Aumento dos casos de diabetes entre crianças de 1 a 4 anos serve de alerta aos pais e responsáveis
No Dia Mundial do Diabetes, lembrado em 14 de novembro, é necessária uma atenção especial dos pais, responsáveis e cuidadores ao aumento de casos da doença entre crianças de 1 a 4 anos. “Nesta faixa e especialmente no lactente, sinais como irritabilidade, choro fácil e fraldas mais pesadas devem servir de alerta aos pais e aos pediatras, que deverão solicitar uma glicemia, a dosagem de açúcar no sangue, dentre outros exames. E vale também ser lembrado que, ao contrário do diabetes tipo 2, que costuma ser diagnosticado em pessoas com mais de 40 anos, o diabetes tipo 1 tem picos de instalação ao redor dos 5 anos e na adolescência, geralmente sem outros casos da doença na família”, avalia a médica endocrinologista pediátrica do Hospital Pequeno Príncipe, Rosângela Réa.
Por conta disso, o Hospital Pequeno Príncipe reforça a importância da observação de sintomas e do diagnóstico precoce para assegurar uma vida mais saudável na infância e adolescência. “O diabetes é uma doença que demanda uma grande participação dos pais e pacientes, além de apresentar inúmeros desafios, que incluem múltiplas aplicações de insulina, picadinhas no dedo para a realização de testes de glicemia e aderência a um estilo de vida saudável”, reitera a especialista.
O consumo de fast-food e de produtos industrializados, aliado a um estilo de vida cada vez mais sedentário, dificulta o controle do diabetes e a prevenção de complicações da doença em longo prazo. “Os sintomas do diabetes não tratados ou inadequadamente tratados são urinar muito, muita sede, fome excessiva e emagrecimento. Se o paciente não for levado logo ao médico, pode até mesmo entrar em coma. Por outro lado, uma vez que a doença seja identificada e adequadamente tratada, a criança ou adolescente com diabetes levará uma vida normal, desenvolvendo-se como as demais da sua idade”, pondera a médica.
Mudança de hábitos
Para que o diabetes não seja um obstáculo na rotina de crianças e adolescentes, o primeiro passo é a aceitação da doença e a mudança no estilo de vida por toda família. “Mesmo no caso de adolescentes, o papel da família é fundamental, mas crianças menores são ainda mais diretamente influenciadas pela atitude dos pais e seus hábitos em termos de atividades, como ficar na frente da tevê nos fins de semana ou ir a um parque andar de bicicleta. Da mesma forma, crianças menores comem basicamente a comida preparada ou oferecida pelos pais e podem ser influenciadas a comer legumes e verduras, ou salgadinhos e fast-food”, avalia a endocrinologista do Hospital Pequeno Príncipe.
Diante dos altos índices da doença entre crianças e adolescentes, a instituição promove, desde 2008, o Programa de Educação em Diabetes para conscientizar os pacientes e seus familiares. “A Educação em Diabetes é realizada de modo individual e personalizado pelo médico endocrinologista do grupo que é responsável pelo atendimento. Orientação nutricional e psicológica é indicada conforme a demanda de cada criança ou adolescente. O programa também contou várias vezes com reuniões de pais e crianças com diabetes para atividades recreativas e lúdicas, com o objetivo de educar para um melhor controle da doença”, comenta Rosângela Réa.