É criado o Instituto de Higiene Infantil e Puericultura da Cruz Vermelha, origem do Pequeno Príncipe, dando o pontapé inicial para o cuidado com a saúde de crianças em Curitiba (PR). O futebol ainda é um esporte em ascensão no mundo.
Nossa história com o Rei
Edson Arantes do Nascimento emprestou seu nome ao Instituto de Pesquisa Pelé Pequeno Príncipe por acreditar na capacidade do Complexo Pequeno Príncipe em transformar grandes sonhos em realidade e atuar de forma decisiva em prol da saúde de meninos e meninas de todo o Brasil.
Pelé, mais de uma vez, salientou o orgulho que sentia em fazer parte da história do Pequeno Príncipe: “Obrigado por me deixarem fazer parte deste time. Quando fiz o milésimo gol, pedi para darmos atenção às crianças e aos jovens brasileiros.”
Nós é que sentimos orgulho, Pelé! Hoje e sempre. “Entende?”
Neste momento de profundo pesar, lamentamos a perda do maior atleta de todos os tempos e, mais do que isso, do amigo e parceiro que nos ajudou a divulgar a causa da saúde infantojuvenil. Confira os momentos importantes do Rei e da nossa parceria.
É inaugurado o edifício do Hospital de Crianças, primeiro do estado dedicado ao atendimento pediátrico. O futebol no Brasil ainda é um esporte novo, com interesse crescente, inclusive entre crianças.
Nasce Pelé na cidade de Três Corações (MG). Em Curitiba, no Hospital de Crianças, origem do Hospital Pequeno Príncipe, é desenvolvida a primeira versão do soro caseiro. A fórmula ainda salva milhares de vidas em todo o Brasil.
Pelé se torna jogador profissional aos 16 anos no Santos Futebol Clube. Em Curitiba, voluntários fundam a Associação Hospitalar de Proteção à Infância Dr. Raul Carneiro, mantenedora do Hospital até hoje.
Pelé é convocado pela primeira vez para a seleção brasileira. Os desafios financeiros da saúde são cada vez maiores.
Recebe o apelido de “Rei” e faz sua estreia em Copas do Mundo. Adolescente com apenas 17 anos, Pelé é talento puro. Sem falar na confiança! Ainda menino promete ao pai, seu Dondinho: “Eu vou ganhar uma Copa do Mundo.” E ganhou logo três! Em 1958, 1962 e 1970.
Machucado, Pelé se decepciona com a eliminação precoce na Copa e pensa em se aposentar da seleção. Na mantenedora do Hospital, Ety da Conceição Gonçalves Forte assume a presidência voluntária e inicia uma revolução no atendimento em saúde infantojuvenil.
Pelé marca o esperado milésimo gol. Estádio do Maracanã lotado. O mundo para e assiste ao seu apelo: “Vamos proteger as criancinhas necessitadas.”
Nesse mesmo ano, o Rei ainda para uma guerra e une um país. Os conflitos armados na Nigéria cessam para que a população assista ao Santos de Pelé jogar. Era mesmo um espetáculo.
Ano em que o prédio do Hospital Pequeno Príncipe é inaugurado, Pelé decide aposentar-se da seleção brasileira.
Pelé estreia no New York Cosmos (EUA). À época, Pelé conhece o médico brasileiro Nilson Santos e sua esposa, a pesquisadora Mara Lúcia Cordeiro. O casal é o responsável por apresentar ao Rei a causa do Pequeno Príncipe no início dos anos 2000.
Pelé se aposenta dos gramados e se torna embaixador mundial do futebol.
É eleito Jogador do Século pela Federação Internacional de História e Estatísticas do Futebol e também um dos vencedores do prêmio de Melhor Jogador do Século da FIFA. Também é eleito Atleta do Século pelo Comitê Olímpico Internacional. A partir do final dos anos 1990, o Pequeno Príncipe passa a oferecer vários serviços de alta complexidade.
A história do Rei se encontra com a do Pequeno Príncipe e nasce o Instituto de Pesquisa Pelé Pequeno Príncipe, por intermédio de Nilson Santos e Mara Lúcia Cordeiro, articuladores para a concretização do único projeto social do mundo formalmente apadrinhado por Pelé.
Instituto desenvolve primeiro teste de DNA do mundo para identificar precocemente um câncer pediátrico raro, o Tumor de Córtex Adrenal. Na primeira fase da pesquisa entre 2005 e 2011 foram realizados mais 180 mil testes de DNA. A partir de 2015 o estudo foi estendido para os estados do Paraná, Acre, Rondônia, São Paulo e Santa Catarina e alcançou mais de 150 mil pessoas.
Na visita do Rei do Futebol ao Pequeno Príncipe, quando o prédio do Instituto de Pesquisa Pelé Pequeno Príncipe é inaugurado, ele declara: “Eu só jogo em time vencedor. Me orgulho muito de fazer parte desta equipe.”
