“As vacinas [contra a COVID-19] foram desenvolvidas em tempo recorde – uma vitória da ciência e da engenhosidade humana.”
secretário-geral da ONU
Produzindo o futuro
A pandemia de COVID-19 evidenciou a importância estratégica da pesquisa científica para preservar a vida. Por meio das vacinas contra o coronavírus, também mostrou na prática como os novos tratamentos precisam basear-se na ciência: o trabalho presente dos cientistas é que molda o futuro da assistência em saúde.
A valorização do elo estreito entre o laboratório e a prática clínica e cirúrgica levou à criação do Instituto de Pesquisa Pelé Pequeno Príncipe. Inaugurado em 2006, ele nasceu de uma concepção integral da saúde infantojuvenil: complementava a assistência (oferecida desde 1919 pelo Hospital) e a educação (oferecida desde 2003 pela Faculdades), reforçando, assim, o engajamento do Complexo na causa da infância e da adolescência. Seria um instituto de pesquisa, sim, mas com preocupação social – como devem ser todos os cientistas, segundo as sábias palavras de uma das grandes personalidades da área, figura fundamental para a criação do Escritório de Inovação do Pequeno Príncipe: o físico-químico Sérgio Mascarenhas, que faleceu em 2021.
Quinze anos depois de criado, o Instituto registrou, mesmo com as adaptações exigidas pelos tempos pandêmicos, um volume excepcional de produção científica. Em 2021, os pesquisadores dobraram o número de publicações em relação à média dos quatro anos anteriores. Diversos trabalhos iniciados em 2020 – sobretudo para melhorar o diagnóstico, a caracterização e o tratamento da COVID-19 – foram intensificados. Entre eles, a criação de um soro com anticorpos contra a doença. A relevância de muitos estudos foi reconhecida em periódicos de nível A1, o mais alto do Qualis Capes (sistema oficial brasileiro de classificação da produção científica), como a Science Immunology, Nature Immunology, Cancer Research, entre outros.
Essas conquistas resultaram de algumas mudanças de estratégia:
- Com os trabalhos clínicos ainda afetados pelo distanciamento social, que dificulta o acompanhamento dos participantes, o Instituto enfatizou projetos que podiam ser conduzidos a distância.
- Os pesquisadores se dedicaram à análise de dados já obtidos, buscaram informações em bases públicas internacionais e produziram trabalhos de revisões narrativas, sistemáticas, meta-análises (análises estatísticas a partir dos resultados de múltiplos estudos científicos) e mais complexos, do tipo big data in silico (análises genômicas, proteômicas e transcriptômicas).
- As cooperações com instituições nacionais e estrangeiras foram reforçadas. Assim, o Instituto se beneficiou de achados obtidos pelos parceiros de pesquisa no Brasil e no exterior, principalmente em projetos relacionados à COVID-19 e ao câncer pediátrico.
O trabalho presente dos cientistas é que molda o futuro da assistência em saúde.
Maturidade aos 15 anos
Em tempos normais, seria num auditório, talvez com seminários seguidos de visita aos laboratórios. Mas os 15 anos de inauguração do Instituto de Pesquisa Pelé Pequeno Príncipe foram completados em meio a um dos piores meses da COVID-19, em abril de 2021. A comemoração, então, teve de ser on-line: uma live com cerca de cem participantes relembrou os principais projetos em andamento, ressaltou a importância das pesquisas desenvolvidas e destacou a formação acadêmica oferecida.
Mesmo isolados, cada um de sua tela, os profissionais emocionaram-se ao recordar as conquistas mais relevantes e os companheiros que ajudaram a construir o começo dessa jornada em prol da infância e da adolescência.
Em seus primeiros 15 anos, o Instituto de Pesquisa formou quase 130 mestres e doutores, publicou mais de 350 artigos científicos e produziu conhecimentos que já beneficiaram milhares de crianças: um exame acrescentado ao teste principal do pezinho (TP53 p.R337H) para descobrir a segunda mutação genética hereditária (XAF1 p.E134*) associada à predisposição para o desenvolvimento de um tipo de câncer infantil que tem a maior incidência mundial no Paraná (tumor de córtex adrenal), o quinto maior estudo mundial para detecção de imunodeficiências primárias (erros inatos da imunidade), estudos para melhorar a detecção de transtornos de déficit de atenção e hiperatividade – e tantos outros avanços.
