“Trabalhamos com disposição e profissionalismo para que nossa missão de produzir e disseminar conhecimento seja cumprida, reafirmando o compromisso com uma formação competente, humanizada e socialmente responsável. O ano de 2020 foi desafiador, mas conseguimos desenvolver formas possíveis e melhores de ensinar durante a pandemia, prezando sempre pela segurança de todos.”
Desde que foi criado – e lá se vão mais de 100 anos –, o Pequeno Príncipe vê na educação um fator indissociável para a melhoria da saúde. O Hospital de Crianças (como era chamado) ofereceu cursos para enfermeiras e mães pouco depois de sua fundação. Na década de 1970, implantou seu programa de residência médica. Em 2003, o compromisso histórico com o ensino foi ampliado com a inauguração da Faculdades Pequeno Príncipe. O grande desafio de 2020 foi conciliar o comprometimento dessa missão com todas as imposições decorrentes do combate à COVID-19.
Em todos os níveis – graduação, pós-graduação lato sensu e pós-graduação stricto sensu, cursos de extensão e residências –, a Faculdades adota metodologias ativas, que mesclam teoria e discussão de casos práticos. Durante a pandemia, as bases desse ensino (o encontro, as discussões e a troca constante de experiências) tiveram de migrar para o ambiente on-line. Apenas no segundo semestre, com um alívio temporário das taxas de contaminação, voltaram parcialmente as aulas presenciais nos laboratórios; e as teóricas, em pequenos grupos.
Mas 2020 não foi apenas um ano de grandes desafios; houve motivos para celebrações. A Faculdades formou, em abril, a primeira turma de Medicina, seu mais recente curso de graduação.
Toda a experiência durante o extenuante 2020 preparou a Faculdades para enfrentar as adversidades que, infelizmente, persistem em 2021. Assim, o aprendizado continua – em todos os sentidos. A pandemia deixou clara a necessidade de profissionais bem preparados. Deixou clara também a resiliência do sistema educacional do Pequeno Príncipe e o esforço de toda a equipe em manter, mesmo em momentos de grandes adversidades, o compromisso histórico de formar os profissionais de saúde do amanhã.
Para fazer frente à pandemia, a Faculdades recorreu a uma série de medidas.
Logo nos primeiros dias, lançou uma capacitação a seus colaboradores sobre sintomas, transmissão, cuidados no uso de máscara e higiene das mãos, de acordo com critérios definidos pela equipe de Medicina do Trabalho.
Manteve em trabalho remoto pessoas com doenças crônicas, problemas respiratórios, gestantes, lactantes e maiores de 60 anos. As atividades dos demais foram organizadas entre presencial e home office, conforme as possibilidades. Os que tiveram de continuar frequentando a instituição receberam 700 máscaras de tecido.
Foram instalados três totens e 25 dispensadores de álcool em gel – a própria equipe do laboratório da Faculdades produziu cerca de 15 litros do produto, distribuídos entre os colaboradores, e outros 200 litros para o Hospital. Sinalizações no piso indicavam o distanciamento necessário; as carteiras das salas foram afastadas umas das outras.
Os filtros de ar-condicionado e de exaustores passaram a ser trocados com mais frequência.
A Faculdades Pequeno Príncipe abriu salas virtuais para os colaboradores e estudantes com o objetivo de acolher, dialogar e compartilhar o dia a dia no período da pandemia. Três psicólogos mediaram as salas, partilhando temas como depressão, ansiedade e organização pessoal no trabalho e no estudo remoto. Ao todo, mais de 350 pessoas participaram.
Quando a retomada do ensino presencial se aproximava, um comitê gestor – composto por membros da Faculdades e pela equipe de Medicina do Trabalho do Hospital – elaborou o Manual de Biossegurança, com definição de protocolos a serem seguidos.
Mesmo num cenário desafiador, a Faculdades conseguiu manter – e mesmo ampliar, na pós-graduação stricto sensu – um programa que reforça uma de suas mais importantes missões: a democratização do acesso à educação, por meio de bolsas de estudo e concessão de benefícios institucionais. O número de bolsas totais ou parciais chegou a 449.
Nesta dimensão, três aspectos se destacaram em 2020:
Para contar com o maior número possível de profissionais de saúde no combate à pandemia, o Ministério da Educação emitiu, em abril, uma portaria que antecipou a colação de grau em Medicina, Enfermagem, Farmácia e Fisioterapia. Assim, 48 estudantes de Medicina, matriculados no último período desse curso e que tinham cumprido ao menos 75% da carga horária, formaram-se com antecedência.
No segundo semestre, com o arrefecimento temporário da COVID-19 no Brasil, a Faculdades organizou uma semana de acolhimento virtual para seus professores, com eventos sobre temas como aprimoramento de aulas práticas, simulação e habilidades remotas na área da saúde.
O principal destaque, no entanto, foi não ter havido nenhum trancamento de matrícula em decorrência da pandemia. A Faculdades encerrou o ano passado com 1.159 alunos na graduação e 1.594 no total.