O Programa Gols pela Vida e a sua primeira iniciativa, o projeto Medalhas, são lançados no Brasil, em São Paulo, e na Inglaterra, com a presença de Pelé em Londres, celebrando a importância de apoiar a causa da saúde infantojuvenil. Cada um dos seus 1.283 gols é transformado em medalhas únicas nas versões ouro, prata e bronze com o intuito de arrecadar recursos para projetos de pesquisa.
Ministério da Educação (MEC) autoriza o início das atividades do Programa de Mestrado e Doutorado em Saúde da Criança e do Adolescente, por meio da Faculdades Pequeno Príncipe, com a segunda maior nota entre as instituições da Região Sul do Brasil. Um reforço valioso para as atividades científicas propostas pelo Instituto de Pesquisa.
Primeiro evento internacional de captação de recursos do Complexo Pequeno Príncipe é realizado em Dublin, na Irlanda, com a presença do seu ilustre embaixador: Pelé. A causa da saúde e da ciência rompendo fronteiras, como ele também fez no futebol.
No mesmo ano, em Curitiba, o Complexo Pequeno Príncipe promove um jantar e um talk show para homenagear a presença e parceria do maior atleta do século 20.
Maria Lúcia do Nascimento, irmã de Pelé, presenteia o Instituto de Pesquisa com um diamante produzido com o cabelo do Rei. A doação foi feita pela mãe de Pelé, dona Celeste, que havia recebido do filho o presente único.
Coletiva de imprensa com Pelé, em São Paulo, celebra a importância da pesquisa para o diagnóstico e o tratamento de doenças que acometem as crianças e os adolescentes, com o Rei chamando atenção para os avanços científicos do Instituto.
Pelé participa do lançamento da pedra fundamental do Pequeno Príncipe Norte – onde será instalado o campus integrado do Complexo Pequeno Príncipe. O projeto inovador reúne assistência, pesquisa, ensino, cultura, mobilização social e conservação da natureza em favor da vida.
O Rei do Futebol também fez uma visita inesquecível às crianças e aos adolescentes internados no Hospital, levando mensagens de otimismo e esperança.
Nesse mesmo ano, Pelé ainda participa do Gala Pequeno Príncipe, realizado em Nova York (EUA), para divulgar o trabalho de ensino, assistência e pesquisa do Complexo Pequeno Príncipe.
O Museu Pelé, em Santos (SP), é inaugurado e eterniza as glórias do Rei, inclusive fora de campo, com o apoio ao Instituto de Pesquisa.
No clima da Copa do Mundo realizada no Brasil, uma exposição aberta ao público é montada na recepção do Hospital, reverenciando a carreira do craque com muitos itens autografados por ele.
É promovido em São Paulo o Fórum Internacional Gols pela Vida, apoiado pelo Rei e por organizações e amigos, como o Arcebispo Desmond Tutu; Willy Lemke, da United Nations Sports for Development and Peace; Don Mulan, escritor irlandês e ativista pelos direitos humanos; professora Lisa Delpy Neirotti, da George Washington University; Alex White, do Premier League Charitable Fund; professor João Paulo Medina e Eduardo Tega, da Universidade do Futebol); Ana Moser, atual ministra dos Esportes; Fundação Gol de Letra; Instituto Compartilhar; e Fundación Leo Messi. O evento propõe e discute um olhar diferenciado de responsabilidade social para o futebol.
Em visita ao Hospital Pequeno Príncipe, Pelé se emociona diversas vezes com as histórias de pacientes e familiares atendidos pela instituição. Na oportunidade, conversa com colaboradores e médicos e posa para centenas de fotos.
O Rei visita a obra do Laboratório Genômico e Biobanco do Complexo Pequeno Príncipe, que tem sido fundamental na busca por diagnósticos mais precisos e é mais um marco inovador na história da instituição.
No mesmo dia, participa de um talk show para convidados com leilão de peças exclusivas e autografadas – pertencentes ao acervo do Programa Gols pela Vida –, com a renda revertida para os projetos de assistência e saúde do Pequeno Príncipe.
O Pequeno Príncipe conquista sua primeira premiação internacional: Prêmio de Excelência em Higienização das Mãos, da Organização Mundial da Saúde (OMS), com case que inclui vídeo gravado com o Pelé lavando as mãos e incentivando as pessoas a seguirem os cinco passos da lavagem das mãos.
Em comemoração ao centenário do Hospital Pequeno Príncipe, o Rei participa de dois talk shows exclusivos: um em São Paulo e outro em Curitiba. Essa seria a sua última visita à capital paranaense e ficaria marcada por compartilhar histórias de sua vida dentro e fora dos campos.
Edson Arantes do Nascimento completa 80 anos. Em 2020, ele também celebra 15 anos da sua parceria com o Complexo Pequeno Príncipe.
O Conselho Superior da associação mantenedora do Complexo Pequeno Príncipe ganha um reforço de peso: Flávia Kurtz Arantes do Nascimento, filha de Pelé, passa a compor o conselho de forma voluntária.
O legado do Rei do Futebol vai continuar pulsando em três corações do Pequeno Príncipe: assistência, ensino e pesquisa.
Até logo, Pelé. Seus feitos jamais serão esquecidos!