As pesquisas em destaque
A COVID-19 em análise
O conhecimento acumulado sobre a COVID-19 no primeiro ano da pandemia foi fundamental para melhorar o tratamento dos pacientes infectados com o coronavírus e combater a disseminação desse vírus. No entanto, muitos aspectos do SARS-CoV-2 precisam continuar a ser estudados. O Instituto de Pesquisa Pelé Pequeno Príncipe se soma ao esforço da comunidade científica mundial principalmente para:
- Compreender em detalhes o comportamento de diferentes variantes do SARS-CoV-2, inclusive em pessoas com outras doenças.
- Investigar consequências das terapias em uso.
- Desenvolver meios de evitar casos graves após o contágio.
O que esses estudos buscam?
Um estudo analisa como a herança genética e os fatores imunológicos estão associados à infecção, o que pode ajudar a definir protocolos e novas terapias. O projeto faz parte do COVID Human Genetic Effort, uma iniciativa com participação de cientistas do mundo todo. No Brasil, é coordenado por uma pesquisadora do Instituto.
Outro grupo pesquisa a síndrome de ativação macrofágica, doença genética rara que afeta o sistema imunológico e provoca a proliferação excessiva de células de defesa, chamadas de macrófagos. Em parceria com a Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), os cientistas analisaram tecidos pulmonares de pessoas que morreram em consequência da COVID-19 e concluíram que a alteração genética pode ser um fator de risco para infectados pelo coronavírus.
A síndrome metabólica – uma reunião de fatores de risco envolvendo problemas cardiovasculares, obesidade e resistência à insulina – aumenta o risco de doenças cardíacas, derrames e diabetes. Também eleva as chances de morte em infectados pelo SARS-CoV-2. Um projeto do Instituto de Pesquisa pretende elucidar os mecanismos da síndrome para identificar novas oportunidades de tratamento dessa condição.
Pequenos tipos de RNA (moléculas que fazem a síntese de proteínas), os miRNAs têm papel importante na regulação da resposta ao vírus. Alertam o sistema imunológico, mas podem também levar a uma reação exagerada que provoca inflamações e favorece o SARS-CoV-2. A revisão sistemática de estudos sobre o tema, feita em conjunto com pesquisadores da PUCPR, mostrou que a análise dos miRNAs ajuda a definir grupos de risco e que a molécula pode ser alvo de futuros tratamentos contra a COVID-19.
Antes mesmo de terem o diagnóstico de COVID-19 confirmado, pequenos pacientes com sintomas que demandam mais atenção são submetidos com frequência a uma tomografia computadorizada de tórax. O exame ajuda a analisar melhor o quadro de saúde, mas expõe as crianças a doses muito altas de radiação – o que, em alguns casos, pode provocar câncer. O Instituto começou a medir os valores dessas doses para compará-las a níveis estabelecidos nacional e internacionalmente, além de descobrir se tomografias feitas sem sedação elevam a exposição à radiação.
Erros inatos da imunidade são um grupo de mais de 400 doenças genéticas raras que afetam o funcionamento do sistema imune e podem levar a infecções graves. O estudo com 121 participantes, desenvolvido em parceria com universidades do Brasil e do exterior, concluiu que as enfermidades não foram um fator determinante para maior gravidade da COVID-19, exceto nos pacientes que apresentavam comorbidades.
No início da pandemia, a faixa etária pediátrica parecia ser menos afetada pelo coronavírus. Essa percepção mudou com o tempo, por isso é relevante coletar e processar todas as informações disponíveis sobre as manifestações clínicas e a evolução da doença em crianças e adolescentes.
Além dos sintomas que acompanham a infecção aguda, sabe-se hoje que o coronavírus também tem efeitos de longo prazo. O projeto avalia os casos de profissionais de saúde infectados pelo SARS-CoV-2 e faz o levantamento de possíveis sequelas um ano após o contágio.
Uma meta-análise feita em parceria com outras instituições brasileiras revisou e comparou os resultados de 12 estudos sobre biomarcadores – sinais biológicos que indicam alterações no organismo – associados ao sistema imunológico e relacionados a quadros inflamatórios. O estudo mostrou que a baixa contagem de linfócitos está ligada a quadros graves de COVID-19, o que significa que é possível identificar pacientes com possibilidade de evolução crítica por meio de um hemograma.
