as formas da doença podem ocorrer ritmos cardíacos anormais e às vezes letais. Ela pode estar associada a uma infecção viral, a uma condição metabólica, à exposição a toxinas e a outras razões que levam ao mau funcionamento do coração (veja mais em Causas e fatores de risco).
Algumas miocardiopatias são hereditárias, o que significa que são transmitidas pelos pais. No tipo hipertrófico, metade das crianças com a doença tem pais ou irmãos com algum espessamento do músculo do ventrículo esquerdo ou da parede ventricular.
Causas e fatores de risco
- Genética (alteração no material genético durante a formação do bebê)
- Infecção viral do coração (miocardite)
- Desordem metabólica
- Problemas das artérias coronárias (presentes no nascimento ou adquiridos)
- Pressão alta
- Problemas de ritmo cardíaco
- Defeitos cardíacos congênitos (presentes no nascimento)
- Medicamentos para tratamentos específicos de outras doenças (como alguns tipos presentes na quimioterapia)
Sintomas possíveis da miocardiopatia
- Inchaço nas extremidades ou ao redor dos olhos
- Respiração pesada e rápida durante a alimentação (em bebês)
- Sudorese (suor excessivo, especialmente durante a alimentação)
- Falta de apetite e ganho lento de peso
- Baixa resistência a exercícios
- Dor abdominal
- Dor no peito
- Tosse
- Desmaio e/ou tontura
- Aparência pálida
- Taquicardia (batimentos cardíacos acelerados)
- Sopro cardíaco
Atenção! Pacientes com miocardiopatia não compactada geralmente não apresentam sintomas. Normalmente, os sinais da doença só aparecem durante o ecocardiograma – que, muitas vezes, é feito por outros motivos. Por isso, é importante manter visitas regulares ao pediatra.
Diagnóstico
Se o médico suspeitar de miocardiopatia, ele poderá fazer vários exames para ajudar no diagnóstico, como exame físico, exames de sangue, radiografia do tórax, eletrocardiograma, teste de esforço, ecocardiograma, Holter e cateterismo cardíaco. Biópsias do músculo cardíaco também são úteis nessa avaliação, e são solicitadas pelos cardiologistas quando é necessário.
Tratamento para a miocardiopatia
Embora os médicos ainda não tenham encontrado uma cura para a miocardiopatia, existem maneiras de ajudar os pacientes a controlar essa doença. Se a enfermidade for do tipo dilatada, existem medicamentos para melhorar a pressão arterial e a função cardíaca.
No tipo hipertrófico, os pacientes podem precisar de medicamentos para diminuir a frequência cardíaca. O desfibrilador implantável pode ser útil para interromper os ritmos anormais do coração.
Na miocardiopatia restritiva, as crianças apresentam alto risco de coágulos sanguíneos dentro do coração, e medicamentos anticoagulantes podem ser necessários para evitar um transplante cardíaco precoce.
No tipo não compactado da doença, pode haver taquicardia (batimentos cardíacos acelerados), formação de coágulos e arritmia (batimentos cardíacos irregulares), e o paciente pode necessitar de tratamento anticoagulante e inotrópico (para aumentar o tônus e as contrações do músculo cardíaco).
Em todas as variáveis, se o caso for muito grave, o transplante de coração é uma opção que precisa ser avaliada pelo cardiologista pediátrico.
Quando devo procurar o Hospital Pequeno Príncipe?
As miocardiopatias podem melhorar com o tempo (como no caso da dilatada), mas, em algumas situações, elas pioram e o transplante cardíaco pode ser necessário. O tempo, em todos os casos, é precioso. Em situações mais graves, os pacientes estão sob risco de parada cardíaca súbita.
Fale com o médico e procure o Pequeno Príncipe se tiver suspeitas de uma doença cardíaca. O Hospital conta com um serviço de cardiologia pediátrica, que faz o acompanhamento com exames de sangue, ecocardiograma e cuidados específicos quando o transplante cardíaco é necessário, com atendimento humanizado e de excelência.
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