Novo currículo: criada no ano anterior de acordo com as diretrizes do MEC, a nova matriz curricular estreou em 2020. Ela prioriza a aprendizagem colaborativa e outras metodologias ativas de ensino. O formato remoto não prejudicou a aplicação da diretriz, pois os professores haviam participado durante o ano do ciclo de palestras e capacitações sobre ensino virtual.
Resultado do Enade: ao final do ano, a coordenação recebeu os resultados da Farmácia no Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) 2019. Dessa edição participaram 19 estudantes, e o curso obteve conceito 3.
Formatura na pandemia: o curso mais recente da Faculdades formou suas duas primeiras turmas justamente durante a pandemia.
Adaptação ao digital: para apoiar os 120 docentes no ensino remoto, foram realizados encontros virtuais e tutoriais sobre as ferramentas pedagógicas on-line. Ao todo, eles participaram de 25 horas de formação. Mas mesmo as aulas práticas, de laboratório, puderam ser dadas à distância: os espaços ganharam equipamentos que permitem a transmissão ao vivo pelos professores.
Atendimento à distância: os psicólogos têm e terão papel fundamental para ajudar as pessoas a lidarem com efeitos da COVID-19 (isolamento, desemprego, perda de pessoas muito próximas…). Para aprender a enfrentar desafios desse tipo – e a realizar sessões à distância –, os alunos passaram por capacitação com especialistas da área de Psicologia Clínica.
Na prática: os acadêmicos do 9º e do 10º semestre puderam aplicar o que aprenderam ao fazer atendimentos de psicoterapia on-line pela Clínica-Escola de Psicologia Tatiana Forte, que é ligada à graduação da Faculdades Pequeno Príncipe e presta serviços à comunidade sob supervisão de professores.
Aprendendo a debater: em 2020, o curso de Biomedicina realizou seu primeiro júri simulado virtual, um evento que discutiu temas polêmicos da área. Em 2020, a questão foi: “Bebês de proveta podem ser gerados para servir como medicamentos?”.
Palestra on-line: o ano encerrou com uma palestra on-line do fisioterapeuta Turíbio de Leite Barros Neto, que por 25 anos respondeu pelo setor médico do São Paulo Futebol Clube. Ele abordou biomedicina e fisiologia do esporte, numa apresentação para quase cem pessoas.
Apresentando o curso: por meio de diversas lives, a Enfermagem apresentou o curso e suas atividades à comunidade interna e externa, ampliando o alcance do trabalho realizado pelos profissionais graduados.
O Núcleo de Empregabilidade (Nemp) faz a interface entre o mundo acadêmico e as possibilidades de carreira nas cinco áreas dos cursos de graduação da Faculdades, apresentando aos alunos oportunidades de colocação profissional. Nas primeiras semanas da pandemia, as empresas demandaram menos estagiários, mas o ritmo de procura acabou voltando ao normal no decorrer do ano.
Entre junho e julho (e, numa segunda rodada, em outubro), o núcleo elaborou uma série de webinars sobre carreira e empregabilidade.
Já a Feira de Empregabilidade, em novembro, colocou estudantes em contato com instituições e empresas.
O acordo com o banco Santander, que oferece bolsas de estudo, foi mantido por mais um ano, adaptado à pandemia e às exigências de restrições de mobilidade. Renomeada como Santander Superamos Juntos, a iniciativa ampliou as bolsas de uma para três, a serem utilizadas na própria Faculdades, e ofereceu outras cinco bolsas para docentes participarem de um curso sobre boas práticas de ensino digital.
Já o Núcleo de Internacionalização – em parceria com a IFMSA Brazil, unidade brasileira da International Federation of Medical Students’ Associations (IFMSA), que reúne 1,3 milhão de estudantes de Medicina em cerca de 130 países – promoveu o evento “Medical Students Perception during Covid-19 Pandemic”. Alunos de Medicina da França, da Itália, da Suíça e do Brasil compartilharam suas experiências na pandemia.
Em novembro, o Núcleo de Internacionalização participou de um evento do governo da província de Quebec, no Canadá, para falar sobre suas atividades em inovação e tecnologia. A Faculdades faz um trabalho pioneiro em impressão 3D e biotecnologia, em parceria com a Universidade Tecnológica Federal do Paraná e a Universidade Laval, de Quebec.
Ao todo, em 2020 a Faculdades Pequeno Príncipe realizou dez webinars internacionais, cinco deles em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e com a Universidade Cornell, dos Estados Unidos, tratando de imunologia e oncologia.
Por fim, a Faculdades foi incluída no World Directory of Medical Schools, banco de dados mundial de escolas de Medicina.
Em razão da pandemia, todas as turmas puderam assistir a um módulo bônus com o tema “Segurança do paciente”, ressaltando a importância dessa discussão em um momento de crise sanitária mundial.
Iniciações científicas: em 2020, 177 estudantes fizeram iniciação científica na Faculdades.
Mestrado acadêmico em Ensino nas Ciências da Saúde: o curso quebrou, em 2020, uma barreira erguida por boa parte das pós-graduações da área da saúde: ofereceu um webinar sobre pesquisa qualitativa. Em geral, o que predomina no setor são as pesquisas quantitativas. A série “Referenciais Teórico-Metodológicos de Pesquisa Qualitativa” mostrou os melhores padrões para esse tipo de trabalho.