O projeto, realizado em parceria com a Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), inaugura a bioimpressão no Instituto. Ele vai reproduzir in vitro um alvéolo (unidade funcional dos pulmões) para ser usado em testes de drogas de ação pulmonar, inclusive contra a COVID-19. A bioimpressão usa como matéria-prima o biogel, substância formada por proteína e água misturada a nutrientes. O composto permite o crescimento de células, dando origem a tecidos humanos. No futuro, os cientistas esperam conseguir imprimir órgãos inteiros.
Um ensaio clínico randomizado começou a comparar o desempenho de dois medicamentos existentes no mercado, a claritromicina e a ivermectina, para verificar se são capazes de reduzir a carga do SARS-CoV-2 em pacientes em estado grave. Atualmente, as drogas são recomendadas primordialmente como antimicrobianos e antiparasitários.
Os pesquisadores do Instituto somaram esforços com a comunidade científica mundial para avançar no conhecimento sobre o coronavírus.
Anticorpos para neutralizar o coronavírus
Um dos projetos do Instituto de Pesquisa na área da COVID-19 é o desenvolvimento de anticorpos contra o coronavírus a partir do plasma de cavalos. Iniciado em 2020, o estudo concluiu suas fases preliminares em 2021.
Após a produção de um soro pelo Instituto de Pesquisa Pelé Pequeno Príncipe e o Centro de Produção e Pesquisa de Imunobiológicos (CPPI, que faz parte da Fundação Estatal de Atenção à Saúde, a Funeas, órgão da Secretaria de Estado da Saúde do Paraná), o soro bruto de cavalo segue para extração de anticorpos na Fundação Ezequiel Dias (Funed), em Minas Gerais, para depois confirmar sua eficiência no bloqueio do SARS-CoV-2 em camundongos modificados geneticamente para contrair a COVID-19. A análise da eficiência e da segurança do soro será feita em laboratórios do Centro de Produção e Pesquisa de Imunobiológicos e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) no Paraná.
O tratamento foi idealizado por pesquisadores do Pequeno Príncipe com base no conceito de imunidade passiva, em que o paciente recebe anticorpos prontos em vez de produzi-los no corpo. É indicado para pessoas sem imunidade contra o coronavírus – tanto não vacinadas quanto as imunizadas que foram incapazes de produzir anticorpos.
Causas genéticas e imunológicas das formas graves de COVID-19
Duas descobertas publicadas em 2021 na revista Science nasceram de pesquisas do consórcio COVID Human Genetic Effort, um projeto internacional que abrange centenas de hospitais em todo o mundo e que, no Brasil, tem um grupo liderado pelo Instituto de Pesquisa. Os artigos mostraram que mais de 10% das pessoas jovens e saudáveis que desenvolvem formas graves de COVID-19 produzem anticorpos que atacam não o vírus, mas o próprio sistema imunológico (autoanticorpo). Outros 3,5%, pelo menos, carregam um tipo específico de mutação genética que afeta a resposta imunológica.
Nos dois casos, os pacientes não dispõem adequadamente de interferon tipo I, um grupo de 17 proteínas fundamentais para proteger o organismo. Isso ocorre ou porque as proteínas foram neutralizadas pelos autoanticorpos ou porque não foram produzidas em quantidades suficientes devido a um gene defeituoso. Tais situações ajudam a explicar a razão de algumas pessoas desenvolverem formas mais graves de COVID-19 do que outras da mesma faixa etária. A boa notícia é que os pacientes com essas características podem ser tratados com medicações já disponíveis no mercado, reduzindo o risco de morte por COVID-19.
Ao se debruçar sobre os pacientes graves, o estudo detectou que 10% deles (a grande maioria homem, 95%) desenvolviam os autoanticorpos no início da infecção. O achado tem impacto nos tratamentos com plasma de humanos convalescentes: se o doador tiver autoanticorpos, seu plasma não poderá ser usado no tratamento de outras pessoas.
Expansão do Big Data
Criado em 2020, o grupo de pesquisa Big Data ganhou novos integrantes. Eles ajudam a equipe em trabalhos que usam computadores de alta capacidade de processamento para analisar informações de bancos de dados internacionais de acesso livre em diferentes áreas.
