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O que você precisa saber sobre a doença renal crônica na infância
A doença renal crônica (DRC) é caracterizada quando há alteração persistente da função dos rins por um período superior a três meses. A condição afeta mais de dez milhões de pessoas no Brasil, segundo o Ministério da Saúde. Embora seja mais comum em adultos, quando a doença atinge as crianças, especialmente em estágios avançados, pode trazer consequências graves, o que exige cuidados contínuos.
“Saúde dos rins (e exame de creatinina) para todos” é o tema central da campanha do Dia Mundial do Rim em 2023. A iniciativa é coordenada no Brasil pela Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN). Infelizmente, nem toda doença renal crônica é prevenível, principalmente na infância. Por isso, o Hospital Pequeno Príncipe chama atenção para as causas e sintomas da condição, além dos principais cuidados com esse órgão.
Segundo a médica nefrologista Lucimary de Castro Sylvestre, do Hospital Pequeno Príncipe, o Brasil é muito grande e desigual, e nem sempre existe facilidade de acesso ao tratamento, e isso faz com que haja evolução da doença para estágio avançado. “Há também a falta de conhecimento das pessoas sobre as causas da condição. Além da dificuldade dos próprios profissionais da saúde em reconhecer os sintomas e encaminhar adequadamente para evitar a evolução do quadro”, aponta.
Causas da doença renal crônica na infância
A doença renal crônica na infância pode ter diversas causas e ocorrer ainda na formação do bebê durante a gravidez. Ou então ser hereditária e já estar presente no histórico da família. E, ainda, pode ser adquirida e evoluir para uma insuficiência, caso não seja tratada adequadamente, como é o caso das infecções urinárias de repetição.
“Nem toda causa da doença renal crônica é prevenível. Desta forma, o que fazemos é retardar sua evolução. A depender do caso, há necessidade de intervenção cirúrgica ou de acompanhamento clínico periódico, além da adoção de hábitos saudáveis, que incluem alimentação, e atividades física; e também evitar as causas secundárias, como obesidade, diabetes e hipertensão arterial, que também podem ocorrer em crianças e adolescentes”, explica a nefrologista pediátrica.
Diagnóstico precoce
O início dos cuidados com os rins deve acontecer desde antes da concepção do bebê. É importante conhecer o histórico de doenças na família, entre elas as hereditárias renais. No pré-natal, é necessário acompanhar o desenvolvimento fetal por meio da ultrassonografia gestacional e identificar possíveis doenças congênitas renais para viabilizar o acompanhamento adequado da gestante e do feto.
A doença renal crônica é dividida em estágios, e uma das formas de avaliar a função do órgão do paciente é por meio da creatinina – substância presente no sangue que é produzida pelos músculos e eliminada pelos rins. Outros exames complementam a avaliação se os rins estão funcionando bem ou não, como ureia, potássio e exame de urina, para avaliar se há perda excessiva de albumina.
Sintomas da doença renal crônica na infância
A doença renal crônica pode ser silenciosa e muitas vezes o paciente só descobre que tem o problema renal quando existe uma falência dos rins. No caso das crianças e dos adolescentes, é preciso ficar atento aos sinais e sintomas, que podem auxiliar no diagnóstico precoce da doença.
- Infecções urinárias de repetição.
- Dificuldade do ganho de peso e/ou crescimento.
- Anemia persistente sem causas aparentes.
- Inchaço.
- Problemas ósseos.
- Dificuldade, dor e/ou ardência ao urinar.
Tratamento
No Brasil, o número de pacientes com doença renal crônica avançada é crescente. A Sociedade Brasileira de Nefrologia estima que, em 2040, a DRC será a quinta maior causa de morte no mundo.
O tratamento depende da fase em que o paciente se encontra. Nos primeiros estágios, é importante controlar as infecções, a pressão arterial e a perda de proteína. Isso geralmente é feito por meio de acompanhamento de um nefrologista, uso de medicações e orientação nutricional para uma dieta que seja adequada e evite o sobrecarregamento dos rins.
Se a função renal chega a menos do que 10% a 15% de sua capacidade, existe a necessidade de fazer algum tipo de tratamento para substituir a função dos rins, que pode ser a diálise peritoneal, a hemodiálise ou o transplante renal.
“Felizmente, apenas uma pequena parcela das crianças e adolescentes evoluem para essa situação, e essa faixa etária é uma excelente fase para controlar os fatores que podem levar à necessidade de substituição renal, tanto nesse período da vida quanto na idade adulta, quando a falência dos rins é muito mais frequente”, finaliza a médica.
Serviço de Nefrologia
O Serviço de Nefrologia do Hospital Pequeno Príncipe oferece todas as modalidades de tratamento para a doença renal crônica. Há quase 40 anos, a instituição realiza atendimento ambulatorial e hospitalar a crianças e adolescentes com idades até 18 anos, além de contar com os serviços de hemodiálise, diálise peritoneal e transplante renal. Os pacientes também têm à disposição um ambulatório geral de nefrologia e ambulatórios especializados. Os pacientes dispõem de uma equipe multiprofissional composta por médicos, enfermeiros, psicólogos, fisioterapeutas, nutricionistas e assistentes sociais, e de uma estrutura completa para a realização de todos os exames em um só local.
O Pequeno Príncipe é signatário do Pacto Global desde 2019. A iniciativa presente nesse conteúdo contribui para o alcance do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS): Saúde e Bem-Estar (ODS 3).