Ativo, mas à distância: os programas de mestrado adaptaram rapidamente as atividades acadêmicas ao ambiente virtual. As aulas e defesas de dissertação ocorreram remotamente, ao vivo, por meio de plataforma on-line, preservando as metodologias ativas.
Em um período em que as preocupações estavam concentradas na pandemia, os alunos participaram de estudos relacionados à COVID-19, justamente por fazerem parte de um complexo que inclui um instituto de pesquisa que tem conexões com centros internacionais de excelência.
Publicações gerais: professores e pesquisadores do Instituto de Pesquisa Pelé Pequeno Príncipe publicaram, em 2020, 141 artigos em revistas acadêmicas – a grande maioria em periódicos de melhor qualidade (níveis A1 e A2). Cerca de 70% foram assinados tanto por professores quanto por alunos. Somando com um segundo grupo de 75 artigos não contabilizados pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), pois não envolveram alunos, a equipe dos programas de pós-graduação publicou 216 artigos.
Publicações sobre COVID-19: o Instituto de Pesquisa Pelé Pequeno Príncipe, que atua em parceria com a Faculdades no programa de pós-graduação, adotou como foco principal estudos sobre o enfrentamento da pandemia do coronavírus. Foram 17 novos projetos sobre a COVID-19.
Os residentes participaram ativamente do enfrentamento à pandemia no Hospital Pequeno Príncipe – tanto na realização dos testes para diagnóstico da COVID-19 quanto plantões de atendimento psicológico voltados aos colaboradores e cuidado dos pacientes dentro das unidades de atendimento direcionadas à COVID-19.
A Residência Multiprofissional em Saúde da Criança e do Adolescente (Biomedicina, Farmácia e Psicologia) ofereceu nove vagas, três para cada curso. Já a Residência Uniprofissional (Enfermagem) em Saúde da Criança e do Adolescente abriu 24 vagas.
A pandemia dificultou muito a execução de atividades que têm na convivência presencial um de seus maiores benefícios. Ainda assim, a Faculdades empreendeu atividades importantes.
Em 2020, foi realizado o 17º Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão (Enepe). Anual, o evento reúne estudantes e docentes de todas as graduações e divulga produções acadêmicas. Também participam pesquisadores da pós-graduação, de iniciação científica e de residência.
Em 2020, o encontro teve de ser virtual. Foram apresentados 160 trabalhos, e os melhores de cada curso ganharam um certificado.
Lançado em 2015 para envolver estudantes e docentes no Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos de Saúde do Complexo Pequeno Príncipe, o projeto busca, por meio de educação continuada, sensibilizar a comunidade acadêmica sobre a importância de reduzir e controlar o impacto do descarte de resíduos hospitalares. Desde sua criação, envolveu 152 estudantes, que fizeram ações de conscientização sobre sustentabilidade ambiental para 1.700 pessoas.
Apostando na importância da conscientização, a Faculdades faz parte do Juntos Por Um Mundo Livre, projeto da rádio Mundo Livre FM que percorreu o litoral do Paraná com diversas ações. A iniciativa, realizada antes da pandemia, passou por diversas praias do estado em mutirões de limpeza. Curitiba entrou no itinerário com uma oficina de compostagem. Além dessa parceria, a instituição participou do Eco Day Clean, na Ilha do Mel, retirando 120 quilos de resíduos.
Os quatro dias da ação solidária da campanha Juntos Por Um Mundo Livre Protege, com patrocínio da Faculdades Pequeno Príncipe e apoio da empresa BeeGreen e do coworking Impact Hub, ocorreram em junho e julho, e arrecadaram 18.764 unidades de fraldas para o Hospital Pequeno Príncipe.
A pandemia norteou um dos principais projetos de inovação desenvolvidos na Faculdades Pequeno Príncipe em 2020. O preço alto e o aumento expressivo da demanda por respiradores no mundo todo geraram a necessidade de alternativas para esse tipo de aparelho, e um projeto com custo bastante reduzido (99%) foi desenvolvido na Faculdades.
Capitaneada por um professor do curso de Medicina, uma equipe construiu um protótipo de respirador a partir de peças encontradas facilmente no mercado e fácil de ser replicado em grande escala.
A pandemia também exigiu que a Faculdades inovasse na maneira de oferecer as suas aulas. Depois de avaliar várias plataformas, a instituição acabou por firmar uma parceria com a Google for Education. A solução dispõe de recursos que permitem, por exemplo, compartilhar materiais didáticos, organizar o calendário de atividades educacionais, utilizar uma lousa virtual com recursos visuais, além, claro, das salas virtuais para aulas síncronas.
A virtualização das aulas exigiu a aquisição de uma série de equipamentos, como câmeras – algumas especiais, para captação de detalhes –, televisores, computadores para edição de vídeos e microfones de ambiente e de lapela.
Graduação
Pós-graduação lato sensu
Programa de mestrado
Programa de doutorado
Programas de residência
*Em parceria com o Instituto de Pesquisa Pelé Pequeno Príncipe