Em 2021, o grupo produziu artigos sobre o efeito do tabagismo em más-formações congênitas; a incidência de câncer de bexiga e de pulmão no continente americano; e a imunologia do tumor de córtex adrenal (a parte externa das glândulas suprarrenais). Os resultados desse último estudo sustentam um novo projeto para desenvolver uma vacina terapêutica contra o câncer de córtex adrenal. Trata-se de uma pesquisa de alta complexidade, realizada em células vivas armazenadas no Biobanco do Pequeno Príncipe, onde são guardados tecidos humanos destinados a estudos internos e doações.
Projetos iniciados em 2021
Nas suas sete linhas de pesquisa, o Instituto conta com 96 projetos em desenvolvimento. A seguir, alguns destaques.
Tema do projeto: análise genética de tecidos com sarcoma de Ewing
Objetivo: identificar alterações de genes em pacientes que desenvolvem o sarcoma de Ewing, um tipo de câncer que ocorre no interior ou em torno dos ossos de crianças e jovens adultos.
Tema do projeto: terapia de microRNAs de células precursoras neuronais no tratamento da doença de Parkinson
Objetivo: como parte do programa de Plataformas Inovadoras em Terapias Avançadas, do Ministério da Saúde, o projeto para o desenvolvimento de novos tratamentos para a doença de Parkinson, que recebeu recursos em 2020, começou a fazer seus experimentos em 2021. O estudo busca desenvolver um nanomedicamento biológico seguro, a partir de produtos derivados das células precursoras neuronais obtidas da diferenciação de células-tronco do cordão umbilical humano.
Tema do projeto: otimização da obtenção de precursoras neuronais e seus derivados em material híbrido – biomaterial e grafeno
Objetivo: otimizar a obtenção de precursoras neuronais e seus derivados em material híbrido (membrana NFBX de biopolímero incorporada com nanopartículas de grafeno) para a maior produção e expansão celular no desenvolvimento de novas terapias para as doenças neurodegenerativas e do neurodesenvolvimento. As células percebem o microambiente ao seu redor por meio da sinalização química ou pela interpretação de forças físicas, que podem ser geradas tanto de forma interna como de forma externa em resposta a propriedades físicas como rigidez ou elasticidade do substrato, contratilidade celular ou, ainda, pela força gerada por células vizinhas. Essa capacidade das células de transformar estímulos mecânicos em respostas químicas é chamada de mecanotransdução e é essencial para modular o comportamento celular, influenciando o destino das células em relação à proliferação, sobrevivência, diferenciação e, até mesmo, nos processos de regeneração de tecidos e reparo de lesões. Por outro lado, o grafeno possui uma estrutura bidimensional, alta área de superfície, alta condutividade elétrica, estabilidade química e propriedades flexivas. Essas características permitem que o grafeno seja capaz de imobilizar substâncias como metais, drogas, sondas fluorescentes e células, atraindo o interesse na medicina regenerativa. Estudos recentes demonstram que o grafeno, ou materiais à base de grafeno, promovem adesão, proliferação e diferenciação de vários tipos de células, incluindo as células-tronco.
Tema do projeto: extração do composto betaglucana de cogumelos medicinais
Objetivo: estudar meios de baixo custo para extrair a betaglucana, presente em alguns tipos de cogumelo. Ela ativa o sistema imunológico e tem ação direta no tratamento da mucosite, inflamação da parte interna da boca e da garganta que pode acometer pacientes em tratamentos quimioterápicos.
Tema do projeto: efeitos dos ácidos kójico e glicólico na produção de melanina
Objetivo: avaliar efeitos desses dois ácidos em células produtoras da melanina (proteína que determina a cor da pele), verificar se têm potencial de diminuir essa produção e, assim, serem usados em tratamentos contra o melasma (hiperpigmentação que causa manchas escuras na pele).
Tema do projeto: transplante de medula óssea em crianças com falências medulares
Objetivo: avaliar o perfil de pacientes com até 5 anos de idade submetidos a transplante de células-tronco hematopoiéticas de 1992 a 2020 em três instituições brasileiras, mostrar os resultados de sobrevida e descrever complicações precoces ou tardias após a cirurgia.
Tema do projeto: transplante de células-tronco em pacientes com erros inatos do metabolismo
Objetivo: avaliar a sobrevida e as possíveis complicações após o transplante de medula óssea em crianças com erros inatos do metabolismo. Essa condição genética prejudica o funcionamento correto da síntese de proteínas e pode causar desde vômitos e infecções frequentes a doenças gástricas e problemas de crescimento. Inédita no Brasil, a análise se concentra em transplantados em seis hospitais pediátricos do país, entre 1988 e 2020.
Tema do projeto: reincidência de leucemias agudas após transplante
Objetivo: analisar o reaparecimento da doença e fatores de risco em pacientes com menos de 18 anos de idade que fizeram transplante de células-tronco hematopoiéticas com doador. O foco do levantamento são crianças e adolescentes submetidos ao procedimento entre 2010 e 2019 em três centros pediátricos brasileiros.
Tema do projeto: efeitos do mercúrio tóxico na formação de neurônios
Objetivo: analisar os efeitos de um tipo tóxico de mercúrio no crescimento e na diferenciação de neurônios obtidos a partir de células-tronco, em busca de uma explicação para a doença de Parkinson.
Tema do projeto: perfis neurológicos e genéticos de pacientes com mucopolissacaridose III no Brasil
Objetivo: estudar o impacto da mucopolissacaridose tipo III, também chamada de síndrome de Sanfilippo, no cérebro e no comportamento de crianças e adolescentes.
Tema do projeto: comparação do diagnóstico do transtorno do espectro autista (TEA) em países desenvolvidos e em desenvolvimento
Objetivo: a pesquisa avalia os métodos, os primeiros sintomas do TEA e quem os observa (pediatras, pais ou professores) em crianças, e compara os resultados de países desenvolvidos (com renda média alta) com os de países em desenvolvimento (com renda baixa). Essa pesquisa pode indicar quais os sintomas mais importantes e quem os observa primeiro, contribuindo para ajudar no tratamento precoce.
Tema do projeto: qualidade de imagem digital e técnicas radiográficas em pediatria
Objetivo: quantificar doses de radiação em crianças submetidas a radiografias, obter imagens de alta qualidade com a menor radiação possível e criar um protocolo pediátrico para uso de diferentes tipos de equipamentos digitais.
Tema do projeto: bactérias que provocam infecções e são resistentes a medicamentos
Objetivo: conhecer a epidemiologia da bactéria Staphylococcus aureus resistente ao antibiótico meticilina para adotar medidas de controle mais efetivas desse microrganismo, que é um dos maiores causadores de infecção hospitalar no mundo. O projeto funciona junto ao Programa de Stewardship (gerenciamento) de Antimicrobianos do Hospital Pequeno Príncipe.
Tema do projeto: busca de marcadores de resposta terapêutica na leucemia linfoblástica aguda (LLA)
Objetivo: avaliar alterações genéticas de células leucêmicas e sua expressão gênica em pacientes pediátricos com LLA, no diagnóstico e ao longo do tratamento, buscando identificar possíveis marcadores iniciais de resposta terapêutica. Simultaneamente, será avaliada a microbiota intestinal dos pacientes, também no diagnóstico e ao longo do tratamento, para compreender o papel dessa microbiota na resposta ao tratamento e na suscetibilidade a infecções. Assim, será possível também avaliar a interação de fatores genéticos e imunológicos com a microbiota e a importância dessas interações na determinação do sucesso terapêutico.
Tema do projeto: análise genética de tecidos com sarcoma de Ewing
Objetivo: identificar alterações de genes em pacientes que desenvolvem o sarcoma de Ewing, um tipo de câncer que ocorre no interior ou em torno dos ossos de crianças e jovens adultos.
Tema do projeto: terapia de microRNAs de células precursoras neuronais no tratamento da doença de Parkinson
Objetivo: como parte do programa de Plataformas Inovadoras em Terapias Avançadas, do Ministério da Saúde, o projeto para o desenvolvimento de novos tratamentos para a doença de Parkinson, que recebeu recursos em 2020, teve seus experimentos iniciados em 2021. O projeto busca o desenvolvimento de um nanomedicamento biológico seguro, a partir de produtos derivados das precursoras neuronais obtidas da diferenciação de células-tronco do cordão umbilical humano.
Tema do projeto: otimização da obtenção de precursoras neuronais e seus derivados em material híbrido – biomaterial e grafeno
Objetivo: otimizar a obtenção de precursoras neuronais e seus derivados em material híbrido (membrana NFBX de biopolímero incorporada com nanopartículas de grafeno) para a maior produção e expansão celular no desenvolvimento de novas terapias para as doenças neurodegenerativas e do neurodesenvolvimento. As células percebem o microambiente ao seu redor por meio da sinalização química ou pela interpretação de forças físicas, que podem ser geradas tanto de forma interna como de forma externa em resposta a propriedades físicas como rigidez ou elasticidade do substrato, contratilidade celular ou, ainda, pela força gerada por células vizinhas. Essa capacidade das células de transformar estímulos mecânicos em respostas químicas é chamada de mecanotransdução e é essencial para modular o comportamento celular, influenciando o destino das células em relação à proliferação, sobrevivência, diferenciação e, até mesmo, nos processos de regeneração de tecidos e reparo de lesões. Por outro lado, o grafeno possui uma estrutura bidimensional, alta área de superfície, alta condutividade elétrica, estabilidade química e propriedades flexivas. Essas características permitem que o grafeno seja capaz de imobilizar substâncias como metais, drogas, sondas fluorescentes e células, atraindo o interesse na medicina regenerativa. Estudos recentes demonstram que o grafeno, ou materiais à base de grafeno, promovem adesão, proliferação e diferenciação de vários tipos de células, incluindo as células-tronco
Tema do projeto: extração do composto beta-glucana de cogumelos medicinais
Objetivo: estudar meios de baixo custo para extrair a beta-glucana, presente em alguns tipos de cogumelo. Ela ativa o sistema imunológico e tem ação direta no tratamento da mucosite, inflamação da parte interna da boca e da garganta que pode acometer pacientes em tratamentos quimioterápicos.
Tema do projeto: efeitos dos ácidos kójico e glicólico na produção de melanina
Objetivo: avaliar efeitos desses dois ácidos em células produtoras da melanina (proteína que determina a cor da pele), verificar se têm potencial de diminuir essa produção e, assim, serem usados em tratamentos contra o melasma (hiperpigmentação que causa manchas escuras na pele).
Tema do projeto: transplante de medula óssea em crianças com falências medulares
Objetivo: avaliar o perfil de pacientes com até 5 anos de idade submetidos a transplante de células-tronco hematopoiéticas de 1992 a 2020 em três instituições brasileiras, mostrar os resultados de sobrevida e descrever complicações precoces ou tardias após a cirurgia.
Tema do projeto: transplante de células-tronco em pacientes com erros inatos do metabolismo
Objetivo: avaliar a sobrevida e as possíveis complicações após o transplante de medula óssea em crianças com erros inatos do metabolismo. Essa condição genética prejudica o funcionamento correto da síntese de proteínas e pode causar desde vômitos e infecções frequentes a doenças gástricas e problemas de crescimento. Inédita no Brasil, a análise se concentra em transplantados em seis hospitais pediátricos do país, entre 1988 e 2020.
Tema do projeto: reincidência de leucemias agudas após transplante
Objetivo: analisar o reaparecimento da doença e fatores de risco em pacientes com menos de 18 anos de idade que fizeram transplante de células-tronco hematopoiéticas com doador. O foco do levantamento são crianças e adolescentes submetidos ao procedimento entre 2010 e 2019 em três centros pediátricos brasileiros.
terapia de microRNAs de células precursoras neuronais no tratamento da doença de Parkinson
como parte do programa de Plataformas Inovadoras em Terapias Avançadas, do Ministério da Saúde, o projeto para o desenvolvimento de novos tratamentos para a doença de Parkinson, que recebeu recursos em 2020, teve seus experimentos iniciados em 2021. O projeto busca o desenvolvimento de um nanomedicamento biológico seguro, a partir de produtos derivados das precursoras neuronais obtidas da diferenciação de células-tronco do cordão umbilical humano.
otimização da obtenção de precursoras neuronais e seus derivados em material híbrido – biomaterial e grafeno
otimizar a obtenção de precursoras neuronais e seus derivados em material híbrido (membrana NFBX de biopolímero incorporada com nanopartículas de grafeno) para a maior produção e expansão celular no desenvolvimento de novas terapias para as doenças neurodegenerativas e do neurodesenvolvimento. As células percebem o microambiente ao seu redor por meio da sinalização química ou pela interpretação de forças físicas, que podem ser geradas tanto de forma interna como de forma externa em resposta a propriedades físicas como rigidez ou elasticidade do substrato, contratilidade celular ou, ainda, pela força gerada por células vizinhas. Essa capacidade das células de transformar estímulos mecânicos em respostas químicas é chamada de mecanotransdução e é essencial para modular o comportamento celular, influenciando o destino das células em relação à proliferação, sobrevivência, diferenciação e, até mesmo, nos processos de regeneração de tecidos e reparo de lesões. Por outro lado, o grafeno possui uma estrutura bidimensional, alta área de superfície, alta condutividade elétrica, estabilidade química e propriedades flexivas. Essas características permitem que o grafeno seja capaz de imobilizar substâncias como metais, drogas, sondas fluorescentes e células, atraindo o interesse na medicina regenerativa. Estudos recentes demonstram que o grafeno, ou materiais à base de grafeno, promovem adesão, proliferação e diferenciação de vários tipos de células, incluindo as células-tronco
extração do composto beta-glucana de cogumelos medicinais
estudar meios de baixo custo para extrair a beta-glucana, presente em alguns tipos de cogumelo. Ela ativa o sistema imunológico e tem ação direta no tratamento da mucosite, inflamação da parte interna da boca e da garganta que pode acometer pacientes em tratamentos quimioterápicos.
efeitos dos ácidos kójico e glicólico na produção de melanina
avaliar efeitos desses dois ácidos em células produtoras da melanina (proteína que determina a cor da pele), verificar se têm potencial de diminuir essa produção e, assim, serem usados em tratamentos contra o melasma (hiperpigmentação que causa manchas escuras na pele).
transplante de medula óssea em crianças com falências medulares
avaliar o perfil de pacientes com até 5 anos de idade submetidos a transplante de células-tronco hematopoiéticas de 1992 a 2020 em três instituições brasileiras, mostrar os resultados de sobrevida e descrever complicações precoces ou tardias após a cirurgia.
transplante de células-tronco em pacientes com erros inatos do metabolismo
avaliar a sobrevida e as possíveis complicações após o transplante de medula óssea em crianças com erros inatos do metabolismo. Essa condição genética prejudica o funcionamento correto da síntese de proteínas e pode causar desde vômitos e infecções frequentes a doenças gástricas e problemas de crescimento. Inédita no Brasil, a análise se concentra em transplantados em seis hospitais pediátricos do país, entre 1988 e 2020.
reincidência de leucemias agudas após transplante
analisar o reaparecimento da doença e fatores de risco em pacientes com menos de 18 anos de idade que fizeram transplante de células-tronco hematopoiéticas com doador. O foco do levantamento são crianças e adolescentes submetidos ao procedimento entre 2010 e 2019 em três centros pediátricos brasileiros.
Tema do projeto: efeitos do mercúrio tóxico na formação de neurônios
Objetivo: analisar os efeitos de um tipo tóxico de mercúrio no crescimento e na diferenciação de neurônios obtidos a partir de células-tronco, em busca de uma explicação para a doença de Parkinson.
Tema do projeto: perfis neurológicos e genéticos de pacientes com mucolysacaridose III no Brasil
Objetivo: estudar o impacto da mucopolissacaridose tipo III, também chamada de síndrome de Sanfilippo, no cérebro e comportamento de crianças e adolescentes.
Tema do projeto: comparação do diagnóstico do Transtorno do Espectro autista (TEA) em países desenvolvidos e em desenvolvimento
Objetivo: a pesquisa visa a a avaliar os métodos, primeiros sintomas e quem os observa (pediatras, pais ou professores) do TEA em crianças, e comparar os resultados de países desenvolvidos (com renda média alta) com os de países em desenvolvimento (com renda baixa). Essa pesquisa pode clarificar quais os sintomas mais importantes e quem os observa primeiro, contribuindo para ajudar o tratamento precoce
Tema do projeto: qualidade de imagem digital e técnicas radiográficas em pediatria
Objetivo: quantificar doses de radiação em crianças submetidas a radiografias, obter imagens de alta qualidade com a menor radiação possível e criar um protocolo pediátrico para uso de diferentes tipos de equipamentos digitais.
Tema do projeto: bactérias que provocam infecções e são resistentes a medicamentos
Objetivo: conhecer a epidemiologia da bactéria Staphylococcus aureus resistente ao antibiótico meticilina para adotar medidas de controle mais efetivas desse microrganismo, que é um dos maiores causadores de infecção hospitalar no mundo. O projeto funciona junto ao Programa de Stewardship (gerenciamento) de Antimicrobianos do Hospital Pequeno Príncipe.
Tema do projeto: busca de marcadores de resposta terapêutica na Leucemia Linfoblástica Aguda (LLA)
Objetivo: avaliar alterações genéticas de células leucêmicas e sua expressão gênica em pacientes pediátricos com LLA, ao diagnóstico e também ao longo do tratamento, buscando identificar possíveis marcadores iniciais de resposta terapêutica. Simultaneamente, será avaliada a microbiota entérica dos pacientes, também ao diagnóstico e ao longo do tratamento, para a compreensão do papel desta microbiota na resposta do paciente ao tratamento e na susceptibilidade do mesmo a infecções. Assim, será possível também a avaliação da interação de fatores genéticos e imunológicos com a microbiota e a importância destas interações na determinação do sucesso terapêutico.
Parcerias no Brasil e no mundo
A ciência é uma atividade coletiva, que depende muito da colaboração entre os cientistas. O Instituto de Pesquisa Pelé Pequeno Príncipe mantém há anos diversas parcerias com instituições nacionais e internacionais, que já renderam muitos frutos.
Em 2021, foi firmado um acordo com a Thales, empresa francesa do setor tecnológico, para a criação de algoritmos capazes de indicar prognósticos de câncer por meio de inteligência artificial. O Instituto também expandiu a parceria com a Universidade de Kharkiv (Ucrânia) em um projeto para medir doses de radiação em crianças submetidas a radiografias.
Parceiros nacionais
- A.C.Camargo Cancer Center
- Centro de Inovação e Ensaios Pré-Clínicos (CIEnP)
- Centro de Produção e Pesquisa de Imunobiológicos (CPPI)
- Faculdades Pequeno Príncipe
- Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) – Instituto Carlos Chagas (ICC/Fiocruz Paraná, em Curitiba)
- Instituto de Tratamento do Câncer Infantil (Itaci, em São Paulo)
- Instituto Nacional de Câncer (Inca)
- Hospital de Amor (Barretos)
- Hospital de Clínicas da UFPR
- Hospital de Clínicas de Porto Alegre
- Hospital do Câncer de Cascavel (Uopeccan)
- Hospital Erasto Gaertner
- Hospital Israelita Albert Einstein (São Paulo)
- Hospital Nossa Senhora das Graças
- Hospital Universitário Evangélico Mackenzie
- Novos Arranjos de Pesquisa e Inovação (NAPI-Genômica, em Guarapuava/PR)
- Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR)
- Rede Genômica Nacional
- Universidade Católica de Pelotas (UCPel)
- Universidade Ceuma
- Universidade de São Paulo (USP)
- Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc)
- Universidade Estadual de Londrina (UEL)
- Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF)
- Universidade Estadual do Paraná (Unespar)
- Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD)
- Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
- Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)
- Universidade Federal de Santa Maria (UFSM)
- Universidade Federal do Delta do Parnaíba (UFDPar)
- Universidade Federal do Maranhão (UFMA)
- Universidade Federal do Paraná (UFPR)
- Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB)
- Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
- Universidade Paranaense (Unipar)
- Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR)
Parceiros internacionais
- Centro Médico da Universidade Loma Linda (EUA)
- Icahn Escola de Medicina Mount Sinai (EUA)
- INSERM U1163, Paris 5 (França)
- Instituto de Farmacologia Molecular e Celular de Valbonne (França)
- Instituto Imagine (França)
- Instituto Nacional de Pediatria (México)
- Instituto Nacional do Câncer (EUA)
- King’s College (Inglaterra)
- St. Jude Children’s Research Hospital (EUA)
- Thales Group (França)
- Universidade da Califórnia (EUA)
- Universidade de Antioquía (Colômbia)
- Universidade de Cagliari (Itália)
- Universidade de Ciências Aplicadas (Alemanha)
- Universidade de Kharkiv (Ucrânia)
- Universidade do Cabo Ocidental (África do Sul)
- Universidade Emory (EUA)
- Universidade Georgetown (EUA)
- Universidade Georgia State (EUA)
- Universidade Howard (EUA)
- Universidade Rockefeller (EUA)
Artigos de impacto
Veja os artigos dos pesquisadores do Instituto de Pesquisa Pelé Pequeno Príncipe publicados em 2021.
Adrenocortical Carcinoma Steroid Profiles: In Silico Pan-Cancer Analysis of TCGA Data Uncovers Immunotherapy Targets for Improved Outcomes. Frontiers in Endocrinology.
https://doi.org/10.3389/fendo.2021.672319
The Common Germline TP53-R337H Mutation Is Hypomorphic and Confers Incomplete Penetrance and Late Tumor Onset in a Mouse Model. Cancer Research.
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